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Eva Golinger

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A agressão de Washington contra a Venezuela não é ficção

Eva Golinger - Publicado: Terça, 03 Março 2015 00:00

[Tradução do Diário Liberdade] Recentemente, vários porta-vozes do governo de Barack Obama declararam com firmeza que o governo dos Estados Unidos não está intervindo nos assuntos internos da Venezuela.


A porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse em 19 de fevereiro de 2015: "As acusações feitas pelo governo da Venezuela de que os Estados Unidos estão envolvidos na conspiração golpista e na desestabilização são infundadas e falsas". Depois, Psaki reiterou uma declaração estranhamente errônea que havia feito durante uma conferência de imprensa um dia antes: "Os EUA não apoiam as transições políticas por meios não constitucionais".
 
Qualquer pessoa com um conhecimento mínimo de América Latina e de história mundial sabe que o que Psaki disse é mentira. O governo dos EUA apoiou, encorajou e promoveu golpes de Estado na América Latina e em todo o mundo durante mais de um século. Alguns dos mais notórios, que foram reconhecidos abertamente por ex-presidentes dos EUA e funcionários de alto nível, incluem golpes de Estado contra Mohammed Mossadegh no Irã em 1953, Jacobo Arbenz na Guatemala em 1954, Patrice Lumumba no Congo em 1960, João Goulart no Brasil em 1964 e Salvador Allende no Chile em 1973. Mais recentemente, no século XXI, o governo dos EUA apoiou abertamente os golpes de Estado contra o presidente Hugo Chávez na Venezuela em 2002, Jean Bertrand Aristide no Haiti em 2004 e José Manuel Zelaya em Honduras em 2009. São muitas as evidências da participação da CIA e outros organismos dos EUA em todas essas quedas inconstitucionais de governos eleitos democraticamente. O que todos os líderes depostos tinham em comum era sua falta de vontade para se submeter aos interesses estadunidenses.
 
Apesar das falsas afirmações do governo dos Estados Unidos, depois que Hugo Chávez foi eleito presidente da Venezuela por uma esmagadora maioria em 1998, e posteriormente se negou a receber ordens de Washington, se converteu rapidamente em um alvo da agressão estadunidense. Após o fracasso do golpe de Estado apoiado pelos EUA que derrubou brevemente Chávez em 2002, e seu posterior resgate por milhões de venezuelanos e forças armadas leais, os Estados Unidos aumentaram a hostilidade contra a nação rica em petróleo. Após o falecimento de Chávez em 2013, seu sucessor eleito democraticamente, Nicolás Maduro, se converteu em vítima dos ataques do norte.
 
O que segue é um breve resumo e uma seleção de mais de uma década de agressão dos Estados Unidos contra a Venezuela que mostra claramente uma guerra unilateral. A Venezuela nunca ameaçou ou tomou nenhum tipo de medidas para prejudicar os Estados Unidos ou seus interesses. No entanto, a Venezuela, tanto sob Chávez e Maduro - dois presidentes que têm exercido a soberania da Venezuela e do direito de autodeterminação - tem sido vítima permanente de ações contínuas, hostis e cada vez mais agressivas de Washington.
 
2002-2004
 
Um golpe de Estado contra o Presidente Hugo Chávez foi executado em 11 de abril de 2002. Documentos obtidos sob a Lei de Liberdade de Informação (FOIA) nos Estados Unidos evidenciam um claro papel do governo estadunidense no golpe de Estado, assim como seu apoio financeiro e político para aqueles venezuelanos envolvidos.
 
Os documentos evidenciam também que altos funcionários de Washington tiveram reuniões com Pedro Carmona, quem assumiu o poder de maneira ilegítima após derrubar o Presidente Chávez durante o golpe. A Embaixada dos Estados Unidos em Caracas classificou Carmona como o "homem correto para o momento correto na Venezuela", em um documento escrito em dezembro de 2001.
 
A National Endowment for Democracy (NED), agência pública dos Estados Unidos, canalizou mais de 2 milhões de dólares durante os seis meses antes do golpe aos partidos políticos, organizações e grupos empresariais venezuelanos que estiveram envolvidos no golpe de Estado.
 
Os adidos militares dos Estados Unidos que trabalhavam na Venezuela estiveram em contato direto com os militares venezuelanos que participaram no golpe de Estado.
 
Documentos ultrassecretos da CIA obtidos em minhas investigações usando a FOIA evidenciaram que a CIA tinha em suas mãos os planos detalhados do golpe de Estado desde o 6 de abril de 2002.
 
