A relação ETA-FARC continua vigente no discurso da mídia, mas sem nenhuma comprovação jornalística por trás, unicamente com reprodução dos discursos estatais das autoridades colombianas e espanholas por seus interesses demagógicos, pouco democráticos.
No canal de televisão colombiano Caracol Notícias, e a seguir com suas publicações em meios espanhóis como El Mundo, informou-se sobre que diferentes membros da ETA foram à Colômbia assessorar as FARC para atentar contra Juan Manuel Santos no passado dia 7 de agosto, quando foi nomeado presidente da República da Colômbia para os próximos 4 anos.
Realizando uma análise, a ETA e as FARC são organizações armadas que têm mas de 40 anos de experiência e não são militantes inexperientes que só busquem a desestabilização política sem estratégia elaborada. Assim, com o contexto regional, tanto em Euskal Herria, como na Colômbia, as condições não acompanham para realizar estas atividades conjuntas entre as organizações. Antes de mais, o movimento da esquerda abertzale leva meses trabalhando para conseguir a legalidade da organização independentista e lutar por seus direitos civis e políticos, e isto gera debate sobre a função ou disfunção da luta armada atualmente. Então, enquanto há debate de se a ETA deve continuar ou não, por que a organização armada vai à Colômbia actuar, num contexto fora de sua luta primordial?
Sobre as FARC, atualmente existiu um conflito diplomático forte entre a Venezuela e a Colômbia, coincidindo com a saída do presidente Uribe. Com a chegada de Santos, a relação Venezuela-Colômbia estabilizou-se. Se se cumprisse o suposto de que as FARC e a ETA tivessem atentando coordenadamente contra Santos em sua nomeação, rapidamente a ultradireita paramilitar e narcotraficante colombiana, com o apoio dos Estado Unidos e suas bases militares anticonstitucionais na Colômbia, teriam culpado Chávez da sua autoria, e isso poderia provocar uma guerra entre a Venezuela e a Colômbia, o que prejudicaria a população civil dos dois países, e em geral toda a região latino-americana. Talvez as FARC possam ter interesse na possibilidade de gerar um conflito entre a Venezuela e a Colômbia, este último com apoio dos Estados Unidos que poderia intervir militarmente, quando o presidente Chávez é um ator importante na tentativa de processo de paz que busca a guerrilha das FARC?
A função da mídia, impedir o razoamento analítico da população informando constantemente de mentiras, chega facilmente à opinião pública. O poder da desinformação está acima do poder das armas do estado e suas instituições repressivas.
Fonte: Kaos en la Red.
Tradução: Diário Liberdade.