Numa acção paralela, as autoridades governamentais iniciaram em Hókwè o parcelamento de talhões para acolher os deslocados e eventuais vítimas de cheias e/ou inundações.
"Gostaria de dizer que esse trabalho já iniciou e estamos a contar com uma importante contribuição das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e de outros parceiros. Accionámos igualmente medidas preventivas para evitarmos o pior, porque as experiências anteriores foram mesmo dramáticas. Não queremos ver reeditada de forma alguma a tragédia de 2000. Estamos melhor preparados agora e as populações estão, felizmente, muito sensibilizadas, e sobretudo a colaborar para que tal cenário não volte a repetir-se", disse o administrador do Chókwè, Alberto Libombo.
Com efeito, o rio Limpopo atingiu ontem no Chókwè cerca de seis metros na escala hidrométrica, mais um metro em relação ao alerta local, facto que já está a provocar inundações nas regiões ribeirinhas de Macarretane e de Chate e consequente perda de dezenas de hectares de culturas diversas, com destaque para o milho, situação descrita, porém, como não sendo ainda alarmante.
Todavia, segundo Alberto Libombo, o sistema de captação de água à vila de Chilembene foi atingido pelas águas do Limpopo, o que já está a provocar restrições no fornecimento daquele indispensável líquido à vida das populações.
Perante tal cenário, os agricultores iniciaram há já algum tempo a retirada de equipamento agrícola, designadamente motobombas, tractores e outros bens das zonas consideradas de risco.
Vasco Munguambe, director do Projecto de Reabilitação da Barragem de Massingir, disse que as descargas estão na ordem dos 2000 metros cúbicos por segundo, e porque as chuvas a montante prevalecem continuar-se-á a notar uma subida considerável dos caudais do Limpopo.
"Isso significa que teremos que manter os níveis de alerta ao longo de toda a bacia do Limpopo, e em função das afluências a montante poder-se-á aumentar ou diminuir as descargas", disse.
Apesar desta variação de caudais, Vasco Munguambe considera que ainda não há motivos neste momento que possam justificar a retirada de pessoas em Chókwè, Guijá, Chibuto e Xai-Xai.
De acordo com o director-geral do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades, João Ribeiro, de facto tem se verificado anualmente uma redução do número de pessoas afectadas pelas calamidades. Como resultado, o Estado tem estado a gastar menos em programas de emergência.