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100810_prostitutasMoçambique - Canalmoz - A prostituição está a crescer e revela-se preocupante a nível da cidade Mocuba, a segunda maior na província da Zambézia. O fenómeno já envolve crianças que encontram dessa forma a sustentar as suas famílias. A prática concorre, sobremaneira, para a destruição do tecido social, pois algumas meninas, outras já mães precoces, abandonaram os lares dos pais para morarem em casas arrendadas.


Na cidade de Mocuba, em algumas famílias já não existe mais ordem. Quando ainda existe a manutenção da moral no seio das famílias que lidam com casos de menores envolvidos na prostituição é praticamente impossível.
Muitas menores de idade perdem noites atrás dos camionistas e outros "clientes" para ganhar algum dinheiro que garanta o sustento familiar. E as famílias assim fecham os olhos.
A reportagem do Canalmoz trabalhou naquela cidade e colheu várias histórias de meninas que se dedicam à prostituição como único meio de sobrevivência e sustento para suas famílias. Dessas menores, algumas são mães prematuras e precisam ter recursos para criar seus filhos, numa situação em que os maridos e/ou namorados as abandonaram.
Na sua ronda pela cidade de Mocuba, o Canalmoz escalou a "Pensão Cruzeiro", onde dialogou com uma menina que quis apenas se identificar por Cátia. Entristecida, ela disse ter dezoito anos de idade e ser mãe de um menino de quatro anos. Já constituiu lar por três vezes, mas decidiu abandonar os homens com quem se envolvera porque eram desempregados e dependiam de terceiros para manter o lar.
A interlocutora justificou o seu envolvimento no mundo da prostituição evocando a carência da vida. Todavia, teve de separar-se da família (mãe, pais e irmãos) e passou a arrendar uma casa algures na mesma cidade. Mensalmente paga duzentos e cinquenta meticais e mora com o seu filho e uma outra menor que cuida deste quando ela estiver ausente.
Outras menores com quem conversámos e que não quiseram se identificar têm histórias similares à de Cátia. Têm filhos por sustentar e não havendo outros recursos encontram na prostituição formas de sobrevivência. Já estiveram no lar, mas não deu certo porque os maridos mais tarde abandonaram os filhos. Contaram terem tentado outras formas de ganhar a vida sem se prostituirem, mas em vão.
Dessas menores, cujas idades não ultrapassa os vinte anos, uma afirmou que o marido a abandonou porque ao longo do tempo veio a descobrir que se prostituía.
"Quando eu era casada, saia de casa deixando filho e marido para passear e voltava muito tarde. Alegava que ia visitar família e no início acreditavam. Mas depois o meu marido começou a desconfiar porque via muito dinheiro e a beber todos os dias, daí ele não mais acreditou em mim e foi-se embora", contou-nos uma jovem que sublinhou não ter outra forma de sustentar o filho.
Uma outra menina cuja idade não foi revelada, mas aparentando ainda não ter vinte anos, contou-nos uma história semelhante. Na companhia de uma amiga que, segundo a mesma, em tempos foi sua colega de carreira, a vida na província de Zambézia, principalmente quando se tem filhos ou família por sustentar, não é fácil. Quando a questionámos se aquela era a única forma de sobreviver, ficou calada.
Facto curioso é que a maioria das meninas com quem dialogámos frequenta escolas públicas. Estudam mas são prostitutas para sobreviverem.

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