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Laura Bugalho

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Em coluna

Xenofobia, a elas e eles e a nós também

Laura Bugalho - Publicado: Segunda, 02 Agosto 2010 14:49

Laura Bugalho

Durante este mês de julho 2010 tivemos oportunidade, como facto já algo permanente de todos os anos, de olhar que os nossos impostos som empregados em contra nossa.


Não me refiro a que os nossos impostos servam para jacobeus, para manter a extinguível igreja, a que traçam música cafona e espanholista, que nos invadam com sotaques culturais assimilistas, também não me refiro a que com os orçamentos aniquilem os serviços sociais de todas e todos nós, que tentem assassinar a nossa língua mãe, que matem as escolas públicas, a saúde pública, os direitos inalienáveis da nossa Classe Trabalhadora que conquistamos após uma luita sem quartel... Não, refiro-me a que com os nossos quartinhos se nos provoque e tente irritar com o objetivo de manter a sua ordem, a sua segurança com esse seu bem-fazer.

Mas que ordem, que segurança, e que bem-fazer?

O dia 30 de julho estavam várias companheiras e companheiros passando um tempo de lazer em Compostela, escuitando música, dançando os ritmos longínquos da sua terra latino-americana, quando de repente vinhérom!! A entrada deste pessoal em gama de azul semelhava uma situação de pré-guerra -assim me o comentou uma amiga colombiana/galega-, "a rachar": documentação, documentação, e lá fôrom ordens de expulsão a rodo.

Se alguém achar que o que aconteceu antes do dia 30, o que vimos no dia 23, ou 24 ou mesmo 25 não tem que ver, faço a seguinte reflexão: somos imigrantes, elas e eles e nós também. Estas companheiras e companheiros imigrantes, per se, por sofrerem a lei de imigraçom espanhola, que longe de defender os seus direitos e liberdades, anseia cortá-los ao máximo, mas nós somos imigrantes no sistema colonizador espanhol, que o colonizador está em Monte Pio, e está em Madrid. E há quem esteja sem compreender qual é o caminho para apalpar a Soberania nacional, e não compreende a nossa teima da independência. A síndrome de Estocolmo é aplicável ao efeito colonizador espanhol.

E assim estamos, temos que acumular as nossas forças, criar sineérgias estáveis, criar frentes permanentes de análisse, temos que olhar, reflectir e actuar para derrubar este sistema caduco, este modelo social que nos quer engolir. Provoquemos crítica acesa, criemos opinião. Que ninguém que se sinta oprimida/o se sinta sozinha/o. Somos minoria? Talvez sim, mas somos minoria qualificada. Isto é indubitável.

Se algo aprendemos da imigração na Galiza é que suporta situações incríveis de repressão e quando achegam soluções.

Sei que não são boas as pressas, também sei que não vai ser amanhá, mas cumpre que seja quando antes. Entretanto, sentiremos o alento do colonizador novamente nas ruas nas mobilizações prévias à Greve Geral, e o mesmo dia. Virão manter a sua ordem, a sua segurança com esse seu bem-fazer. A xenofobia existe, a elas e eles sim, mas a nós? a nós também.


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