Esse foi o objetivo principal do maratônico programa do presidente da nação sul-americana em Hanói, onde se reuniu com o presidente Truong Tan Sang, o primeiro-ministro Nguyen Tan Dung e o secretário geral do Partido Comunista do Vietnã, Nguyen Phu Trong, entre outras autoridades.

Sem dúvida, relançar as relações foi a frase mais pronunciada pela delegação venezuelana cuja estadia de pouco mais de 24 horas incluiu um encontro com executivos empresariais.

Ambos países estabeleceram vínculos diplomáticos nos dia 18 dezembro de 1989, mas estes cobraram força com a chegada ao poder da Revolução Bolivariana liderada por Hugo Chávez, que esteve no Vietnã em 2006.

Embora as relações econômicas exibam mais de 60 convênios nos setores de energia, petróleo, construção de moradias e agricultura, entre outros, ambas partes reconhecem que seu potencial é muito maior.

Um dado ilustra um pouco feito em uma área tão importante e dinâmica como o comércio, e mais que isso, o quanto estas duas economias podem contribuir com a exportação e importação de seus respectivos produtos.

O intercâmbio comercial está estimado em menos de 100 milhões de dólares anuais. Tão baixa cifra explica uma das metas nas quais o presidente Maduro concordou com o presidente anfitrião: elevar esse total a pelo menos 1 bilhão de dólares.

Os investimentos também se reanimaram nesta ocasião.

Estatísticas oficiais indicam que o Vietnã desembolsou até abril passado 1.800 bilhão de dólares para projetos na Venezuela e agora se anunciaram mais oportunidades como parte da aliança no setor energético. Os novos negócios abarcam a área petroleira e gasífera.

Dos resultados da visita se destaca também um acordo sobre projetos de cooperação agrícola para o período 2015-2018, mediante o qual este país assistirá a nação sul-americana na identificação, implementação e aplicação de atividades no desenvolvimento do cultivo do arroz, aquicultura e a produção de gado bovino.

Esse balanço corresponde-se com um dos objetivos básicos da viagem, adiantado de Caracas pelo presidente venezuelano: reimpulsionar os planos de desenvolvimento agrícola "que vimos trabalhando e estão muito sólidos".

Detalhes de tudo isso explicou Maduro em seu encontro com os empresários. Do mencionado acordo se beneficiarão três grandes motores produtivos que estarão localizados no Ocidente, Centro e Centro-Oriente da Venezuela para produzir carne, leite e arroz.

Com a aquicultura, o governo propõe-se também a diversificar a produção como parte do desenvolvimento agroindustrial que impulsiona.

A esses resultados somam-se novas fórmulas de financiamento para respaldar os projetos bilaterais, cuja execução deve ser imediata, a julgar pelos preparativos em marcha para que especialistas e empresários vietnamitas viajem ao país sul-americano no próximo mês.

As novas alianças e acordos permitirão a ambas partes avançar em suas relações econômicas, no empenho de levá-las ao nível das políticas.

Nessas últimas reconhecem-se convergências em muitos temas e organismos internacionais por tratar-se de nações em desenvolvimento.

Essa posição torna-se realidade sobretudo em foros da ONU, do Movimento de Países não Alinhados e da Cooperação Sul-Sul.

Para o Vietnã, o fortalecimento dos vínculos com a Venezuela pode transcender o plano bilateral e contribuir para seu objetivo de ampliar os nexos com todos os países possíveis, incluídos os da América Latina e do Caribe, e assim conseguir uma maior participação na economia global.

Deve recordar-se que a nação sul-americana mantém estreitas relações com Estados vizinhos favorecida por sua condição de fornecedor de produtos energéticos, em condições vantajosas para os importadores, mediante a aliança do Petrocaribe. Esse bloco está integrado por cerca de 20 territórios.

Por tudo isso pode se afirmar que os vínculos entre Venezuela e Vietnã vivem já um processo mais dinâmico e de maior conteúdo depois da recente visita de Maduro, que em todo momento destacou ter vindo para retomar os projetos lançados pelo presidente Chávez.

Se necessita-se de uma frase para resumir os resultados desta viagem e as perspectivas dos nexos bilaterais, cabe citar o presidente venezuelano: estamos dando os passos para avançar em uma nova, mais ampla e acelerada etapa de trabalho integral.