No passado dia 8 de dezembro, por volta das 7h30, Sara Vasconcelos dirigiu-se ao primeiro táxi que encontrou na Praça da República no Porto. Entrou na viatura, deu as indicações da direção ao motorista e despediu-se da amiga, que até lá a acompanhara, com um beijo na boca.
Para seu espanto, o taxista ordenou-lhe que saísse do carro.
"Perguntei-lhe a razão, mas ele insistiu. Quando pus a mão no puxador da porta ele saiu e deu-me logo um soco. Fui até à frente do carro para anotar o número, mas ele atirou-me ao chão e andou comigo a rodopiar, arrastando-me até ao outro lado da rua. Ali me deixou e depois fugiu. O mais sinistro é que ele não disse uma palavra. Só se riu enquanto me agredia", contou a jovem de 28 anos ao Jornal de Notícias.
Sara acabaria por ser assistida no Hospital de Santo António e apresentar queixa na esquadra da PSP do Infante.
"Temos direito a andar na rua sem medo"
A jovem portuense está convicta que foi agredida por ter sido percepcionada como lésbica. "Acho que foi por causa do beijo, não tenho outra explicação para o que aconteceu", disse ao jornal Público.
Por essa mesma razão, o caso está a merecer a atenção de ativistas LGBT que já marcaram uma ação de protesto e solidariedade com a vítima para as 20h de terça-feira na Praça da República. A ação contará com a presença da Sara Vasconcelos que lerá um comunicado.
Na convocatória do evento no facebook, os organizadores declaram que "em pleno séc. XXI, não podemos admitir que mais nenhum crime de ódio saia impune. Temos direitos a andar na rua sem medo".