A votação, inicialmente prevista para 27 de dezembro de 2015, já havia sido remarcada para este domingo, 24 de janeiro. Realizando diversas manifestações, ataques e tentativas de incêndio aos centros de votação, os haitianos protestam contra o que consideram um “golpe de Estado eleitoral”, que estaria sendo empreendido por processos fraudulentos e a ingerência estrangeira sobre os assuntos internos do país.
Barricadas com pneus queimados e automóveis apedrejados marcaram os protestos antes do segundo turno presidencial no Haiti.
Os manifestantes reclamam ainda a renúncia do presidente atual, Michel Martelly, e do primeiro-ministro, Evans Paul, além da dissolução do Tribunal Eleitoral e a formação de um governo de transição, para que haja novas eleições. A população pede também a saída das tropas da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) do país, cuja ação “humanitária” por mais de 10 anos estaria impedindo o país de recobrar sua soberania.
Após o anúncio do cancelamento do segundo turno presidencial, dois membros do CEP renunciaram ao cargo. O vice-presidente da entidade, Pierre Manigat Jr, mencionou compromissos assumidos anteriormente à sua designação como conselheiro. Outro integrante da instituição, Jaccéus Joseph, relatou, em cartadirigida ao presidente Martelly que não será cúmplice de eleições contaminadas por um déficit de credibilidade, que conduzirá o país a uma instabilidade política e à instalação de dirigentes ilegítimos.
No primeiro turno, em 25 de outubro do ano passado, o candidato do governo, Jovenel Moise(Partido Haitiano Tet Kale – PHTK), recebeu 32,76% dos votos, enquanto seu opositor, Jude Celestin(Liga Alternativa pelo Progresso e Emancipação Haitiana – Lapeh), obteve 25,29%.