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Carlos Serrano Ferreira

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Brasil: uma potência?

Carlos Serrano Ferreira - Publicado: Quarta, 24 Fevereiro 2010 01:36

Carlos Serrano [1]

Há pouco mais de uma semana, escrevi no Diário Liberdade um artigo intitulado “Os desafios dos trabalhadores brasileiros em 2010”.


Desta vez, pensava em escrever um pouco sobre a catástrofe sísmica e social do Haiti. No entanto, ao ler o “O GLOBO”[2] do dia 14, na seção de economia, me levou a mudar de tema e retomar um ponto que abordei no artigo anterior: as ideologias que rondam o Brasil.

Anteriormente tratei da  ideologia [3] que circula pela grande mídia de que os chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), como muitos dos demais “emergentes”, não sofreram ou não sofrerão os efeitos da atual crise mundial. Tendo apresentado dados da economia brasileira que desmentem isso, quero abordar, ou melhor, rebater uma outra falsa ideologia: de que o Brasil ruma para ser uma potência.

Essa não é uma ideologia nova, tendo em vista que alguns elementos potenciais existem para isso: um enorme território; abundantes riquezas naturais; uma grande população, unificada em uma só língua nacional [4], entre outros. No entanto, ela foi divulgada internacionalmente pela primeira vez só em 1941, pelo livro “Brasil, país do futuro”, do escritor austríaco Stefan Zweig (1881-1942). Esse autor, na época um dos mais lidos do mundo, tradutor, poeta e dramaturgo, além dos elementos acima, ressaltou como justificativa para sua predição principalmente os aspectos morais. Para ele, estes faziam o Brasil estar voltado “unicamente para um desenvolvimento pacífico, [aonde] repousa uma das nossas melhores esperanças de uma futura civilização e pacificação do nosso mundo devastado pelo ódio e pela loucura.” Nesse ponto, que fazia parte de uma leitura equivocada da história do Brasil e das suas relações inter-raciais, estava seu grande equívoco: as diversas ditaduras; o massacre perpetrado no Paraguai; as tropas brasileiras hoje no Haiti e no passado na República Dominicana; as diferenças salariais e de vida entre negros e brancos, homens e mulheres, incluindo o genocídio de jovens negros pelo crime organizado e pela polícia. Porém, um equívoco razoável para um estrangeiro que por ser judeu teve que fugir de sua terra pelo ódio nazista e que viu sua Europa devastada por duas grandes guerras. Lá, a violência era aberta, discutida e clara; aqui ela é velada, uma violência de classe e raça, permeada pelas relações de favor e hipocrisia. Não é à toa que na Introdução de seu livro (de onde extraímos também o trecho anterior) ele dissesse: “Esse problema central que se impõe a toda geração e, portanto, também à nossa, é a resposta à mais simples e, apesar disso, a mais necessária pergunta: como poderá conseguir-se no mundo viverem os entes humanos pacificamente uns ao lado dos outros, não obstante todas as diferenças de raças, classes, pigmentos, crenças e opiniões? É o problema que imperativamente sempre se apresenta a toda comunidade, a toda nação. A nenhum país esse problema, por uma constelação particularmente complicada, se apresenta mais perigoso do que ao Brasil, e nenhum o resolveu duma maneira mais feliz e mais exemplar do que a pela qual este o fez; é para gratamente testemunhar isso que escrevi este livro. O Brasil resolveu-o duma maneira que, na minha opinião, requer não só a atenção, mas, também a admiração do mundo.

Contudo, Zweig também percebia os problemas brasileiros, e nisto ele acertou mais que em relação as “qualidades” brasileiras, mesmo que sendo muito otimista quanto a resolução destes: “Não me é possível expender conclusões definitivas, predições e profecias sobre o futuro econômico, financeiro e político do Brasil. Os problemas do Brasil relativos à economia, à sociologia e à civilização são tão novos, tão especiais e, sobretudo, dispostos de modo tão indistinto, em conseqüência da vastidão do país, que cada um deles exigiria um grupo de especialistas para esclarecê-lo inteiramente. É impossível ter uma noção completa dum país que ainda não tem uma vista de conjunto completa de si próprio e se acha em crescimento tão rápido que toda estatística e todo relatório já estão atrasados quando impressos. […] Longe de mim querer dar a ilusão de que no Brasil já tudo se acha no estado ideal. Muita coisa ainda se acha em início e em transição. A maneira de vida de uma grande parte da população ainda está muito abaixo da maneira de viver de grande parte da nossa. As atividades técnicas e as industriais desta nação de cinqüenta milhões de habitantes, por enquanto, só são comparáveis às de pequenos países europeus. O mecanismo da administração ainda não está bem regulado e muitas vezes tem paradas incômodas. Com um percurso de algumas centenas de quilômetros em direção ao interior chegamos ainda a um meio primitivo, atrasado de um século.[5]

