Os sardos e as sardas viraram as costas de forma quase unânime à construção de usinas nucleares na Sardenha. Em um referendo realizado entre 15 e 16 de maio, um pouco mais de 97% dos eleitores disseram que não querem energia nuclear no seu país. A participação foi de quase 60%, o que meios de comunicaçao sardos e os italianos não hesitam em descrever como "recorde".
A votação, que não foi vinculativa, coincidiu com as eleições municipais realizadas em várias cidades da Sardenha. A questão do referendo perguntava se a populaçao da Sardenha era "contrária à instalação de usinas nucleares na Sardenha e lugares para armazenamento dos resíduos radioactivos". O "sim" obtive mais de 95% em todas as províncias da ilha.
Os próximos 12 e 13 de Junho haverá outro referendo neste caso em todo o Estado, onde se realizará a mesma pergunta. O comitê estadual em favor do "sim", comemorou o resultado da Sardenha, que descreveu como "brilhante vitória".
Na Sardenha, a maioria dos partidos e organizações tinham feito campanha para a proibição de energia nuclear, com o presidente da Sardenha, Ugo Capellacci no leme. Os partidos independentistas da Sardenha, que historicamente foram contrários à energia nuclear, também pediram o voto "sim". Independência República da Sardenha, por exemplo, argumentou que as nucleares levam à "militarização" da ilha e representam um perigo para a sua população. Sardigna Natzione descreveu como "vitória do povo sardo" a oposição à energia nuclear.
No mês passado, após o desastre e Fukushima, o governo italiano decidiu prorrogar a moratória sobre a construção de usinas nucleares na Itália.