São em realidade falsos-frutos, sementes envolvidas por um arilo carnoso de sabor doce e agradável, que é a única parte comestível da planta, pois o resto contém taxina, um alcalóide altamente venenoso, que pode ser mesmo mortal. Contam que os últimos resistentes do Monte Medúlio, já sem qualquer hipótese de vitória frente ao invasor romano, optaram por se suicidar bebendo um chá de teixo. Há relativamente poucos anos, a indústria farmacêutica descobriu na taxina interessantes propriedades anticancerígenas. O que mais uma vez ilustra a necessidade imperiosa de preservar a biodiversidade e o património genético.
O teixo é uma conífera dióica (existem indivíduos masculinos e femininos), com uma área de distribuição que abarca das Ilhas Britânicas aos Himalaias. Cresce lentamente e pode alcançar os 20 metros de altura. A sua madeira é resistente, flexível e de boa qualidade, polo que é empregada no fabrico de peças de mobiliário, arcos de flechas e de violino, esculturas, marchetaria, etc...
De grande longevidade (calcula-se que o teixo do cemitério de Brabourne em Kent, Inglaterra, tenha mais de 3.000 anos), foi árvore venerada polos celtas e, ainda hoje, está presente em muitos cemitérios dos países da Europa Atlântica, onde simboliza a Imortalidade (o mesmo que o cipreste na cultura mediterrânea). Também na Nossa Terra é frequente encontrarmos teixos nos campos-santos.
A toponímia galega fala-nos da sua abundância noutros tempos: Teixeda, Teixeira, Teixeiro, Teixedais, Teixedelos, Teixedo, Teixido, Teixim... embora na actualidade seja raro nas nossas florestas, abundando algo mais nas serras orientais onde aparece, geralmente, como pés isolados no meio de outras espécies arbóreas. As causas desta escassez devem-se atribuir à sua eliminação sistemática dos montes devido a que as suas propriedades tóxicas o tornavam potencialmente perigoso para o gado. A Galiza ainda conserva um dos mais extensos bosques de teixos da Europa, o Teixedal de Casaio, que se acha no Maciço de Pena Trevinca e tem 404 exemplares catalogados e uns 5 hectares de superfície.
Mas o teixo deixou os nossos bosques e ocupou os nossos jardins onde mostra a sua singular beleza e uma óptima resistência à poluição urbana. Há-de lhe fazer muita falta ...
Através do PGL