Foto: Yoandris Toirac (azul), ouro nos Jogos Centro-americanos e do Caribe (2014).
Os membros da equipe Domadores de Cuba demonstraram ser verdadeiros domadores de feras durante o torneio, concluído no mês de junho.
Antes de começar o evento, em novembro de 2013, havia dúvidas sobre o desempenho dos caribenhos, porque estreariam em um novo tipo de boxe, de caráter semiprofissional, sem capacete nem camisa, e com cinco rounds em lugar dos três habituais.
Todas as incertezas foram ficando para trás, uma a uma, no caminho dos Domadores, que ganharam todos seus duelos da fase preliminar exceto o último, como visitantes contra a Rússia, já quando tinham assegurado o lugar na fase seguinte.
De um total de dez disputas, Cuba ganhou nove, com balanço de 41 vitórias e somente nove derrotas, a maioria sobre os mais inexperientes da equipe.
Chegaram às quartas de final em uma luta contra os Estados Unidos com oito vitórias e duas derrotas, na semifinal tiveram uma revanche contra Rússia.
A final foi um duelo contra Bakú Fires do Azerbaijão, também revanche da fase preliminar porque os europeus estavam no mesmo grupo com os cubanos e tinham ganhado quatro lutas, a maior quantidade que os Domadores toleraram de qualquer rival.
A luta final na capital azeri teve seus momentos polêmicos com a arbitragem em alguns combates, mas definitivamente no triunfo de Cuba por 6-5, graças à luta extra de Arisnoydis Despaigne sobre Yauheni Ramashkevich nos 69 quilogramas.
De extrema importância foi a vitória do jovem Arlen López (75 kg), quem não constava nas previsões como favorito contra Khaybula Musalov, mas o pugilista mostrou outra coisa sobre o ring do Complexo Esportivo Sarhadchi.
Durante o campeonato, Yosbany Veitía (49), Erislandy Savón (91) e Roniel Iglesias (69) terminaram como líderes invictos de suas respectivas categorias no ranking da Série Mundial, os dois primeiros com mais de 1.170 pontos.
Encerramento quase perfeito
Quase perfeito foi o fechamento cubano, ao ganhar nove dos 10 títulos possíveis nos Jogos Centro-americanos e do Caribe em Veracruz, México-2014.
Uma derrota de Santiago Amador nas quartas de final contra o colombiano Yuberjen Martínez adiou uma vez mais o sonho do esporte cubano de dominar completamente um evento poliesportivo.
De novo faltou uma, como nos Centro-americanos de Ponce-1993 e Maracaibo-1998, e os Panamericanos de Havana-1991.
Além de Amador, dúvidas rondavam Arlen López (75 quilogramas) e Yoandy Toirac (mais de 91), ambos inexperientes, mas atingiram na chamada Porta de América os primeiros títulos de relevância em suas carreiras iniciantes.
Na modalidade feminina a medalha dourada foi para República Dominicana (75), Colômbia (51) e Porto Rico (60), e chamou a atenção que os anfitriões saíram sem nenhuma, apesar de colocar cinco finalistas.
Esta foi a primeira vez que isso acontece com os donos de casa neste tipo de campeonatos, apesar de terem organizado três anteriormente, e sem boxe na versão dos Jogos de 1926.
Além destes triunfos, a maior das Antilhas liderou o torneio classificatório centro-americano, o panamericano da disciplina e o Festival Olímpico mexicano, em uma campanha excelente.
O ano de 2015 contribuirá com novos torneios e mudanças na Série Mundial, mas uma coisa é clara para a próxima temporada: agora a equipe a derrotar é Cuba.