1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)

250315 quitoEquador - Dayuma Ecuador - [karla kalapaqui, tradução do Diário Liberdade] "Reclamando os nossos direitos nas ruas".


Este 19 de março de 2015 desenvolveu-se a Marcha da Resistência convocada pela Frente Unitária de Trabalhadores, organizações sociais como a CONAIE, Frente Popular, etc, à que se somaram milhares de equatorianos em várias províncias do país. A convocação foi bem-sucedida, tanto no quantitativo como no qualitativo.

Mais de 250 mil pessoas foram à cita em todo o País. A marcha dos 4 pelagatos rompeu todo pronóstico, superou as três marchas que se desenvolveram no ano anterior, com um elemento adicional: a gente está perdendo o medo, as organizações sociais articulam-se em ações unitárias e reforçam o seu tecido tão afetado pelas políticas impostas para dividir o movimento social.

Entre milhares de palavras de ordem, a que mais se ouviu: "Fora Correia fora", a criatividade, o talento dos jovens plasmada em centenas de cartazes, os artistas, os músicos, a alegria com que enfrentamos o boicote constante e desesperado, diferencia-nos, qualifica-nos.

Acordou Quito, que tem uma importância política no País, e que foi o "mau exemplo" para o resto de cidades. À nossa memória histórica recente vêm as imagens deste povo lutador, irreverente, ingovernável, que tombou três governos corruptos e que agora expressa o seu descontentamento com o governo de Rafael Correia. Guayaquil, Cuenca, Portoviejo, Ibarra, Latacunga, Ambato, Loja, entre outras, milhares tomaram as ruas para dizer basta à prepotência e autoritarismo, mas foi na capital de Chimborazo, Riobamba, onde Rafael Correia se encontrava, (digamos fugindo dos quiteños) na que teve que enfrentar a rejeição popular. Afinal, 11 detentos por uma suposta "emboscada", de "50 'joga-pedras' contra cinco mil valentes", de filme!

8 anos de ter beneficiado a banqueiros, suas utilidades incrementaram-se notavelmente desde inícios do regime, nestes anos ganharam 2.295,5 milhões, como em nenhum governo; um setor de empresários beneficiados pelos contratos com o Estado, outros com as politicas econômicas e leis encaminhadas a aprofundar a exploração e a desigualdade social. E Rafael diz "aqui já não governa o FMI" mas todas as medidas econômicas são receituário fundomonetarista! Um regime que abriu as portas à locomotiva mineira e petroleira, despojando camponeses e indígenas, destruindo zonas biodiversas e criminalizando a sua luta; a inexistente reativação do aparelho produtivo, o TLC com a UE em detrimento de nossa soberania. 8 anos de impulsionar leis antipopulares, antioperárias que atropelam direitos e a mesma Constituição. O endividamento crescente e o submetimento aos Chineses, hipotecaram a nosso país. Nem falar da má manipulação econômica, onde o economista Rafael Correia sacou 0.

Milhares manifestaram-se neste dia 19 de março contra a violação paulatina de direitos humanos, trabalhistas, sociais, constitucionais, contra o assédio político, o linchamento mediático, a falta de liberdades e a criminalização do protesto, reconhecida como um direito no art. 98 da Constituição, isto é, não faltou bandeira individual ou coletiva para ser desfraldada nas ruas.

Importante assinalar a presença de mulheres indignadas por 8 anos de ataques machistas, ante a pretensão do Estado de tutelar os nossos corpos e tatuá-los com as crenças e valores do presidente Rafael Correia, que com as suas políticas quanto a direitos sexuais e reprodutivos demonstra o governo misógino, patriarcal e discriminatório que é.

O governo correista não é o mesmo de há 8 anos, cada pronunciamento desacumula, perde adesão, está em picada, difícil recuperação. Estúpido foi a tentativa do regime por ocultar a realidade, como tampando o sol com um dedo. De "fracasso" qualificou Correia o #19M, e os mesmos argumentos: "os mesmos de sempre, os 'joga-pedras', os violentos, é uma marcha desestabilizadora" e um longo et cétera. A mensagem das marchas não a vai entender, teve oportunidades para o fazer; querendo fugir da realidade minimiza, desprestigia e mente.

O que fica a Rafael é repetir uma mentira mil vezes, a diferença já não se faz verdade: "Somos mais", é só uma retórica vazia e sem conteúdo, e com uma base social vinda a menos, mobilizada graças ao aparelho estatal, à chantagem e às políticas assistencialistas.

Cada ação ou omissão do regime dá como resultado maior desgaste, maior desprestígio, menor credibilidade.

A unidade dos de baixo continua, seguimos em resistência.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.