1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)
Dick Emanuelsson

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Em coluna

Descontentamento popular por decisões antipopulares e neoliberais por trás da revolta no Equador

Dick Emanuelsson - Publicado: Domingo, 03 Outubro 2010 02:00

Dick Emanuelsson

Não cabe nenhuma dúvida que tanto a oposição da direita equatoriana como o Pentágono querem pescar em rio revolto, como diz o dito. Mas no fundo o que há é também um descontentamento popular.


Esse é a mensagem que faz Edwin Medoya, vice-presidente de CEDECUT, Confederación Equatoriana de Organizações Classistas Unitárias de Trabalhadores e Stalin Vargas, porta-voz do MPD, Movimento Popular Democrático, organização da esquerda revolucionária do Equador que tem vários deputados na Assembléia Nacional.

O mundo acordou neste meio-dia com a notícia que aproximadamente mil polícias tinham tomado o primeiro regimento na capital, Quito. Parte da Força Aérea tomou e fechou o aeroporto internacional. Há informações de outras tomadas militares de aeroportos no país. E isso enquanto o presidente Rafael Correa é refém no hospital da Polícia Nacional.

Ante tal panorama dramático as notícias do mundo reportaram quase exclusivamente sobre os acontecimentos atuais mas muito pouco sobre o fundo da revolta que pode derivar num verdadeiro golpe de estado. Até agora a cúpula das FF.AA. declarou-se leal ao legítimo presidente. Mas isso não quer dizer que não haja outros planos militares. Pode ser que alguns oficiais enviassem os polícias para provar a capacidade popular de reação ante um cena?io mais dramático e grave que o que vivemos neste momento.

Supostamente disse-se por parte da polícia que o protesto tem que ver com a perda de direitos depois 15 anos de serviço. O governo defendeu-se dizendo que os salários de miséria se melhoraram muito durante o governo de Correa e que também não perderão não no futuro. Com essa posição não concorda Edwin Medoya, vice-presidente de CEDECUT, que com o conjunto do movimento popular e sindical recusou "A Lei de Serviços Públicos".

- Nessa lei tiram-se certos direitos de todos os trabalhadores do setor público, incluído os polícias e os militares, como os direitos de aposentação, o direito a pensões, os prêmios que tinham os polícias quando eram condecorados. Esse foi o detonante por que todos os polícias esta manhã recusem esses artigos que estavam adentro da Lei de Serviços Públicos.

Medoya sublinha que todos os trabalhadores estiveram presentes no debate na Assembléia Nacional quando se debatia a lei e que depois que tinham votado na primeira instância, os deputados de Aliança País (unido a Correa) com 101 votos votou a favor de uma lei na qual tinha um acordo prévio com os trabalhadores públicos e a Aliança País. Era a maioria na AN. Mas no segundo debate realmente o presidente tinha vetado essas resoluções.

- O presidente Correa tem que retificar (a lei) porque agora esta legislando com a maioria da Assembléia Nacional contra os interesses dos trabalhadores e o povo do Equador.

É a opinião de Stalin Vargas, porta-voz do MPD, Movimento Popular Democrático, no Equador, sobre a crise política no país.

Diz o líder da esquerda equatoriana que Correa faz um tempo foi diretizando a política de seu governo e satisfazendo os industriais num código de trabalho que dá privilégios aos empresários. É uma continuação do modelo neoliberal, sublinha.

Como exemplo mencionam os dois líderes populares que os trabalhadores públicos serão obrigados a renunciar à pensão e que serão compensados com pagamentos de bonos.

- Com isso pretende Correa despedir em massa 200.000 servidores públicos no país. Isso é o que gerou as reações dos servidores públicos no caso particular a tropa da polícia, ao lhes tirar uma série de incentivos que tinham ao longo dos anos. O responsável do que esta ocorrendo no país é o presidente Correa.

Sustenta Vargas que o atitude de presidente Correa esta manhã (quinta-feira) foi provocatória, quando chegou junto à tropa da polícia.

- Em outro cena?io o que teria que ter feito o presidente da republica é resolver o problema ao ministro do Interior e da Polícia. Mas foi provocar.

Para resolver a crise o que tem que fazer urgentemente a Assembléia Nacional é deixar de lado o presidente e reverter a Lei de Serviço Publico, diz o líder do MPD.

Também a organização indígena maioritária no Equador, a CONAIE, concorda num comunicado publicado hoje com essas posições criticas contra o presidente Correa, que as raízes da crise política no Equador têm que ver com uma série de decisões governamentais. Em vez de satisfazer as imensas necessidades e reivindicações das massas equatorianas, facilitou "a implantação da mineração em grande escala; a privatização e concentração do água, a expiação da fronteira petrolera".

Fonte: Kaos en la Red.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.