Esta é a segunda homenagem do ano prestada por uma organização internacional a Humalla. Em abril, o Conselho Canadense das Américas nomeou o presidente peruano como 'o estadista do ano' (foto).
"O governo do presidente Humala garantiu o crescimento sustentável sem desviar a atenção de suas principais prioridades, entre elas educação, saúde e segurança", descreve a Americas Society em seu site. A organização destaca ainda que a entrega da condecoração "Insigne Gold" resulta da correta aplicação de políticas macroeconômicas sólidas, assim como de importantes reformas estruturais que melhoraram, drasticamente, a competitividade da economia peruana.
Vale destacar que as três empresas – responsáveis diretas pela homenagem ao mandatário - estão envolvidas em conflitos socioambientais no Peru por causa de suas atividades. Todas têm um amplo currículo de prejuízos causados ao país pela exploração desenfreada dos bens naturais.
A petroleira Pluspetrol foi multada, em novembro de 2013, pelo Organismo de Avaliação e Fiscalização Ambiental (OEFA) em mais de 20 milhões de nuevos soles [moeda peruana] por contaminar e acabar com a lagoa Shanshococha, em Andoas, Departamento de Loreto. Mais recentemente, em maio deste ano, uma zona de reserva nacional de Pacaya Samiria, na Amazônia do Peru, foi declarada em emergência ambiental por 90 dias juntamente com outras localidades indígenas em virtude das contaminações da água e do solo causadas por derramamento de petróleo provocado pela Pluspetrol.
Já a Barrick Gold Corporation, maior exploradora de ouro do mundo, está operando em La Libertad com o projeto Lagunas Norte, localizado nos Andes peruanos, desde 2005. O projeto tem enfrentado ampla resistência da população. Em 2013, os moradores bloquearam a estrada durante seis dias em repúdio às tentativas de ampliação das obras de exploração mineradora, que se chamariam Lagunas Sul. Também reivindicavam empregos e benefícios da produção da mina.
A também mineradora Freeport McMoRan Copper & Gold é mais uma das corporações envolvidas no prêmio e em prejuízos para a população peruana. A Freeport detém 53,7% da mineradora peruana Cerro Verde, que explora molibdênio e cobre a céu aberto a 30 quilômetros da cidade de Arequipa. No início deste mês de setembro, a população de Uchumayo realizou um protesto contra o início das obras de construção de uma planta de tratamento de águas residuais da empresa.