No entanto, apesar da enorme divulgação que esse livro teve, a imagem do Brasil continuou durante muitos anos a mesma que tinha Zweig quando a caminho pela primeira vez a este país: “Eu tinha, sobre o Brasil, a idéia pretensiosa que, sobre ele, tem o europeu e o norteamericano, e tenho agora dificuldade de recordá-la. Imaginava que o Brasil fosse uma república qualquer das da América do Sul, que não distinguimos bem umas das outras, com clima quente, insalubre, com condições políticas de intranqüilidade e finanças arruinadas, mal administrada e só parcialmente civilizada nas cidades marítimas, mas com bela paisagem e com muitas possibilidades não aproveitadas — país, portanto, para emigrados ou colonos e, de modo nenhum, país do qual se pudesse esperar estímulo para o espírito. Uma visita de dez dias a tal país parecia-me suficiente para quem não é geógrafo, colecionador de borboletas, caçador, sportsman ou negociante. Demorarei lá oito ou dez dias e depois regressarei depressa, assim pensei, e não me envergonho de confessar esse meu modo insensato de pensar. Acho mesmo importante fazê-lo, porque ele é mais ou menos o mesmo que ainda é corrente nos círculos europeus e norteamericanos. O Brasil, no sentido cultural, ainda hoje é uma terra incógnita como, no sentido geográfico, o foi para os primeiros navegadores. Muitas vezes fiquei surpreso de ver que idéias confusas e deficientes, mesmo pessoas cultas e interessadas por coisas políticas, possuem sobre esse país que, indubitavelmente, está destinado a ser um dos mais importantes fatores do desenvolvimento futuro do mundo. Quando, por exemplo, a bordo, um negociante de Boston, de modo bastante depreciativo falou sobre pequenos países sulamericanos e eu tentei lembrar-lhe que só o Brasil compreende um território maior do que os Estados Unidos, julgou ele que eu estava gracejando e só se convenceu da minha afirmativa diante dum mapa. Encontrei num romance — de autor inglês muito conhecido — o engraçado pormenor de fazer o seu protagonista ir para o Rio de Janeiro a fim de nesta cidade aprender o espanhol. Mas esse autor é apenas um dos inúmeros indivíduos que não sabem que no Brasil se fala português. Todavia não compete a mim, está claro, fazer censuras pretensiosas a outros por seus poucos conhecimentos; eu próprio, quando parti pela primeira vez da Europa, nada, ou, ao menos, nada de seguro sabia sobre o Brasil.”

E, apesar do Brasil ter mudado do país dependente rural que esse escritor conheceu, para  um país ainda dependente, mas industrializado, que está sempre na lista das dez maiores economias do mundo, essa imagem permaneceu e o desconhecimento sobre estas terras também. É verdade que internamente essa imagem de “Brasil grande!”, “A potência do futuro”, “A nação do século XXI” foi utilizada por ditadores e políticos burgueses ao longo do século XX, para tentar acalmar as massas e instilar um nacionalismo que recaía em lemas como “Brasil, ame-o [ainda que uma ditadura] ou deixe-o!”

Essa ideologia de país em ascensão começará de fato a ser disseminada a partir da divulgação e popularização do acrônimo BRIC. Este foi criado em 2001 por um economista do Banco Goldman Sachs, Jim O'Neill, para representar o grupo dos quatros países emergentes que se tornariam as grandes potências econômicas mundiais até 2050. No que diz respeito à Índia de miseráveis e castas, não tratarei aqui pois não tenho suficiente conhecimento para abordar. Em relação à China soma-se ao mesmo impeditivo a complexidade do tema, para que seja tratado num mero artigo. Sobre a Rússia não abordarei por falta de espaço, apesar de conhecer o caso com alguma profundidade. Na verdade, tenho um livro pronto sobre a Rússia atual, chamado “Da terra prometida do mercado ao inferno da realidade: um balanço do retrocesso econômico e social na Rússia capitalista”, esperando apenas por uma editora disposta a imprimi-la. Nele mostro como a Rússia se deteriorou, convertendo-se em mero exportador de matéria-prima, nem sombra da potência que fora na época socialista.