O embaixador dos Estados Unidos na Venezuela, Charles Shapiro, manteve contato permanente com todos os participantes no golpe, inclusive com o dono do principal canal de televisão, Venevisión, canal que transmitiu as imagens manipuladas para justificar o golpe. Shapiro manteve reuniões com os donos dos meios privados na Venezuela durante o dia do golpe de Estado.
 
Horas depois de sequestrar o Presidente Chávez e impor um estado ditatorial na Venezuela, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, leu um comunicado do presidente George W. Bush apoiando o novo governo de fato e responsabilizando o Presidente Chávez pelos acontecimentos violentos do golpe.
 
A imprensa estadunidense, inclusive o New York Times, publicou editoriais aplaudindo o golpe e apoiando o novo governo [1].
 
Após o fracasso do golpe de Estado de abril de 2002, o governo estadunidense entregou um fundo especial multimilionário aos grupos envolvidos no golpe através da NED, em junho de 2002.
 
Esse mesmo mês, a Agência Internacional de Desenvolvimento dos EUA (USAID), abriu um Escritório de Iniciativas para uma Transição em Caracas, subcontratando um contratista privado, Development Alternatives Inc (DAI), para canalizar mais de 10 milhões de dólares a grupos da oposição.
 
Meses depois, a oposição venezuelana lançou uma paralisação nacional que durou 64 dias e afetou toda a rede de produção do país e quase destruiu a indústria petrolífera. Causaram mais de 20 bilhões de dólares em danos à economia venezuelana e dezenas de pessoas inocentes morreram por falta de acesso a serviços e produtos básicos.
 
Em dezembro de 2002, o Departamento de Estado pediu "eleições antecipadas" na Venezuela, apesar de que este conceito não existia na constituição venezuelana.
 
Em 27 de fevereiro de 2004, grupos extremistas da oposição venezuelana iniciaram violentos protestos de rua com o objetivo de derrubar o governo do Presidente Hugo Chávez. Os protestos duraram quatro dias e causaram a morte de quatro pessoas, múltiplos feridos e um caos e desordem geral em Caracas e outros centros urbanos.
 
Os líderes dos protestos os chamaram de "guarimbas", e admitiram que haviam recebido treinamento e assessoria do Instituto Albert Einstein nos Estados Unidos e seus fundadores Gene Sharp e Roberto Helvey, um ex-coronel do exército dos Estados Unidos. Sharp é o arquiteto das chamadas "revoluções coloridas", ou golpes brandos, no antigo bloco soviético (Ucrânia, Geórgia e Quirguistão).
 
Referendo revogatório de 2004: A NED e a USAID canalizaram centenas de milhares de dólares para os organizadores do referendo revogatório contra o Presidente Chávez, principalmente através da organização "Súmate", liderada pela opositora María Corina Machado. Quando perderam o referendo, acusaram o governo venezuelano de ter cometido fraude e até agora não retrataram sua postura, mas tampouco apresentaram provas reais para fundamentar suas denúncias.
 
2005
 
Após a vitória do Presidente Chávez no referendo revogatório de 2004, o governo dos Estados Unidos endureceu sua postura contra a Venezuela e aumentou suas agressões públicas contra o governo venezuelano. Aqui há uma seleção de algumas declarações de funcionários estadunidenses sobre a Venezuela:
 
Janeiro de 2005: O Departamento de Estado lança um ataque verbal contra a Venezuela. "Hugo Chávez é uma força negativa na região." - Condoleezza Rice, Secretária de Estado dos Estados Unidos.
 
Março de 2005: A CIA declara a Venezuela com um dos cinco principais "hot spots" do mundo. "A Venezuela é um dos países mais instáveis e perigosos da América Latina." - Porter Goss, Diretor da CIA.
 
O Pentágono declara a Venezuela como uma "ameaça". "A Venezuela está dando início a uma corrida armamentista perigosa que ameaça a estabilidade regional." - Donald Rumsfeld, Secretário da Defesa.
 
O Comando Sul enfatiza sua preocupação sobre a Venezuela. "Estou preocupado pela influência da Venezuela na área de responsabilidade... O Comando Sul apoia a posição do comando conjunto de manter contato 'militar a militar' com os militares venezuelanos... Precisamos de um enfoque inter-agência de ampla base para tratar a Venezuela." - General Brantz Craddock, Comandante do Comando Sul.
 
Julho de 2005: "Cuba e Venezuela estão numa campanha de desestabilização na América Latina... Não há dúvidas de que o Presidente Chávez está financiando forças radicais na Bolívia." - Rogelio Pardo-Maurer, Subsecretário de Defesa Adjunto para o Hemisfério Ocidental.
 
