Há tam só uns meses poucas pudemos evadir-nos da exaltaçom mediática do 20º aniversário da queda do Muro de Berlim como fito histórico na assunçom do sistema capitalista como bloco económico único; poucos fôrom os minutos para rememorar o 80º Aniversário da Crise bolsista do epicentro capitalista, Wall Street, que em questom de semanas levou a classe trabalhadora a umha total depauperaçom. A "Grande depressom" estendia-se a todos os países ocidentais transformando-se no caldo de cultivo que fortaleceria o auge da ideologia fascista e o recrudescimento da política belicista que daria lugar a II Guerra Mundial. Mas também intensificou enormemente a luita de classes e a organizaçom operária e, o que mais nos interessa no tema a tratar, a definitiva incorporaçom de jeito massivo da mulher proletária ocidental (já nom só jovens e solteiras, mas também adultas e casadas) ao mercado larboral (inclusive em trabalhos especializados) enquanto os homens permaneciam nas diversas frentes, com toda a efervescência da ideologia feminista que isto supujo.
Embora seja o caso galego particular, devido a que quase desde o início da guerra civil o nacional-catolicismo franquista abafou toda ideologia libertadora condenando as mulheres à prisom do lar, a realidade nom deu impedido que, ainda no silêncio, a invisibilizaçom e a repressom, muitas mulheres galegas luitassem pola emancipaçom e na resistência, pois o espectro do feminismo percorria a Europa.
Dado que o mundo laboral das jovens galegas em 2010 é fruto do sistema socieconómico capitalista, é obrigatório salientar a constante propaganda gerida pola burguesia para deturpar a viabilidade do modelo socialista, ocultar as misérias que o capital provocou ao longo da história sob patrons de conduta semelhantes e apagar os referentes dos sectores oprimidos.
Em geral, quando a mulher ocidental passou a ser considerada como elemento produtivo, fazia-o com umha fatal e insalvável "peculiaridade", a elevada elasticidade da sua mao de obra. Quer dizer, umha maior flexibilidade de contrataçom que no caso do homem e, portanto, susceptível de ser incorporada ou retirada do mercado capitalista, segundo as suas necessidades. Por exemplo, nas épocas de crise de emprego dos países europeus das décadas dos anos 60, intensificada logo nos anos 80, a actividade feminina nom parou de crescer, mas jamais o fijo em igualdade de condiçons com os homens. Na actualidade, a inserçom da mulher no mercado de trabalho é a mais alta de toda a história, mas à custa de ocupar principalmente os empregos mais precários e vulneráveis. Bem nas épocas de bonança, bem nas de recessom, a concepçom machista do trabalho (inclusive das reivindicaçons sociais) será umha constante que provocará que sejamos nós as que ocupemos os piores postos e cobremos os salários mais baixos.
O objectivo é doutrinar em que ainda existindo pontuais necessidades que nos possibilitassem ocupar esferas das que estávamos históricamente excluídas, o cerne da dominaçom patriarcal segue intacto. Paralelamente tenhem-se registado numerosas luitas feministas exigindo os direitos negados, mas muitos fôrom e som os obstáculos a contornar. O papel do Banco Mundial e o FMI, as reformas laborais sexistas dos governos burgueses, uns sindicatos reformistas e machistas que deixam num segundo lugar estas reivindicaçons, os roles de género, o imaginário colectivo de que o trabalho feminino é um plus na economia familiar ou, no caso das jovens, a violência do poder adulto que recai de forma especialmente virulenta sobre nós.
Nas últimas três décadas, as políticas deflacionistas do capitalismo espanhol agredírom-nos de um jeito desmedido. Desde que os franquistas reciclados em democratas e a esquerda reformista assinárom os Pactos da Moncloa, impondo a contençom salarial e a normalizaçom de reformas laborais para dispor de força de trabalho em condiçons cada vez mais nocivas; ser jovem e mulher convertia-se automaticamente na carne de canhom de um sistema construído de costas a nós. Efectivamente, conseguírom aumentar a taxa de lucro do capital mas garantindo que em períodos de crise as perdas da burguesia fossem socializadas. O desprezo polo investimento público em infra-estrutura social que isso supujo continuou mantendo as mulheres escravas do trabalho reprodutivo, fazendo inviável um contexto que facilitasse rachar com a concepçom machista do trabalho ou com a estrutural situaçom de insegurança, devido a umha liberdade económica em inferioridade de condiçons e responsável polaa feminizaçom da pobreza.
