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expochaim1Brasil - Opera Mundi - [Patrícia Dichtchekenian] Nove imagens impactantes e sensíveis da lente de Gabriel Chaim dão rostos e nomes para as vítimas do conflito que já dura mais de quatro anos.


Todos os dias, a guerra civil na Síria deixa vítimas e afeta diretamente as pessoas que ali buscam sobreviver. Atualmente nos arredores da cidade de Raqqa, a “capital” do Estado Islâmico no país de Bashar al-Assad, o fotógrafo brasileiro Gabriel Chaim não conseguiu sair para voltar ao Brasil e participar da abertura da sua exposição, que estreou na quinta-feira (03/12) em São Paulo.

Desde 2013, Chaim documenta e fotografa o conflito que teve início em 2011 e já deixou mais de 200 mil mortos, além de mais de 4 milhões de refugiados. O resultado é a mostra Filhos da Guerra: O Custo Humanitário de um Conflito Ignorado, um projeto em parceria com a ONG internacional Human Rights Watch (HRW).

Expostas em grande dimensão, as nove fotografias dão rostos e nomes para as pessoas que estão submetidas ao conflito sírio, mas que geralmente são esquecidas na frieza de uma cobertura de guerra mainstream: as viúvas, os jovens soldados, as crianças órfãs que brincam nos escombros, a combatente curda que carrega o caixão de sua amiga.

Além das impactantes imagens — feitas em focos de tensão, como Aleppo, Kobani e Sinjar, cidade iraquiana próxima ao Curdistão sírio —, a mostra tem também um vídeo feito por drones que denunciam a atual realidade da nação.

Para o curador, Marcello Dantas, a cobertura da guerra na Síria é marcada pelo monopólio da imagem do Estado Islâmico. “Isso é injusto. A representação humana daqueles que sofrem o impacto direto do conflito é que está pagando este preço”, afirmou na abertura da exposição para convidados e imprensa na terça 01/12.

“Nós, como ativistas, temos o dever de resistir para manter o direito à esperança e vencer o desespero”, acrescentou Iain Levine, vice-presidente da organização de direitos humanos internacional.

Já a diretora do escritório no Brasil da HRW, Maria Laura Canineu, estabelece uma relação entre as violações na Síria e os abusos cometidos no Brasil, desde presídios e escolas, até a violência contra as mulheres, os indígenas e a população LGBT. Aos seus olhos, há uma contradição entre a empatia brasileira com os refugiados sírios – que geralmente são brancos – e a intolerância perante minorias representativas no país latino.

“Principalmente depois das fotos do menino Aylan [refugiado de três anos encontrado morto em uma praia na Turquia em setembro], muitos brasileiros se mobilizaram em relação aos sírios. Mas o Brasil é um país de contradições, né”, comenta Canineu a Opera Mundi.

“A gente avançou muito em vários direitos depois da ditadura, mas ficou uma cultura de muita intolerância em relação ao outro, às minorias, ao negro, ao bandido. Acho bem-vinda a comoção com sírios, mas, sem fortalecimento da integração de todos os refugiados, ela não é eficiente”, acrescenta.

Para a delegação brasileira da HRW, a exposição é mais um esforço para influenciar Brasília a tomar uma postura mais pró ativa em relação à sua política externa em direitos humanos. Na abertura da mostra, também estava presente uma família de refugiados sírios, responsável por fornecer os quitutes do evento.

Aos olhos de Ghazal Baranbo, que chegou a São Paulo de Damasco há dois anos com o marido e três filhos no colo, a exposição é uma boa maneira de desmistificar a imagem do muçulmano como terrorista. “Muitas pessoas têm uma ideia errada do Estado Islâmico e acham que todos os muçulmanos são autores das bombas na França [aludindo aos ataques de Paris que mataram 130 em 13 de novembro]. Não é bem assim”, afirma.

SERVIÇO

Filhos da Guerra: O Custo Humanitário de um Conflito Ignorado, de Gabriel Chaim
De 03/12/2015 a 16/01/2016
Zipper Galeria (Rua Estados Unidos, 1.494. Tel 11 4306-4306)
De segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Grátis

 


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