Quero ater-me ao Brasil. E, como falei inicialmente, o que me estimula a escrever este artigo foi a leitura de uma matéria de um jornal brasileiro, intitulada “Sem saneamento, sem casa própria”. Nesta foram colocados alguns dados concretos que mostram o atraso significativo para um país incensado mundialmente como “potência”.

Nela vê-se que mesmo os estados mais desenvolvidos do país não têm cobertura universal de rede de esgoto: São Paulo tem 91,97% de cobertura; o Distrito Federal tem apenas 89,22%; Minas Gerais, 89,15%; e o Rio de Janeiro, segundo estado mais importante, tem apenas 71,12% de atendimento de esgoto; Espírito Santo, 68,84% e Bahia 63,09%. E, estes são os melhores! Os seis piores tem índices ridículos: Alagoas conta com cobertura de 17,05%; Roraima, 14,58%; Pará, 5,2%; Amapá, 4,35%; Piauí, 4,32%; Rondônia possui apenas irrisórios 3,98%!   

O abastecimento de água conta com uma situação um pouco melhor: São Paulo atende 98,93%; Minas Gerais, 97,99%; Distrito Federal, 97,59%; Espírito Santo, 97,48%; Bahia, 94,35% e, Rio de Janeiro, apenas 88,79%. Enquanto, Amapá atende 75,78%; Rondônia, 53,21% e Pará, apenas 50,96%.

Saindo da frieza das porcentagens, a falta de água em casa atinge 45 milhões de pessoas e sem acesso a esgoto tratado são 100 milhões de brasileiros!

Já a falta de moradia atinge entre 7 milhões e 10 milhões de brasileiros, dependendo do critério usado: “A falta de moradia no país é medida de duas formas: por quantidade e por qualidade. De acordo com o primeiro critério, seriam necessárias mais de 7 milhões de moradias para abrigar famílias que moram em cômodos alugados ou cedidos, que moram de favor na casa de parentes ou num lugar improvisado como, por exemplo, um galpão industrial. Já pelo critério que mede a carência de moradias com qualidade, ou seja, com a infra-estrutura necessária para dar qualidade de vida aos seus habitantes, faltam 10 milhões de domicílios. São casas sem serviço de coleta de lixo, rede de esgoto, título da posse da propriedade e até mesmo sem banheiro.” [6]

O problema de moradia e de miséria é crônico no país, contrariando os prognósticos otimistas e a visão idílica de Stefan Zweig, quando tratava do Rio de Janeiro: “Algumas das coisas singulares, que tornam o Rio tão colorido e pitoresco, já se acham ameaçadas de desaparecer. Sobretudo as “favelas”, as zonas pobres. em plena cidade, será que ainda as veremos daqui a alguns anos? Os brasileiros não gostam de falar dessas “favelas”; no ponto de vista social e no ponto de vista higiênico, constituem elas um atraso, numa cidade muito limpa e que, por um serviço modelar de higiene, em alguns anos se libertou inteiramente da febre amarela, que outrora nela era endêmica. Mas as “favelas” apresentam um colorido especial no meio dessa figura caleidoscópica, e ao menos umas dessas. estrelinhas do mosaico deveria ser conservada no quadro da cidade, porque elas representam um fragmento da natureza humana primitiva no meio da civilização... [...] Essas “favelas” têm a sua história. A gente humilde que, em parte, vive com salários muito pequenos, não podia morar em casas de aluguel situadas dentro da cidade; vir diariamente dos arredores da cidade ao local do serviço, e, depois, voltar para casa seriam duas viagens por dia, que acarretariam despesas de passagens. Por isso, procuraram eles, nos morros e nos rochedos situados dentro da cidade, para os quais não há ruas, um local e construíram uma casa,. ou melhor, uma choça, sem perguntarem de quem era o terreno. Para a construção de um desses mocambos. não há necessidade de arquiteto. Pegam-se alguns bambus e fincam-se no solo. Enchem-se os vãos entre os bambus com barro amassado. Soca-se o chão. Cobre-se o casebre com palha. E está ele pronto. Não precisa de janelas de vidro, algumas folhas de zinco apanhadas em qualquer lugar servem de janelas. Uma cortina feita de um saco velho cobre a entrada, que, quando muito, ainda é embelezada por pedaços de madeira, de caixões. E a choça é igual à que há centenas de anos seus avós construíram na aldeia brasileira ou africana. O mobiliário não é lá muito rico — uma mesa feita pelo próprio dono da casa, uma cama, alguns bancos — e, nas paredes se acham pregadas algumas figuras coloridas, tiradas de velhas revistas. Esses moradores também não têm algumas comodidades modernas. Assim é que a água tem que ser carregada da fonte que fica em baixo, na planície, por um caminho de degraus feitos no barro ou no rochedo; ininterruptamente se vêem mulheres e crianças carregando para cima do morro o precioso líquido em vasilhas sobre a cabeça, não em potes — esses custariam muito dinheiro — mas em latas de querosene. A iluminação elétrica não chega a esses casebres, à noite neles tremeluzem apenas pequenas lamparinas de querosene. E sempre o caminho íngreme subindo degraus, pedras e escadas, muitas vezes resvaladiço e raramente limpo, pois entre os casebres andam os bichos mais diversos, cabras e gatos famintos, cães sarnosos e galinhas magras, e as águas servidas correm, sem cessar, pelas vielas. A cinco minutos de uma praia de luxo, de uma avenida, parece-nos estarmos numa aldeia da Polinésia ou da África. Vemos o máximo de primitividade, a maneira mais simples de habitar e de viver, uma maneira que na Europa ou nos Estados Unidos da América do Norte já quase não se acredita existir. Mas, coisa curiosa, o espetáculo nada tem de aflitivo, de repulsivo, de vergonhoso, pois esses moradores se sentem ali mil vezes mais felizes do que o nosso proletariado em suas casas de cômodos.