"Venezuela e Cuba estão promovendo o radicalismo na região... A Venezuela tenta subverter os governos democráticos na região e impedir a CAFTA." - Donald Rumsfeld, Secretário de Defesa.
 
Agosto de 2005: Relacionam a Venezuela com o terrorismo. "O território venezuelano é uma área segura para terroristas colombianos." - Tom Casey, porta-voz do Departamento de Estado.
 
Setembro de 2005: Relacionam a Venezuela com o narcotráfico. "O problema de trabalhar com o Presidente Chávez é sério e contínuo, como o é em outras partes da relação." - John Walters, Diretor do Escritório de Política Nacional de Controle de Drogas.
 
Novembro de 2005: Acusam o governo da Venezuela de violar os direitos humanos. "O ataque às instituições democráticas na Venezuela continua e o sistema se encontra em grave perigo." - Thomas Shannon, Subsecretário de Estado.
 
2006
 
Fevereiro de 2006: O Chefe de Inteligência dos Estados Unidos declara ao Presidente Chávez como "uma ameaça". "O presidente Chávez segue utilizando seu controle para reprimir a oposição, reduzir a liberdade de imprensa e restringir a democracia... é uma ameaça." - John Negriponte, Diretor Nacional de Inteligência.
 
O Pentágono compara o Presidente Chávez com Hitler. "Temos Chávez na Venezuela com muito dinheiro procedente do petróleo. É uma pessoa que foi eleita legalmente, assim como Hitler..." - Donald Rumsfeld, Secretário de Defesa.
 
Março de 2006: "Na Venezuela, um demagogo repleto de dinheiro proveniente do petróleo está minando a democracia e tentando desestabilizar a região." - Presidente George W. Bush.
 
Tentam vincular a Venezuela com o Terrorismo
 
Junho de 2006: "A cooperação da Venezuela na campanha internacional contra o terrorismo seguiu sendo insignificante... Não está claro até que ponto o governo da Venezuela ofereceu apoio material aos terroristas colombianos." - Relatório Anual sobre Terrorismo, Departamento de Estado.
 
Os EUA impõem sanções contra a Venezuela por "não colaborar suficientemente na luta contra o terrorismo" e proíbem a venda de armamento e equipamentos militares para a Venezuela. (Nota: Esta sanção é renovada pelo Governos dos Estados Unidos a cada ano que passa até os dias de hoje).
 
Julho de 2006: "A Venezuela, sob o Presidente Hugo Chávez, tem tolerado os terroristas em seu solo..." - Subcomitê sobre Terrorismo Internacional, Câmara de Representantes.
 
Aumento da Presença Militar
 
Março-Julho de 2006: Os EUA realizam quatro manobras militares nas costas da Venezuela no Mar do Caribe, com o apoio da OTAN e com sede na base militar dos Estados Unidos em Curaçao. Estabelecem uma presença militar permanente na República Dominicana e aumentam sua capacidade e presença militar em Curaçao e Aruba.
 
Aumenta a Subversão
 
A Embaixada dos Estados Unidos em Caracas estabelece os "American Corners" em cinco estados na Venezuela (Lara, Monagas, Bolívar, Anzoátegui e Nueva Esparta) como sedes de propaganda, subversão, financiamento a grupos opositores, espionagem e infiltração.
 
O embaixador dos EUA em Caracas, William Brownfield, intensifica sua hostilidade pública contra o governo venezuelano através dos meios de comunicação.
 
A NED e a USAID aumentam seu financiamento a grupos antigovernamentais na Venezuela.
 
O Governo dos Estados Unidos cria a Missão Especial de Inteligência para a Venezuela e Cuba, uma divisão da Direção Nacional de Inteligência de Washington dedicada somente a esses países.
 
2007
 
Maio de 2007: Venezuela é severamente atacada pelos meios de comunicação internacionais e pelos porta-vozes do governo dos Estados Unidos por sua decisão de nacionalizar a CANTV (a principal companhia telefônica nacional), a Eletricidad de Caracas e os campos petrolíferos da Faixa do Orinoco.
 
O ataque se intensifica quando o governo decide não renovar a concessão de radiodifusão pública da popular estação de televisão da oposição, RCTV.
 
Uma poderosa campanha de meios de comunicação internacionais se inicia contra a Venezuela e o Presidente Chávez, referindo-se a ele como um ditador.
 
Distribuidores privados começam a estocar os alimentos e outros produtos básicos de consumo com a finalidade de criar escassez e pânico entre a população.
 
A USAID, a NED e o Departamento de Estado, através da Embaixada em Caracas, fomentam, financiam e promovem o surgimento de um movimento juvenil da direita e ajudam a projetar sua imagem favorável diante da comunidade internacional com o fim de distorcer a percepção da popularidade do presidente Chávez entre os jovens.
 
