Os dois países experimentaram melhorias econômicas e sociais significativas na década anterior à crise financeira, de 1994, mas, em 2008 e 2009, foram duramente atingidos pelo declínio comercial em consequência da recessão. O Chile dispunha de uma margem fiscal maior, portanto, investiu o dobro do México em um plano de estímulo. Apoiou as famílias com filhos, melhorou os programas de proteção social, ampliou as transferências monetárias para famílias mais pobres com filhos e reforçou as medidas relacionadas ao mercado de trabalho.
O México, por sua vez, implementou um pacote de estímulos semelhante nos primeiros anos da recessão, mas a piora de sua situação fiscal obrigou o país a iniciar um processo de saneamento, a partir de 2010.
De acordo com o Unicef, países como o Chile adaptaram políticas mais generosas e menos restritivas dirigidas às crianças. Desde 2009, o país andino tem melhorado os benefícios para as famílias, adotando políticas integradas para atenção infantil, para a educação e saúde, bem como criou programas de trabalho, em especial para as mães.
Tabela: Ranking de países na evolução da pobreza infantil.
Em 23 dos 41 países analisados, a pobreza infantil tem aumentado desde 2008. Durante a recessão, 2,6 milhões de crianças entraram no nível de pobreza, em um total de 76,5 milhões na mesma situação no somatório dos 41 países.
A geração NEM-NEM (jovens entre 15-24 anos, que nem estudam nem trabalham) foi uma das mais afetadas. O desemprego entre jovens adultos alcançou níveis alarmantes em muitos países.
O informe, denominado "Crianças da Recessão" é o 12° de uma série publicada, anualmente, com o objetivo de supervisionar e comparar o desempenho dos países de economia mais avançada em relação à manutenção dos direitos e bem estar da criança.
O estudo aponta que, nos países mais afetados pela recessão, as crianças são as que mais estão sendo impactadas e as que sofrerão por mais tempo.
No Brasil, por exemplo, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), baseados na Pnad 2012 (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios), apontam que o número de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem trabalhavam chegou a 9,6 milhões no país, ou seja, uma em cada cinco pessoas da respectiva faixa etária.
O Unicef destaca ainda que existe um notável grupo de 18 países, entre os quais se destaca o Chile, cujas famílias e governos encontraram uma maneira de lidar com as piores consequências da recessão e conseguiram reduzir a pobreza infantil em aproximadamente 30%.
Tabela: Evolução da Geração "Nem-Nem".
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