Antes de começar, quero que dediquedes uns segundos a pensar nas seguintes questões: Quantas de vós escrevíades em galego segundo as normas da RAG antes de virardes reintegracionistas? E qual foi o motivo que vos levou a passardes à ortografia internacional? Já o tendes? Bem, pois começo com o artigo.
Na Internet galega existe um fenómeno chamado Lei de Berto, que diz que «a medida que umha discussom online em galego sobre qualquer tema avança, a probabilidade de que se mencione o reintegracionismo/isolacionismo achega-se a 1». Pode ver-se diariamente, por exemplo, nos comentários de qualquer jornal digital galego. E nom é nada mau em si mesmo —discutir pode ser produtivo—, o problema é a maneira em que é levada essa discussom. Porque muitas vezes as piores inimigas do reintegracionismo somos nós.
As pessoas que integramos o movimento reintegracionista somos umha minoria dentro da gente que usa e promove o galego, que à vez é umha minoria dentro da sociedade galega. E, por se fosse pouco, temos má reputaçom —as reintegratas querem anexar a Galiza a Portugal, acabar com a língua galega e que todo o mundo fale como Quim Barreiros—. Entom, nom podemos permitir-nos ir fazendo o imbecil nem entrar em pelejas absurdas que nom levam a nengures.
Já o sei, é mui frustrante falar com alguém que menospreza o modo em que escreves, que te acusa de cousas inverossímeis e que nom usa argumentos racionais. Mas de que serve termos a razom ou ganharmos umha discussom quando isso nos afasta do nosso objetivo? Se atravessas a rua com o semáforo em verde e vem um camiom fungando, terás toda a razom e ganharás a discussom sobre quem tivo a culpa, mas acabarás nas urgências com um politraumatismo.
O nosso objetivo como reintegracionistas, nestes momentos, é que a gente reflexione sobre a identidade do galego e a maneira de escrevê-lo. A gente escreve na ortografia da RAG porque é a que aprendeu, porque é a omnipresente, porque nom conhece outra realidade. Na escola dixérom-lhe que falamos umha língua de 3 milhões de falantes, enclausurada nas fronteiras da Comunidade Autónoma de Galicia. É o nosso trabalho fazer ver que nossa fala é na realidade um dos sabores dumha língua que se fala em todo o mundo, e que existe outra maneira de escrevê-la que nos achega a toda essa comunidade de falantes. E depois, a gente poderá concordar connosco ou nom, e isso nom nos pode anojar. Nom é a nossa meta que todas as pessoas opinem como nós, senom que todas possuam os argumentos para poder ter umha opiniom própria.
Entom, a próxima vez que fores entrar numha discussom ou escrever um comentário, primeiro pensa: É necessário? Vai ajudar a chegar ao nosso objetivo? Ou só me vai fazer sentir superior e importante? E se finalmente decides fazê-lo, pensa em como eras antes de te tornares reintegracionista, pensa em que foi o que che fijo mudar de ortografia, e tenta falar do mesmo jeito que gostarias que che tivessem falado daquela. Nom necessitamos soldados, necessitamos diplomatas.