No contexto do processo de paz instalado em Havana, desde 2012, com o governo do presidente Juan Manuel Santos, o comandante Matías Aldecoa, das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP), fez uma alusão sobre as responsabilidades sistêmicas e múltiplas diante das vítimas do conflito.
Nesse sentido, Aldecoa apontou a reponsabilidade aos Estados Unidos e às outras potências devido à suas concepções imperialistas de "senhor e policial" do mundo.
Tudo isso é materializado na imposição da Doutrina de Segurança Nacional, no treinamento de oficiais e na participação direta no conflito com tropas, bases militares, financiamento de planos específicos de guerra e inteligência, entre outros aspectos. Por outro lado, Aldecoa reiterou que os setores da economia e suas entidades sindicais, inclusive as empresas multinacionais, devem assumir e reconhecer sua responsabilidade na origem e na duração do conflito na Colômbia.
Ele disse que são muitos empresários que se beneficiam da guerra, especialmente aqueles que de maneira direta estão no negócio de armas e tecnologia bélica.
O porta-voz da guerrilha se referiu também à alta responsabilidade que cabe aos meios de comunicação em massa, por sua contribuição direta no açodamento da guerra, na promoção de campanhas permanente de desinformação, diversionismo ideológico e guerra psicológica.
Aldecoa assinalou que os partidos e os movimentos políticos, em sua grande maioria, têm enorme responsabilidade na escalada da guerra e devem admitir isso de maneira clara e categórica.
Tudo isso, segundo ele, no afã de tentar resolver o conflito pela via militar, legislaram a favor da guerra por meio de suas bancadas no Congresso e também impuseram uma cultura de confronto e extermínio do povo.