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Laura Bugalho

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Por nós, Greve Geral já!

Laura Bugalho - Publicado: Sexta, 26 Novembro 2010 01:00

Laura Bugalho

Urge dar uma resposta contundente diante deste ano horrível para a Galiza no seu conjunto, e por ser o tempo de maior campanha ofensiva contra nós, contra a Classe Operária Galega.


Sabemos que o 29 de Setembro foi uma resposta que, longe das avaliações já feitas pela sociedade no tocante à data, foi um sucesso de força. A vontade das trabalhadoras e trabalhadores viu-se refletida nas ruas da mão da CIG. Foi um dia que fez com que até em jornais da Inglaterra a portada da Greve Geral do Estado fossem fotos da Galiza.

Hoje achamos que é necessária e é urgente a convocatória de uma Greve Geral, sem complexos e como golpe valente e decidido.

Temos razões que atingem o conjunto da população galega. A Junta da Galiza escrachou-nos com um sem fim de leis e de decretos que nos restringem os nossos direitos e que planificam uma Galiza espanholizada e carente de recursos económicos próprios. Enumerá-los seria evidentemente amplo e extenso, mas neste ano dérom-nos o decreto do galego, amplamente contestado, e estamos agora com as novas Diretrizes de Ordenação do Território, a Lei de Águas da Galiza e a reforma da Lei do Solo, entre outras.

Os orçamentos do 2011 são reacionários e invalidam qualquer futuro favorável para cada uma e um de nós. Lacaios do espanholismo de Madrid dão-nos estocadas como a privatização da sanidade pública, o desmantelamento e privatização dos serviços sociais públicos, o abandono do ensino público e o reforço ao comércio do ensino privado, o recorte orçamentário das ajudas e pensões para as pessoas carenciadas e com familiares dependentes, o encerramento dos centros comarcais, a ameaça de encerramento dos centros Quero-te, etc. Em resumo, os Orçamentos da Junta para 2011 são os Orçamentos do desemprego, porque o Governo do PP renúncia a apoiar os nossos sectores produtivos e reconhece que em 2011 o desemprego subirá na Galiza em 20.000 pessoas mais.

O panorama é hostil e depende de nós, depende da nossa ação e contundência fazermos valer os nossos irrenunciáveis direitos, são reclamações legítimas e legitimizadas por esse fazer parlamentar do PP, e porque os dados são sobranceiros. Mais de 1.300 galegas e galegos sobrevivem graças às cantinas sociais, aproximadamente 21% das galegas e galegos estão em risco de exclusão social, são pessoas que se encontram por baixo do limiar da pobreza relativa (548.675 pessoas). Lembremos que o limiar da pobreza se marca por ter uma renda inferior aos 3 mil euros anuais, por baixo deste está já a pobreza extrema. E segundo o INE na Galiza temos case que 600 mil pessoas por baixo deste nível, quase que 22 % da população galega. E saibamos que segundo o IGE temos na Galiza 100.860 pessoas dependentes que a Junta da Galiza não atende. E temos um desemprego in crescendo, do qual ninguém está salvo, e a essas e esses Companheiras/os lhes devemos a nossa acção sindical. Devemos proteger e blindar a quem tem emprego, mas não devemos nunca esquecer a percentagem de trabalhadoras/es desempregadas/os que olham para nós e reivindicam a Greve Geral. Também as Companheiras empregadas de lar, as Companheiras e Companheiros imigrantes que são assovalhadas/os pela obrigação de ter descontos na Segurança Social para não perder as suas autorizações de Residência.

E a Administração Galega está a machucar-nos, a derrubar os alicerces sociais e económicos. O agro, a gadaria, o metal, as indústrias energéticas... tudo é eliminável para esses bárbaros que não atendem não aos nossos interesses nacionais. Pensemos já novamente em sair todos os dias que façam falta e que se não nos respeitam, tomemos mas ações, mais sejamos contundentes novamente, por isso façamos os envites necessários até fazer um novo desafio, uma nova Greve Geral.

Não entro intencionadamente nos factos laborais, sei que todas e todos somos conhecedoras/es do que está a supor a ação da Administração do Estado. Está esta legislação lesiva feita desde Madrid com o beneplácito e conivência da Patronal e dos sindicatos espanholistas, UGT e CCOO. Mas não entro porque a essas razões já atendemos em carne própria, com a reforma laboral, no tocante às pensões, etc.

Temos razões, temos motivos aqui, na Galiza de bastante para sair novamente, sem escrúpulos nem medos. O meu berro está posto, Greve Geral já! Nem um passo atrás, o tempo irá dar-nos a razão de a termos convocado, a sociedade no seu conjunto aguarda. Antes de concluir o ano, por um novo modelo socioeconómico e político Greve Geral!


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