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220511_chile1Chile - Opera Mundi - [Luciana Taddeo] Enquanto o presidente chileno Sebastián Piñera realizava, neste sábado (21/05), um discurso de prestação de contas públicas, segundo manda a tradição desta data no Chile, as ruas das principais cidades do país foram tomadas por manifestações. Inicialmente programadas como pacíficas, elas irromperam em cenas de destruição de patrimônio público, saque a um estabelecimento comercial, dezenas de feridos e centenas de detidos.


Entre as principais reclamações dos membros de organizações sociais, sindicais, estudantis e outros cidadãos que participaram dos protestos, estava a aprovação de um megacomplexo hidroelétrico na Patagônia, conhecido como Hidroaysen. Eles também reivindicavam melhores condições trabalhistas, o fim da privatização da educação, e a criticavam a ineficácia na reconstrução do país após o terremoto de fevereiro do ano passado.

Ao fim, focaram marcadas pelos violentos confrontos entre manifestantes e carabineiros – divisão policial do Ministério do Interior  chilena conhecida pela truculência na repressão de manifestações populares. Os ânimos já estavam esquentados devido à divulgação de imagens, registradas na noite anterior (20/05) por uma câmera de segurança durante uma marcha prévia em Santiago, que reuniu 40 mil pessoas.

O vídeo capta o momento em que dez policiais são encurralados por um grupo de manifestantes mascarados, armados com pedras e pedaços de ferro e madeira. Um dos uniformizados é atacado com um skate, cai no chão, e passa a ser sistematicamente golpeado, apesar das tentativas frustradas de outro carabineiro, desarmado, de defendê-lo.

Identificado como sub-oficial Mauricio Muñoz Nuñez, o policial foi finalmente socorrido por um civil e se encontra em estado grave, com diversas fraturas, no Hospital dos Carabineiros, onde outros três policiais estão internados por lesões. Segundo o prefeito de Santiago, Fernando Echeverría, as manifestações tiveram um "balanço lamentável”.

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Durante o discurso de Piñera, neste sábado, somente em Valparaíso cerca de nove mil pessoas se uniram à manifestação, que terminou em confrontos e imagens de destruição. Apesar das súplicas feitas pela maioria presente no protesto, cadetes da Marinha foram atacados pelas costas com pedras enquanto realizavam o desfile militar. Uma farmácia foi saqueada e semáforos e placas de sinalização foram derrubados e utilizados como armas ou barricadas.

Segundo a imprensa local, um grupo reduzido de pessoas atirou garrafas, bombas de fumaça e pedras nas forças de segurança. Na tentativa de dispersar os manifestantes, os carabineiros utilizaram carros com jato de água e, após quase uma hora de resistência, lançaram mão de um recurso que vem sendo amplamente rejeitado pela opinião pública: o gás lacrimogêneo.

Após denúncias de supostos efeitos abortivos da substância, o artefato químico frequente utilizado pelos carabineiros para reprimir manifestações, havia sido proibido há três dias pelo ministro de Interior e Segurança Pública do país, Rodrigo Hinzpeter. Segundo um balanço do município, 70 pessoas foram detidas durante os protestos e os prejuízos materiais chegam a 30 milhões de pesos chilenos (o equivalente a 105 mil reais).

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Na cidade de Concepción, no sul do país, cerca de cinco mil pessoas marcharam e se concentraram na Praça da Independência, onde participaram de um ato cultural. Horas depois, um grupo de jovens começou a provocar distúrbios, com ataque a casas particulares, destruição de um estabelecimento comercial e de bens públicos, além de agressões à imprensa que cobria o evento.

Na manhã deste domingo (22/05), Sebastián Piñera fez uma visita de cerca de 40 minutos ao sub-oficial agredido e garantiu: “Em nosso país, os violentos nunca vão ter a última palavra. Vamos procurar até o fim do mundo aos que agrediram nossos carabineiros de forma brutal e covarde”.


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