Grupos como a Human Rights Watch, a Associação Interamericana de Imprensa e os Repórteres sem Fronteira acusam a Venezuela de violar os direitos humanos e a liberdade de expressão.
 
Junho: Washington ratifica a classificação da Venezuela como um país que não colabora na luta contra o terrorismo e mantém a sanção contra o país sul-americano.
 
Setembro: O governo dos Estados Unidos classifica a Venezuela como um país "não cooperante" com a luta contra as drogas, pelo terceiro ano consecutivo.
 
A secretária de Estado Condoleezza Rice declara que estão "preocupados com o populismo destrutivo" de Chávez.
 
2008
 
Janeiro: O Almirante Mike Mullen, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, se reúne com o presidente Álvaro Uribe, o então Ministro da Defesa Juan Manuel Santos, o embaixador estadunidense William Brownfield e o Comandante-Geral das Forças Armadas colombianas general Fredy Padilla de León e declara em coletiva de imprensa que está "preocupado pela compra de armas por parte de Chávez" e expressa que isso pode "desestabilizar a região". Mostra o seu completo apoio à Colômbia e Uribe.
 
John Walters, o czar antidroga dos Estados Unidos, se reúne com Uribe na Colômbia, junto com cinco congressistas dos EUA e o embaixador Brownfield, e declaram que a Venezuela é um país "cúmplice do narcotráfico" que representa "uma ameaça para os Estados Unidos e a região".
 
O presidente George W. Bush, em seu discurso à nação, destaca a importância de ratificar o TLC com a Colômbia e alerta a ameaça de governos "populistas" e "não democráticos" na região.
 
Fevereiro: O Comando Sul envia a "4ª Frota" da Armada para o Mar do Caribe (um grupo de navios de ataque, submarinos e porta-aviões que não haviam estado neste hemisfério desde a Guerra Fria).
 
Fevereiro: O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos classifica os venezuelanos General Henry Rangel Silva (diretor de Inteligência do SEBIN), General Hugo Carvajal (diretor da inteligência militar) e o ex-ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Ramón Rodríguez Chacin como "narcotraficantes" e impõe sanções contra os três.
 
O diretor nacional de Inteligência, General Mike McConnell, publica o Relatório Anual de Ameaças onde classifica a Venezuela como "a principal ameaça aos Estados Unidos no hemisfério".
 
A Exxon-Mobil tenta "congelar" $ 12 bilhões de dólares da Venezuela em Londres, Holanda e Antilhas Holandesas devido a uma disputa não resolvida contra o Governo da Venezuela.
 
O Relatório de Ameaças de Segurança Nacional Atuais e Projetos da Agência de Inteligência do Departamento de Defesa aponta a Venezuela como "uma ameaça à segurança dos Estados Unidos".
 
O relatório anual sobre o narcotráfico do Departamento de Estado acusa a Venezuela de ser um país de "trânsito de drogas", "lavagem de dinheiro" e "cúmplice do narcotráfico".
 
O contra-almirante Joseph Nimmich, diretor da Força-Tarefa Conjunta Inter-agencial do Sul dos Estados Unidos, se reúne em Bogotá com o Comando-Geral das Forças Militares colombianas.
 
Março: O exército colombiano invade o território equatoriano e mate Raúl Reyes e outras dez pessoas na selva fronteiriça.
 
O general Jorge Naranjo, comandante da Polícia Nacional da Colômbia, declara que computadores que resgataram do bombardeio contra Reyes e sua equipe evidenciam que o Presidente Chávez deu mais de US$ 300 milhões às FARC e uma quantidade de urânio e armamento. Também acusa o Equador de apoiar as FARC.
 
A Venezuela mobiliza tropas na fronteira com a Colômbia.
 
Os Estados Unidos enviam o porta-aviões "Harry Truman" ao Mar do Caribe para realizar manobras de modo a prevenir potenciais ataques terroristas e eventuais conflitos na região.
 
O presidente Bush declara que os Estados Unidos defenderão a Colômbia diante das "provocações" da Venezuela.
 
O presidente Uribe declara que levará uma denúncia contra o presidente Chávez diante da Corte Penal Internacional por "patrocínio de genocídio e terrorismo".
 
A NED e a USAID seguem aumentando seu financiamento a grupos antigovernamentais na Venezuela.
 
