Com este novo pedido, fica aberto o caminho para o actual substituto, Augusto César Neves, suceder Isaura Gomes na presidência da Câmara. É que, segundo circula entre os ventoinhas, esta é estratégia encontrada pela cúpula do MpD para levar Isaura a renunciar, daqui a seis meses, o mandato, já depois das eleições legislativas de 2011. Isso caso o estado de saúde dessa autarca se mantiver frágil.
Uma outra corrente, esta próxima da oposição (PAICV), confidenciou a este jornal que o objectivo é aproveitar dessa situação para que a Isaura Gomes, renunciado o mandato de presidente da Câmara, possa vir a ser o cabeça-de-lista do MpD por S.Vicente nas legislativas de 2011.
Especulações à parte, qualquer que venha a ser a solução encontrada, não vai ser fácil para Isaura Gomes e o MpD continuar a gerir esta situação inédita a nível do poder local em Cabo Verde. É que, além dos processos judiciais em curso sobre os alegados caso de corrupção na venda de terrenos, salta à vista de todos que o estado de saúde de Zau mergulhou a CMSV numa confusão institucional sem precedentes, caracterizada por uma presidência interina e de gestão corrente da autarquia, com prejuízos para a ilha.
Diante de tudo isso, é quase certo que venham surgir, nos próximos dias, várias reacções dos partidos políticos e da sociedade civil mindelense sobre a situação de crise institucional por que passa a autarquia mindelense desde há nove meses.