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1.jpghizkgx1.pngPorto Rico - La Radio del Sur - [Tradução de Eduardo Vasco para o DL] Quando se fala em Porto Rico, nos vem à cabeça a grandeza do Caribe. 


 Lindas praias cristalinas, abundantes palmeiras, a salsa dura de Héctor Lavoe junto à Fania All Star e dezenas de jogadores de beisebol contratados pela Grandes Liga (MLB, na sigla em inglês).

Sobram bondades ao país caribenho, cheio de destinos turísticos. Seu nome (Porto Rico) alude às riquezas que partiam do Porto de San Juan Bautista; nome atribuído por Cristóvão Colombo, há mais de 500 anos. No entanto, talvez alguns desconheçam que é regido pelo Governo de Barack Obama e que pesam sobre a ilha 116 anos de neocolonialismo gringo, antecedidos de quatro séculos de julgo espanhol.

A propósito da ingerência estrengeira sobre a soberania portorriquenha, movimentos sociais e políticos vinculados à independência da ilha e a sua renúncia, de maneira definitiva, a sua condição de Estado Livre Associado, aprovam a integração de Porto Rico à Comunidade de Estados Americanos e Caribenhos (Celac).

Isso foi proposto pelo presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, que no última dia 8 de janeiro, durante um ato de Governo, propôs que a ilha passe a formar parte do bloco regional e participe na Cúpula da Celac que se celebrará entre 28 e 29 de janeiro em Havana, Cuba.

"Porto Rico livre será independente", disse durante o ato de comemoração do 55º aniversário da Revolução Cubana, realizado em Caracas.

"É hora de Porto Rico tomar o caminho da América Latina. Mais cedo do que tarde veremos a independência de Porto Rico", manifestou.

Também enfatizou o dia que os países latino-americanos serão testemunhas da construção de uma República portorriquenha. "Seria nossa maior homenagem aos gigantes: (Simón) Bolívar, (José) Martí e (Hugo) Chávez", disse.

Esta proposta foi aplaudida por Fernando Martín, líder do Partido Independentista Portorriquenho (PIP). "É um objetivo que temos presente e em que trabalhamos. Vimos apoiando desde que se fundou a Celac", afirmou.

Para a presidenta do Movimiento Unión Soberanista (MUS), Maria de Lourdes Guzmán, as palavras do presidente Maduro representam a reafirmação do que foi a solidariedade histórica do Governo venezuelano com a petição de que Porto Rico forme parte da comunidade internacional. "O presidente Maduro levantou sua voz para visibilizar a Porto Rico como povo latino-americano e caribenho, abrindo o caminho à rota descolonizadora, tão necessária."

Representantes das citadas forças políticas indicaram que assistirão a eventos paralelos à cúpula da Celac em Cuba.

A ORIGEM IMPERIALISTA

Com a invasão norte-americana (1898) se desperta o ideal da independência na ilha. Este havia sido considerado como uma opção política distinta a mais de quatro séculos sob o regime espanhol.

Em 2 de março de 1917, a Lei Jones (também conhecida como a Ata Jones) transformou todo aquele nascido na ilha em cidadão estadunidense. Só 287 pessoas decidiram rechaçar a nova cidadania e reter o estatuto de cidadãos de Porto Rico. O que os impedia de votar e os deixava sem proteção constitucional. Enquanto se estendia o benefício da constituição americana para o resto dos cidadãos.

A Lei Jones alterou a estrutura do Governo de Porto Rico; separou os três poderes do Governo (Executivo, Judiciário e Legislativo). O poder Executivo estaria composto por um governador, nomeado pelo Presidente dos Estados Unidos com o consentimento do Senado. Sob esta lei, os portorriquenhos conseguiram acesso a alguns postos como chefes de departamentos, que formariam uma junta consultiva do governador.

Foram criados corpos legislativos: Senado e Câmara de Representantes, ambos corpos eleitos pelo voto direto dos portorriquenhos, ainda que se regulasse o procedimento legislativo muito mais do que na Lei Foraker, assim nomeada pelo senador de Ohio Joseph B. Foraker, também conhecida como Lei Orgânica de 1900, foi a primeira norma judicial aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos da América para organizar o governo civil de Porto Rico.

Fundado em 1938, o Partido Popular Democrático juntou a muitos nacionalistas e outras pessoas identificadas como independentistas, com a esperança de que talvez esse partido fosse o veículo para realizar tal ideal. Mas este caminho não era agenda imediata para o líder da organização, Luis Muñoz Marín, que abandonou o ideal independentista, abraçando a criação do conceito de Estado Livre Associado (ou colonialismo).