2009
 
Maio: Um documento da Força Aérea dos Estados Unidos revela a construção de uma base militar dos EUA em Palanquero, Colômbia, para combater os governos "anti-estadunidenses" na região. A base em Palanquero faz parte das sete bases militares que os Estados Unidos tinha acordado em construir na Colômbia sob um acordo com o governo colombiano durante os dez anos seguintes.
 
2010
 
Fevereiro: O diretor nacional de Inteligência cita a Venezuela em seu relatório sobre as principais ameaças a nível mundial como o "líder anti-estadunidense" na região.
 
O Departamento de Estado solicita mais de US$ 15 milhões através da NED e da USAID para grupos antigovernamentais na Venezuela.
 
Junho: Um relatório do Instituto FRIDE do Estado espanhol, financiado pela NED, evidencia que agências internacionais canalizam entre 40 e 50 milhões de dólares por ano a grupos antigovernamentais na Venezuela.
 
Setembro: Washington ratifica as sanções contra a Venezuela por não cooperar com a luta antidroga e por não cooperar com a luta antiterrorista.
 
2011-2015
 
O presidente Obama autoriza um fundo especial de US$ 5 milhões em seu orçamento anual para apoiar grupos antigovernamentais na Venezuela. Para o ano de 2015, Obama aumenta esta cifra para US$ 5,5 milhões.
 
A NED segue financiando grupos antigovernamentais na Venezuela com cerca de US$ 2 milhões anualmente.
 
A cada ano, o governo dos EUA inclui a Venezuela em sua lista de países que não cooperam com a luta antidroga e os que não cooperam com a luta antiterrorista. Também em seu relatório anual sobre os direitos humanos, classificam o governo da Venezuela como "violador" dos direitos humanos.
 
Após o falecimento do Presidente Chávez causado por um câncer em 5 de março de 2013, as novas eleições são realizadas e Nicolás Maduro ganha a presidência. Líderes da oposição sustentam violentas manifestações que resultam na morte de mais de uma dezena de pessoas.
 
Em fevereiro de 2014, os protestos violentos se reiniciam, dirigidos por Leopoldo López e María Corina Machado, que abertamente pedem a queda do Presidente Maduro através do lema "La Salida", e mais de 40 pessoas são assassinadas. López se entrega às autoridades e enfrenta acusações por seu papel na violência. O governo dos Estados Unidos pede sua libertação imediata.
 
Em 2014, o presidente Obama impõe sanções contra mais de 50 funcionários venezuelanos e seus familiares, acusando-os de violar os direitos humanos e incorrer em atos de corrupção. Não apresentaram provas até hoje para fundamentar essas graves acusações. O Departamento do Comércio também amplia as sanções contra a Venezuela, proibindo a venda de "qualquer produto" para "fins militares", devido a supostas violações de direitos humanos cometidas pelas Forças Armadas venezuelanas.
 
Janeiro de 2015: O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alerta os países caribenhos que o governo do Presidente Nicolás Maduro logo será "derrotado", e deveriam deixar a Petrocaribe.
 
A porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, condena a suposta "criminalização da dissidência política" na Venezuela durante uma coletiva de imprensa.
 
Fevereiro de 2015: O presidente Obama apresenta sua nova Estratégia de Segurança Nacional e cita a Venezuela como uma ameaça e destaca seu apoio aos "cidadãos" venezuelanos que vivem em um país onde "a democracia está em risco".
 
Líderes antigovernamentais circulam um documento promovendo um "Acordo Nacional para a Transição", que adverte que o governo do Presidente Maduro se encontra em sua "fase terminal" e detalha seu plano para derrubar o atual estado e substituí-lo por um modelo pró-empresarial neoliberal. O documento é assinado por María Corina Machado, Leopoldo López e Antonio Ledezma, o prefeito metropolitano de Caracas.
 
Dias depois, um plano de golpe de Estado contra o Presidente Nicolás Maduro é descoberto e dez militares venezuelanos são detidos. Antonio Ledezma é preso e acusado de conspiração para derrubar o governo e o Departamento de Estado dos Estados Unidos emite uma dura condenação sobre sua condenação, pedindo aos governos regionais que tomem medidas contra o governo de Maduro.
 
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, nega qualquer papel do governo dos Estados Unidos na tentativa de golpe de Estado contra Maduro, chamando essas acusações de "absurdas", mas também revela que "o Departamento do Tesouro e o Departamento de Estado estão considerando ferramentas disponíveis que poderiam direcionar melhor o governo venezuelano na direção que acreditamos que deve ser dirigido".
 
Nota:
 
[1] Todos estes documentos e provas estão disponíveis no livro "El Código Chávez: Descifrando la intervención de Estados Unidos en Venezuela", de Eva Golinger. Monte Ávile Editores, 2006.
 

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