Nestas chaves, obriga-se-nos a viver às jovens do 2010, mas recrudescidas por um outro factor: A exaltaçom do consumismo. Esta sibilina maquinaria alienante do capitalismo trabalha duro para impedir a imprescindível e urgente auto-organizaçom feminista que nos permita atingir um futuro livre. Se nos martelam com a ideia de que para triunfar no mundo laboral devemos adaptar-nos ao cánon da jovem executiva agressiva mas doce das revistas com as mil horas necessárias de culto ao corpo, as terapias psicológicas e os ansiolíticos por nom chegar ao impossível arquétipo; quantas horas ficam para se organizar contra a indefensom legal em aumento nos nossos postos de trabalho e a contínua insegurança material e imaterial que padecemos?
Quanto às recentes "medidas anticrise", como o Plano E, diga-se que, ainda sendo feito por esse governo da "igualdade" de ZP, tenhem "de todo" menos perspectiva de género. Os ingentes investimentos de dinheiro público destinárom-se a sectores económicos marcadamente masculinos, como o automóvel e a construçom, à vez, ícone dos sectores menos sustentáveis (novo paradoxo se nos lembrarmos da famosa Lei de Economia Sustentável de ZP). Em concreto, a imensa maioria foi parar ao sector da construçom, quer dizer, para a especulaçom; o número de jovens que poderiam sair beneficiadas nom levanta o número nem das estatísticas.
Mas para nom prejudicar o sua fama de "governo da igualdade", a medida que os sintomas da crise se visibilizava em destruiçom de emprego e até bem avançado o ano 2009, os meios de comunicaçom assinalavam insistentemente os homens como os maiores prejudicados, já que ocupavam o trabalho assalariado desses insustentáveis sectores económicos inicialmente mais afectados. Mas a realidade continuava a ser que a taxa de desemprego feminino durante todo 2009 se mantivo em 19,2%, a mais elevada dessa "Europa dos 27". Além de acrescentar as valorizaçons dos indicadores que expressam que as empresas optárom ao início por substituir emprego caro polo mais barato.
Finalmente, o dinheiro público foi investido maioritariamente naqueles sectores. Passados os meses e, como era esperável, o impacto da crise devastou também o sector serviços, têxtil ou conserveiro e o trabalho das milhares de jovens galegas que vivem dele. Galiza findava 2009 (sem contar os territórios irredentos) com 119.352 mulheres desempregadas, 53,56%. Eis, pois, a medida anticrise.
Na Galiza a dureza dos ataques aumenta. A equipa de Feijó está conformada por fervorosos católicos orgulhosos de que a sua primeira medida legislativa parta da iniciativa contra o aborto do Forum Espanhol da Família. Mas, isso sim, sem ter o mais mínimo receio do sistemático assédio laboral contra as trabalhadoras grávidas. Isto reflecte bem o rançoso machismo latente no Governo da Junta, que padeceremos nos próximos anos; onde o verdadeiro papel que devemos cumprir é ser filha, mae e esposa, o resto... frivolidades.
As repercussons da última crise do capitalismo materializa-se no maior recrudescimento do dessolador mundo laboral para o povo trabalhador galego. Incumprimento sistemático dos convénios laborais. Autorizaçom de numerosos expedientes de regulaçom de emprego (ERE) pola Conselharia do Trabalho, segundo dados oficiais para a CAG mais de 19.000 trabalhadoras e trabalhadores padecêrom as suas consequências, muitas das empresas ameaçando com a deslocalizaçom. Consolidaçom do escravismo moderno legalizado: O trabalho nas ETT´s. Reduçom dos salários ou as maiores facilidades para efectuar os despedimentos... Vitória após vitória nas reivindicaçons da burguesia.
Nesta conjuntura, o sector pior parado é o constituído polas jovens galegas seguidas só polas mulheres emigrantes.
