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040715 hondHonduras - PCB - [Giorgio Trucchi] Milhares de hondurenhos e hondurenhas voltaram a mobilizar-se em Tegucigalpa e outras cidades do país, acenando suas tochas e exigindo a instalação de uma Comissão internacional contra a impunidade e juízo político para os funcionários públicos, incluindo o presidente Juan Orlando Hernández, envolvidos no vergonhoso desfalque do Instituto Hondurenho de Seguridade Social (IHSS).


O povo hondurenho volta novamente à rua exigindo o fim da impunidade e castigo para os corruptos

Cinquenta ou cem mil, mas possivelmente mais. Difícil saber com exatidão quantos hondurenhos e hondurenhas atenderam esta nova convocatória da denominada “Oposição Indignada”, enchendo pela quarta vez (alguns dizem que pela quinta) as ruas da capital e de outras cidades do país.

Exigem, como vêm fazendo há quase dois meses, a instalação imediata de uma Comissão Internacional contra a impunidade em Honduras (CICIH) e que o Congresso inicie um julgamento político contra aqueles funcionários públicos – incluindo o presidente Juan Orlando Hernández – responsáveis pelo desfalque e quebra da Seguridade Social.

Paralelamente, repudiam um suposto diálogo nacional convocado pelo presidente Hernández, na Casa Presidencial, argumentando que se trata de um monólogo entre os mesmos atores – públicos e privados – corresponsáveis pela grave situação que está afundando o país na miséria, na violência, na falta de institucionalidade, na corrupção e na impunidade.

Em Tegucigalpa, milhares de tochas acompanharam este povo indignado, iluminando o caminho até chegar às imediações da Casa Presidencial, onde oito jovens hondurenhos se somaram a uma greve de fome indefinida. Outras cinco pessoas tomaram a mesma decisão em San Pedro Sula.

Protegidos pela bandeira hondurenha, os jovens indignados ofereceram seu testemunho.

Quatro deles continuam fechados atrás de vergonhosas cercas metálicas colocadas irracionalmente pelas forças militares e policiais, que resguardam o lugar.

Sentados em pequenas cadeiras, com o corpo debilitado após cumprir quatro dias ingerindo somente água com mel, demonstraram sua valentia e sua firme intenção de seguir adiante. Atrás deles, centenas de militares e policiais, ameaçando com repressão e violência.

Impressionante uma fotografia divulgada na tarde de ontem, que mostrava o estacionamento da Casa Presidencial repleto de efetivos e corpos especiais do exército e da polícia nacional fortemente armados, pequenos tanques blindados e caminhões antidistúrbios lança-água.

Opressão grosseira: Força bruta

“Aqui, temos um povo que clama pela justiça, pelo respeito à institucionalidade, que exige castigo para os corruptos e o fim da impunidade. Pelo contrário, atrás de mim, está uma presença militar e policial impresionantes e ridícula ao mesmo tempo.

É o exemplo claro da ditadura que estamos vivendo. Desde que nos instalamos sofremos as provocações e o assédio constante de militares e policiais. Porém, não importa. Esta luta é do povo e hoje este povo está aqui, solidarizando-se conosco.

Isto nos motiva a seguir adiante, ainda que fisicamente esgotemos nossas forças, nosso espírito se fortalece, porque sabemos que somos parte de um povo digno, que o único que sonha é com uma Honduras melhor”, disse Darwin González, porta-voz do Movimento dos Indignados de Honduras, à LINyM.

Esta situação de clara e reiterada violação dos direitos humanos dos grevistas e seus acompanhantes foi constatada e denunciada por diferentes organizações de direitos humanos, cujos representantes são os únicos que possuem acesso ao lugar.

“Pedimos à cooperação internacional que não continuem financiando estas instituições corruptas. A que serve financiar programas ou trazer dinheiro, se afinal fica nos bolsos dos corruptos?

Enquanto isso, o povo fica cada dia mais pobre, não tem trabalho, nem acesso à saúde e á educação, e vive uma situação de constante insegurança.

Façam os investimentos através de organismos transparentes, porém não através deste governo corrupto”, alertou Miguel Briceño, que chegou a seu quinto dia de greve de fome, durante uma entrevista com uma organização humanitária dinamarquesa.

“Não queremos falso diálogo. Queremos uma CICIH”.

Ariel Varela, outro dos grevistas, confirmou que a denominada “Oposição Indignada” não quer um diálogo com este governo e que está terminando de preparar uma proposta técnica que será apresentada ante as Nações Unidas para que se instale uma CICIH, com plenos poderes de investigação e repressão.

“Tanto o suposto diálogo, que não é outra coisa que um monólogo entre os cúmplices em atos de corrupção, como esta excessiva militarização do lugar, e o maltrato que estão nos oferecendo, são uma demonstração da fraqueza deste governo.

Vamos até as últimas consequências e daqui não vamos nos retirar. Estamos firmes em nossa convicção e temos o respaldo deste povo digno”, disse Germán Enrique Ayala, outro jovem em greve de fome.

Neste domingo, 28 de junho, sexto aniversario do golpe que em 2009 derrubou o presidente Manuel Zelaya, o povo hondurenho voltará novamente à rua para recordar e denunciar a brutal ruptura da ordem constitucional.

Para muitos, a difícil situação que hoje se vive em Honduras é a consequência direta daqueles trágicos eventos de 2009, que deixaram a institucionalidade em pedaços e reposicionaram os grupos do poder ou grupos de fato, que continuam dominando a política e a economia hondurenha.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)


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