Chávez foi escolhido como candidato do Movimento V República (MVR) em meados de 1997, quando não alcançava sequer 10% da preferência dos eleitores, situação que dá uma reviravolta após iniciar suas visitas a cidades e povoados do país, em fevereiro de 1998.
Rapidamente, o candidato oriundo de Sabaneta (estado de Barinas) começa a somar fiéis eleitores. Cresce o apoio de partidos tradicionais e empresários para os outros aspirantes à presidência, que inicialmente não o viam como um forte adversário, pois Sáez era quem liderava as pesquisas de opinião.
"Com Chávez quem manda é o povo!". Com essa frase e com a proposta de uma Assembleia Constituinte, Chávez começou a percorrer o país. Seus comícios eram cada vez mais populares. Boinas vermelhas e as cores tricolores da bandeira nacional se destacavam nas multidões.
Seis meses antes da eleição, Chávez ultrapassa os outros candidatos e toma a dianteira nas pesquisas. A popularidade de Irene Sáez declina, e 15 dias antes das eleições o Copei (partido de centro-direita) anuncia a retirada de seu apoio. O mesmo fez a Ação Democrática com Luis Alfaro Ucero. Ambos os partidos foram apoiar Salas Römer.
Apesar dessa ruptura e a adesão ao apoio de Römer, Chávez ganha por uma vantagem de mais de um milhão de votos, causando uma derrota histórica ao bipartidarismo adeco-copeyano (Ação Democrática e Copei), que se manteve por mais de quatro décadas e que nesse mesmo dia foi enterrado com sua degeneração política e moral.
As eleições presidenciais de 1998 foram o prelúdio às tomadas de decisões que se fariam no país, com consulta popular. Assim foi escrita, como disse Chávez alguns dias antes das eleições, "uma história inapagável" e de transformações sociais que se faziam necessárias.