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alauitaSíria - Diário Liberdade - Quais são as forças que se enfrentam na Síria? - Os Alauitas


Bomba explode em bairro de maioria alauita em Damasco. Foto: Freedom House (CC BY 2.0)

[Alejandro Acosta] O governo sírio, encabeçado por al-Assad, representa a população alauita, que se encontra concentrada na região costeira localizada ao norte do Líbano e Damasco. As duas principais cidades portuárias são Latakia e Tartus. Nesta última, está localizada a única base naval russa no Mar Mediterrâneo.

Os alauitas fazem parte de uma das ramificações dos xiitas, que acabou se consolidando após a queda da dinastia do xiita Hamdanid, quando foram atacados pelos cruzados cristãos o sultanato sunita de Mamluk e o Império Otomano.

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Os franceses tentaram usar os alauitas como contrapeso aos sunitas e seus aliados turcos, o que levou a serem atacados pelo governo sunita logo após a independência.

Após a Segunda Guerra, e especificamente após o fortalecimento de Nasser, no Egito, os alauitas se fortaleceram impulsionando o partido Baath na Síria, apesar de serem minoria no país. O pai do atual presidente Bashar al-Assad, Hafez al-Assad, que era o então ministro da Defesa, e chegou ao poder em 1971, onde permaneceu até o ano 2000, quando foi substituído pelo filho.

Hoje, o governo alauita é apoiado pela Rússia, e disfarçadamente pela China. A queda do governo de al-Assad e a perda dos territórios habitados pelos alauitas levaria ao desmantelamento da única base militar russa localizada no mar Mediterrâneo. Além disso, ficam as experiências das invasões imperialistas no Iraque e na Líbia, onde os russos e os chineses sofreram perdas bilionárias por causa do cancelamento de contratos e dívidas.

Por que o exército sírio não rachou?

O porquê do exército sírio não ter rachado, apesar do aperto do cerco, deve ser entendido a partir dos alauitas. Se o exército for derrotado e implodido, a possibilidade dos alauitas continuarem existindo com o próprio estado ficará comprometida.

Na guerra civil que já dura quatro anos, mais de 70 mil soldados alauitas foram mortos e outros 120 mil foram feridos, dos quais a terceira parte têm como origem o porto de Tartus. Em Tartus, se encontra localizada a única base russa no Mar Mediterrâneo. A ajuda do governo da Federação Russa ao governo de al-Assad chega a Tartus a partir da base militar de Sebastopol, na Crimeia.

Os alauitas não têm apresentado rachaduras importantes, mas elas têm aparecido com os aliados devido às derrotas sofridas pelo exército. Quando o Estado Islâmico tomou a base aérea de Tabqa, capturando abundante material militar e matando centenas de soldados alauitas, no mês de setembro do ano passado, aumentou a desmoralização dos drusos. A base está localizada perto da cidade de Raqqa, o que permitia à força aérea bombardear posições chave do Estado Islâmico, mas acabou caindo no mês de agosto do ano passado, apesar das fortificações, o apoio da força aérea e o terreno favorável, já que é circundada por uma planície. O Estado Islâmico, a partir desse momento, se converteu na principal força do conflito sírio, uma espécie de cachorro louco, uma ameaça para todos os grupos que estão envolvidos. Esse é o principal fato que está por trás da mudança de política da Administração Obama para a região.

Os xiitas das Milícias de Defesa Nacional da Síria, os drusos, os cristãos e os ismailis têm tentado se afastar dos confrontos. Muitos jovens têm fugido para evitar o recrutamento compulsório. Mas, ao mesmo tempo, essas rachaduras e contradições têm sido contidas devido às contradições, muito maiores, com os grupos islâmicos, principalmente o Estado Islâmico e a al-Nusra.

Quando os grupos guerrilheiros muçulmanos têm avançado sobre as regiões controladas pelas minorias, a crise tem se aberto novamente, como aconteceu recentemente na província de Swieda, no sul do país, onde os drusos apoiaram o exército que acabou controlando a situação.


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