Cabello mostrou evidências que vinculam o opositor COPEI (Comitê de Organização Política Eleitoral Independente), conhecido também como Partido Verde, com planos de assassinato contra a promotora Katherine Harrington, assinala o diário Correo del Orinoco.

A promotora teve a seu cargo a investigação de casos de membros da oposição, entre eles a ex-deputada María Corina Machado e o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, este último acusado e preso pelo crime de conspiração.

Harrington aparece também entre os sete funcionários venezuelanos sancionados por medidas unilaterais adotadas pelos Estados Unidos, que o governo da Venezuela considera ingerencistas.

A magistrada também acusou em fevereiro de 2014 o estudante venezuelano Lorent Gómez Saleh por preparar ações terroristas neste país, em associação com o ex-presidente colombiano Alvaro Uribe.

Cabello assinalou que em conversas informais desses grupos, ao se referirem à promotora o dirigente Carlos Melo disse algo como: "com a condição de que não vai acontecer a ela como aconteceu com Danilo Anderson (procurador assassinado quando adiantava investigações vinculadas aos acontecimentos do golpe de Estado e a sabotagem petroleira de 2002).

Essas conversas, segundo Cabello, se realizaram na casa do deputado suplente Juan Carlos Palencia, da opositora Ação Democrática, localizada na urbanização Tamarindo, Villa del Rosario, em Cúcuta, departamento colombiano do Norte de Santander.

Informações oferecidas ao legislador por colaboradores dão conta também que nesses encontros participaram o deputado Gustavo Delago, do COPEI, o vereador do município San Cristóbal de Táchira, José Vicente García, e o vereador David Pernía do município Cádernas, também militantes do Vontade Popular.

Cabello informou sobre outra reunião na quinta Cujicito, sede do partido COPEI, em 1 de março, onde Melo fez comentários sarcásticos sobre as declarações do presidente da República, Nicolás Maduro, em repúdio às medidas anunciadas por Washington.

No mês passado, o também vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela havia apresentado na televisão outras provas que associam a COPEI com o frustrado golpe de Estado de 12 de fevereiro último.

Então Cabello mostrou o áudio de uma conversa telefônica entre o presidente do partido COPEI em Caracas, Antonio Ecarri, e o secretário geral nessa própria cidade, Rogelio Díaz, na qual falavam da sedição.

Para Ecarri, essa via é um caminho possível para chegar a Miraflores, segundo afirma nas gravações.