A realidade laboral para as moças pode-se resumir em discriminaçom e precariedade. O perfil da mulher trabalhadora galega é o de jovem de entre 18 e 30 anos, com estudos elementares e que desenvolve a sua carreira profissional no sector serviços. Concentram maioritariamente trabalhos como telemarketing, hotelaria, limpeza e na indústria (têxtil e alimentícia) em menor quantidade. Nos quais a tónica costuma ser: Contratos temporais, muitos a tempo parcial, de baixa qualificaçom, com poucas oportunidades de promoçom, pior remunerados e trajectórias laborais discontínuas. Há que matizar que todos os dados reduzem terminologicamente o trabalho a umha acçom organizada, especializada e remunerada ficando fora dos cómputos o trabalho reprodutivo embora representem umha percentagem de entre 25% e 30% do PIB galego.
Olhemos mais polo miudo vários dos pontos.
Discriminaçom laboral. Contra o preconceito maioriatário, a discriminaçom laboral nom só está presente no trabalho em si, como também nas diferentes fases da sua consecuçom: A descriçom do posto, a eleiçom das pessoas candidatas, o sistema de promoçom, as características que se demandam, o canal de difusom da oferta... Esta é a base que garante a divisom sexual do trabalho, um dos postulados essenciais para manter a reproduçom do capitalismo e a subordinaçom das mulheres.
Fora das paredes do centro de trabalho, subsiste na legislaçom laboral, que nom oferta abrigo real contra a discriminaçom e, inclusive, nas organizaçons sindicais.
A discriminaçom neste último aspecto gira à roda de que as jovens temos menos possibilidades de participar no sindicato, devido em parte à grave precariedade que padecemos e por trabalharmos em centros de menor tamanho com poucas opçons para a actividade sindical. Todo isto fomenta a percepçom do sindicato como um mundo masculino com o forte corporativismo que isso fomenta. No caso das jovens, mais umha vez, o poder adulto transforma-nos em seres biologicamente predestinadas a actuar com falta de madurez ou desconhecer "a verdadeira realidade dos factos", a tutelagem e o paternalismo som umha constante. Fazer-nos ouvir converte-se portanto aqui também noutra odisseia, tendo que demonstrar umhas capacidades muito superiores às dos companheiros para ganharmos o nosso respeito e referencialidade.
Temporalidade. Há que destacar umha esclarecedora notícia publicada meses atrás, num jornal de distribuiçom galega. A notícia afirmava que só na "província da Corunha" as mulheres tiveram, em média, 2,6 contratos ao ano, 90% durava menos de 6 meses. A isto soma-se também os problemas com as ajudas ao desemprego fruto de tanta precariedade, já que na totalidade cotizamos menos entom acumulamos menores direitos contributivos.
Devemos agradecer ao que as políticas neoliberais eufemisticamente chamárom "flexibilizaçom do mercado de laboral", ou seja, a legalizaçom da desprotecçom e desregularizaçom do trabalho. Resultado: Despedimento livre, nengum tipo de penalizaçom por abusar dos contratos temporais, indemnizaçons raquíticas por cessamento de contrato... Agora, o iluminado Secretário de Estado da Economia, José Manuel Campa, fala do necessário que seria aprovar umha reforma laboral para acabar com a situaçom da temporalidade no Estado espanhol, talvez depois de conhecer os dados que demonstram que aproximadamente 40% da populaçom activa leva 15 anos trabalhando sob a ditadura da temporalidade. Ainda assim, todo aponta para que os interesses empresariais o farám vir ao rego e finalmente todo ficará na mesma ou pior, pois nestas tarefas, a social-democracia ainda que tente enganar, acaba por vergar-se com lealdade aos que verdadeiramente mandam.
Mesmo o trabalho público se precarizou, os dados desvendam que no Estado espanhol 72% dos contratos públicos (sobretodo na limpeza e subcontratas) realizados a moças menores de 30 anos som temporários.
Pior remuneraçom salarial. Há polo menos três possíveis casos com que normalmente depararemos: Menor sálario que os homens por realizar o mesmo trabalho, igual remuneraçom quando o nosso trabalho tem mais valor ou a desproporçom na valorizaçom dos trabalhos que realizam homens e mulheres.