JUAN MARI BRÁS

Em finais dos anos 50, dois líderes de esquerda iniciariam de novo o caminho pela emancipação do povo "boricua". Se tratava de Juan Mari Brás e Oscar López Rivera. O primeiro, aos 17 anos de idade, se juntou à Federación de Universitarios Pro Independecia (FUPI). O movimento estava integrado por jovens inteligentes, honestos, amigos, mas diferentes do resto da comunidade universitária. Estavam interessados na causa nacionalista e soberana.

"Nós éramos inimigos da injustiça social e prestávamos cuidadosa atenção a alguns jovens barbudos que se haviam levantado em armas contra o governo que tiranizava a irmã república de Cuba", escreve em suas memórias o líder pró-independentista.

Em março de 1976, enquanto fazia campanha como candidato ao governo pelo PSP, um de seus filhos, Santiago Mari Pesquera, foi brutalmente assassinado. Até hoje este crime permanece impune e sem se resolver.

Em sua ânsia de conseguir a unidade entre os diferentes setores do movimento independentista, Mari Brás fundou em 1989 a organização Causa Común Independentista.

Durante uma visita à Venezuela, em 11 de julho de 1994, Mari Brás renunciou formalmente à sua cidadania estadunidense na embaixada dos EUA em Caracas, desatando assim um enérgico debate em Porto Rico sobre o tema da cidadania. Faleceu na madrugada de 10 de setembro de 2010, aos 83 anos, após uma prolongada convalescência de vários meses.

LIVRE ASSOCIAÇÃO GANHOU EM 2012

Junto às eleições presidenciais e estaduais nos Estados Unidos, em novembro de 2012, se produziu em Porto Rico um referendo de opções políticas sem caráter vinculante: a anexação, a manutenção do Estado Livre Associado (colonial) ou a independência. Durante décadas, a opção majoritária foi a intermediária, explicitamente colonial, desta vez o resultado da consulta se manteve inalterado.

Uma minoria representada pelos grandes capitais e os interesses do império norte-americano conseguiu somar a maioria dos votos. Através de uma poderosa campanha eleitoral baseada em ideais entreguistas se posicionou a tendência colonialista.

Em um ambiente marcado pela abstenção, o Governador eleito pelo Partido Popular Democrático foi Alejandro García Padilla, com 47,81%. Com este triunfo Padilla pôs fim às aspirações que tinham os anexionistas de dar um passo a mais à integração da ilha caribenha aos Estados Unidos, já que em recentes declarações apostou por continuar com o Estado Livre Associado (ELA) como a opção política mais adequada.

As principais tendências tradicionais sempre foram impostas sobre a primeira. A opção independentista sempre foi satanizada pela ultra-direita conservadora.

INGLÊS SUBSTITUIRÁ O ESPANHOL

O inglês substituirá progressivamente o espanhol como a língua do sistema educativo público de Porto Rico segundo um plano de 10 anos que começou em agosto de 2012.

O objetivo é conseguir que o programa se estenda aos centros da rede pública, segundo a Secretaría de Educación Pública. O inglês se pôs como língua no sistema educativo público entre 1900 e 1948, apesar de 96% da população falar espanhol.

32 ANOS PRESO POR LUTA INDEPENDENTISTA

Os Estados Unidos têm raiva de Oscar López Rivera. Neste 5 de janeiro completou 70 anos de idade e quase 32 anos de prisão nos Estados Unidos acusado de sedição contra o governo colonial dos EUA em Porto Rico. O preso político que está a mais tempo entre as grades é caribenho. Eduardo Villanueva Muñoz não deixa de repetir a enésima contradição em que incorre o Prêmio Nobel da Paz e presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Para o porta-voz do Comité Pro Derechos Humanos de Porto Rico, é inconcebível que Obama se horrorize ante os abusos cometidos contra o líder político sul-africano Nelson Mandela, quem esteve 27 anos encarcerado por sua luta contra a exclusão racial, e seja indiferente ante o caso de López Rivera, que em maio cumprirá 32 anos de reclusão em prisões dos Estados Unidos, segundo resenha a INS.

Em 1976, comprometido com a causa da independência de Porto Rico, ingressou à clandestinidade. Em 1981 foi detido e acusado de conspiração sediciosa e de pertencer às Fuerzas Armadas de Liberación Nacional (FALN) e sentenciado a 55 anos.


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