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siriaSíria - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A guerra civil na Síria teve na origem as revoluções árabes que estouraram no início de 2011, impulsionadas pelo colapso econômico de 2008 que colocou em xeque um dos elos mais fracos dos sistema capitalista mundial.


Guerrilheiro sírio. Foto: Freedom House/Flickr (CC BY 2.0)

Tal como tem acontecido na maioria das revoluções, um acontecimento aparentemente banal botou fogo no norte da África, no Sahel (região localizada ao sul do Deserto de Saara) e no Oriente Médio. Aparentemente, o incêndio foi exagerado para ter sido provocado por um simples vendedor de laranjas, sem licença e desolado com a truculência da inspetora de uma feira, que se imolou numa cidade menor da Tunísia, um país ultra pacato onde nunca tinha acontecido nada. Mas as revoluções são assim mesmo. Um acúmulo de pequenas, e algumas não tão pequenas, mudanças quantitativas que dão lugar a mudanças qualitativas.

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Após as revoltas iniciais que tinham como objetivo pedir reformas e melhorias nas condições de vida na Síria, os protestos foram infiltrados e tomados por organizações que arrastaram potências regionais e os serviços de inteligência imperialistas e sionistas.

Jaish al-Fatah, que amplia a frente única e inclui Jabhat al-Nusra, mostra que as reacionárias monarquias do Golfo, a Turquia e o imperialismo têm enchido o bolso de várias dessas organizações.

Quem se confronta na Síria?

Hoje na Síria, o governo de al-Assad é apoiado pelo governo dos aiatolás iranianos, com o Hizbollah libanês em campo, e a Rússia, com a China por trás. A al-Qaeda (al-Nusra) e outros grupos coligados, são apoiados pelo Catar e a Turquia, com o imperialismo europeu por trás. A Arábia Saudita e a Jordânia, e, de maneira camuflada, os sionistas e a direita norte-americana, também apoiam a al-Qaeda (al-Nusra) e outros grupos guerrilheiros. A Administração Obama ora apoia um grupo, ora apoia outro grupo, ou vários ao mesmo tempo, como um bêbado equilibrista, na tentativa desesperada de estabilizar a situação.

A cobertura que a al-Jazeera tem feito dos líderes da al-Nusra só tem aumentado. E o mais “supreendente”, al-Nusra não foi colocada na lista de organizações terroristas pelos governos dos Estados Unidos e da Europa.

A propaganda do governo turco de que, supostamente, estaria treinando guerrilheiros “moderados” para enfrentar o Estado Islâmico não passa de pura demagogia. Na realidade, por causa da radicalização da situação política, os “moderados” têm se agrupado em torno de uma das três forças principais. Organizações que eram consideradas “moderadas”, como os “Revolucionários Sírios” ou o “Frente Levante” têm se incorporado aos grupos principais. Resta saber o porquê da campanha aérea contra o Estado Islâmico ter sido tão limitada. As enormes colunas que se movimentam através do deserto “não” têm sido avistadas pelos aviões e os satélites dos norte-americanos. Até pouco tempo atrás eram Toyotas; agora se somaram os blindados e os tanques de guerra.

Os guerrilheiros apoiados pela Turquia e o Catar avançam a partir do norte da Síria. Os guerrilheiros suportados pela Arábia Saudita e a Jordânia avançam desde o sul.

O governo de al-Assad está sendo cercado em torno de Damasco e as regiões vizinhas de maioria alawita. Com a ajuda da milícia libanesa, o Hizbollah, ainda mantém um corredor desde o Vale de Bekaa, no Líbano, passando por Damasco, Homs e Hama, até a costa do Mediterrâneo. O aperto militar também tem crescido desde o norte e o leste, além da concentração das operações do Estado Islâmico na região de Homs e Hama. Mas as contradições entre os vários grupos que atuam na Síria são grandes e têm levado a crescentes confrontos militares, o que tem dado fôlego ao governo al-Assad.

A crise na Síria tem irradiado a desestabilização aos países vizinhos. No Iraque e no Iêmen, a situação se tornou crítica. Na Jordânia e no Líbano, a estabilidade está por um fio. A crise tem aumentado o aperto sobre Israel e avança, a passos largos, sobre o coração da região, a Arábia Saudita.


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