Com a "brincadeira", anualmente cobramos milhares de euros menos. No caso dos trabalhos de menor qualificaçom e menores rendimentos, chega-se arredor de 5000 euros de diferença. Se em média as mulheres percebem uns 5.800 euros os homens chegam aos 10.700 euros, praticamente o dobro. Segundo o inquérito de Estrutura Salarial na Galiza, do INE o salário médio total anual masculino estaria arredor dos 19.000 euros e o femenino sobre os 14.000 euros (excluído o funcionariado). É dizer, o 74% do masculino. Só 25% ganharia acima do salário médio galego (17.000 euros).
Explica-se em grande medida por motivo das diferenças salariais por actividade económica existentes. Os ramos com elevada presença feminina, como as industriais da alimentaçom e do têxtil ou as diversas do sector serviços (neste caso o salário é 36% menor abaixo da média), som as mais prejudicadas.
A discriminaçom da remuneraçom das moças é ainda mais grave, já que em geral a juventude conta com os salários mais baixos, os números recolhem que entre os 20 e 29 anos o ganho médio anual para as jovens é de 11.700 euros, mais de 7.000 euros menos que o salário médio masculino.
Trabalho a tempo parcial. Umha altíssima percentagem das pessoas assalariadas com jornada parcial som mulheres. Nesta modalidade o capitalismo vende a propaganda da nossa grande oportunidade de sermos livres, suporemos que os baixos salários e os deficitários direitos retributivos é o preço da portagem face o estupendo presídio que está à nossa espera. Graças a ele as jovens poderíamos trabalhar e estudar (ainda que o Processo de Bolonha se tenha encarregado de impediristo), crescer como pessoa, compatibilizar horários com os nossos "deveres"... modernizando a utopia reaccionária segundo o qual a liberdade pessoal e laboral da mulher é compatível com o trabalho reprodutivo.
Apesar de estar muito estendida a ideia de que os cargos familiares decrescêrom para as "despreocupadas" jovens, a realidade demonstra o fictício desta afirmaçom. Se algo se incentiva neste período de crise é a revalorizaçom da instituiçom familiar e o trabalho doméstico polo capitalismo, agudizado, como se apontava acima, polo empobrecimento, a dependência económica e a alienaçom patriarcal. Nom é por acaso que se estejam a ancorar entre a juventude galega as ideias sexistas e patriarcais mais letais. A conjunçom de sistema patriarco-burguês e crise fai que as ideias mais reaccionárias se fagam omnipresentes para garantirem a sobrevivência do sistema, e para isso a instituiçom da família é indispensável.
Apesar de que todo o anterior é suficiente para demonstrar a lamentável situaçom laboral das jovens, há que acrescentar um outro factor de fulcral importância: O desemprego juvenil na Galiza é estrutural.
No passado mês de Dezembro alcançou-se a percentagem recorde de 31,4% (a mais alta desde 1998). Enguanto o Estado espanhol chegou aos 43% de desempregad@s entre @s jovens menores de 25 anos, o dobro da média da UE que está em 21%.
Mas como é possível isto sem provocar convulsons que poriam em xeque a economia de mercado? Em termos económicos, um agente importante a salientar é a trabalho submerso, a mais que provável saída para conseguir dinheiro ante umha abafante situaçom como a actual. Longe da mística da ilegalidade, a economia submersa está estruturalmente inserida no sistema capitalista de produçom como umha actividade que joga um papel socioeconómico activo na manutençom e reproduçom do próprio sistema. Expande-se ao unísono da crise actual. Umha parte até pode chegar a ser oficial, por exemplo, o aumento das horas extras sem remunerar ou a declaraçom de lucros menores dos reais pola empresa; mas centremo-nos naquelas actividades que estám fora de todo controlo e que geram rendas apesar de os distintos indicadores oficiais como o PIB, a taxa de emprego... nom os contabilizarem.
