Em um comunicado que parafraseou a letra da famosa canção Imagine, do músico britânico John Lennon, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) expressaram estar de acordo com Santos em imaginar um país em paz e pediram que isso se transforme em fatos concretos.
Como gesto de generosidade com o povo e as vítimas que clamam por um mundo sem hostilidades, deveria ser proceder a oferecer não só uma canção de paz, mas também o fato concreto de cessar-fogo bilateral que evite mais derramamento de sangue e o armistício que nos coloque na reta final de nossa reconciliação, assinalou a guerrilha.
Além disso, exigiu de Santos -que de visita nos Estados Unidos- o esclarecimento de fenômenos como o paramilitarismo, uma das reivindicações mais reiteradas neste processo de paz que, atualmente, debate o tema das vítimas do conflito interno colombiano que já dura mas de 50 anos.
Fazer uma viagem em função da paz, como a que está protagonizando o presidente nos Estados Unidos, implicaria então, para ir além da retórica, esclarecer, entre outros, sem mais evasivas, o fenômeno do paramilitarismo para desentranhar suas origens, seus efeitos e os responsáveis, expressou a guerrilha.
A guerrilha também pediu a Santos a abordagem de temas sensíveis dentro do confronto, como "a ingerência no conflito interno por parte de potências estrangeiras que mantêm a Colômbia em condições de país ocupado, e assuntos como o uso desproporcional da força em um plano de assimetria criminosa, por parte do governo".
Igualmente, de acordo com os debates que acontecem por estes dias nas Nações Unidas sobre a mudança climática, as FARC-EP insistiram na necessidade de ações na Colômbia "que ponham ponto final à devastação de nosso meio e suas riquezas naturais".
Para isso, demandaram a suspensão das "pulverizações aéreas de agentes químicos que tanto dano e vítimas têm causado nos campos da Colômbia e deter a feira de licenças a companhias mineiras e petroleiras, entre outras, que ameaçam o ecossistema" do país sul-americano.