Os sectores onde as jovens galegas desempenhamos este tipo de trabalhos som variados e vam principalmente desde o serviço doméstico (cuidado de crianças), sector da hotelaria, sector educativo (explicaçons) até serviços a empresas, no comercio ou pequenos talheres ou locais. Geralmente tem-se pouca continuidade no trabalho e é freqüente a mudança do sector económico em funçom das oportunidades ou necessidades. Como se vê, conota nom só precariedade laboral como também marginalidade.
Em torno disto cumpre assinalar brevemente que existe outro subtipo, penado juridicamente de um jeito diferente mas com um idêntico papel que as anteriores, inclusive mais beneficioso para o capitalismo e o patriarcado: a prostituiçom.
As repercussons da forte discriminaçom que padecemos no mundo laboral provoca que a pobreza relativa das jovens galegas vaia em aumento. Se bem podemos satisfazer as necessidades básicas para seguir vivendo, nom se nos permite igualmente ser capazes de levar o nível de vida predicado polo capitalismo e muito menos o da nova sociedade que como revolucionárias queremos construir.
A forte dependência económica a que nos condena a precária situaçom do mercado laboral aumentada por esta crise económica do capitalismo, fomenta a farsa da pouca pontencialidade das nossas reivindicaçons, transformando-nos aos olhos da sociedade num mal menor.
Nom se nos permite independizar-nos e conquistarmos um espaço próprio, nom se fiam de nós para alugar um andar e é impensável para umha jovem trabalhadora poder comprá-lo. Nom se nos permite ter um ócio alternativo fora do consumismo de fim de semana ideado para triplicar os lucros das empresas que nos escravizam. Nom se nos permite ter umha sexualidade livre e deitar ao lixo a opressom familiar, pois o trabalho reprodutivo será umha constante que haverá de satisfazer enquanto existir vida humana no planeta e os governos burgueses nom assumirám esta cara responsabilidade e menos se estivermos nós para a fornecer. Pensemos que as remuneradas na esfera doméstica, as empregadas do lar, ficticiamente permitem um certo grau de libertaçom de umhas poucas. A realidade é que essa "quota de liberdade" se produz, na maioria dos casos e de novo, à custa da opressom de moças e emigrantes mal pagas e sem contrato. Seja como for, cumpre percebermos que a esência do lar patriarcal mais umha vez fica preservado ao substituir-se umha mulher por outra.
O neoliberalismo globalizado junto ao patriarcado oxigena-se só aumentando as desigualdades entre sexos, povos e classes. A burguesia precisa como ar fresco de endurecer as condiçons de explotaçom do trabalho e debilitar a classe trabalhadora cortando as liberdades de jeito autoritário. Deste jeito é que se explica que a violência machista toque todas e cada umha das facetas que nos toca viver como jovens, se formos para fora da norma, se nos mantivermos firmes e desobedientes nom se vai duvidar o mais mínimo em usar o terrorismo de jeito exemplar.
Quase é seguro que o motivo polo qual as jovens estamos a ser tratadas como gado no mercado laboral nom é mais do que um ensaio da burguesia, reduzindo-nos a instrumento para desmantelar mais ainda as normas de emprego dominante até conseguir umha idêntica precarizaçom para a totalidade da classe trabalhadora. Optimizar assim os ganhos até a utopia de força de trabalho gratuita ou remunerada só para fomentar o consumo e seguir propiciando a acumulaçom e expansom do capital. Mas ainda que fagam todos os cálculos do mundo, o sistema capitalista está destinado a desaparecer. Pode ser provocado por um processo revolucionário que de luz verde a umha sociedade igualitária, justa e sustentável; mutar num modo de produçom ainda mais violento ou pode arrastar o planeta com ele, mas o que é seguro é a sua total inviabilidade.
Hoje mais que nunca o feminismo de classe tem que predicar a desobediência social, as jovens galegas precisamos de transformar a base socioeconómica capitalista e patriarcal, destrui-la até que nom fiquem nem as cinzas. Nom podemos seguir vivendo num mundo que está pensado por e para os homens. Devemos encher-nos do orgulho de ser classe trabalhadora, de ser mulher e de ser galegas sem esquecer nunca que as nossas maiores conquistas se produzirom na luita sem trégua na rua.