Moram em casas próprias, podem ali fazer e deixar de fazer o que quiserem; à noite ouve-se que cantam e riem — ali eles são senhores de si. Se aparece o proprietário do terreno ou uma comissão que os obriga a se retirarem; para se abrir no local uma rua ou um bairro residencial moderno, eles calmamente se mudam para outro morro. Nada os impede de carregarem consigo os seus casebres. E, como esses casebres estão situados no alto dos morros, nos mais inacessíveis recantos, têm a mais bela vista que se pode imaginar, a mesma vista que têm as mais caras vilas de luxo, e é a mesma natureza luxuriante que ali orna seus lotezinhos com palmeiras, e generosamente lhes dá bananeiras essa maravilhosa natureza do Rio, que não deixa a alma ser melancólica e infeliz, porque, incessantemente, afaga, com sua mão macia e tranquilizadora. Quantas vezes subi aqueles degraus escorregadios, de barro, para visitar essas zonas de gente humilde. Nunca vi por ali uma pessoa pouco afável ou uma pessoa triste. Como essas “favelas” desaparecerá uma parte interessante, um pedaço incomparável do Rio, e quase não posso imaginar os morros da Gávea e outros sem esses pobres casebres, colados na rocha, que com sua primitividade lembrem quanto de supérfluo temos e exigimos.

Poderia aqui elencar uma série de dados, sobre outros temas, para falar do atraso brasileiro, mas minha idéia era apenas dar uma visão geral disto.

Contudo, para configurar uma potência, outros elementos deveriam ser pensados: relativa independência em relação ao mercado mundial e ascendência política. Pois bem: apesar do papel de submetrópole que o Brasil vem tendo, e que cresceu em meio à crise política e social na América Latina (atuação de Lula para refrear movimentos nos países vizinhos e a ocupação militar criminosa no Haiti) o país ainda atua sob orientação dos organismos internacionais, como a própria ocupação militar no Haiti demonstra. Nem mesmo tem poder militar para se impôr como uma força decisiva e conquistar um assento definitivo no Conselho de Segurança da ONU. E sua vulnerabilidade econômica fica patente, tendo em vista os dados que apresentei no artigo anterior da remessa para o exterior de lucros para as matrizes das multinacionais.

Para o Brasil ou qualquer outro país dependente se tornar uma potência o primeiro passo é romper com essa dependência. Ou seja, romper com o imperialismo. É preciso uma Revolução Socialista! Qualquer outra saída é apenas mera ideologia.

Notas

[1] A foto usada nesta matéria é a de uma família esfomeada no sertão brasileiro.

[2] “O GLOBO” é um dos jornais mais importantes do Brasil. Parte das “Organizações Globo”, da família Roberto Marinho. Historicamente tem se notabilizado por suas posições de direita, tendo relações íntimas com a Igreja Católica e a Ditadura Militar.

[3] Aqui usamos ideologia no sentido marxista, ou seja, a entendemos como uma “falsa idéia”.

[4] Feito que nenhum outro país continental conseguiu. Por exemplo, a Índia é uma miríade de línguas e dialetos e os EUA tem regiões onde se fala mais o espanhol que o inglês e onde os materiais publicados e documentos do serviço público tem que ser bilíngües.

[5] Trecho também extraído da introdução de “Brasil, país do futuro”. O livro está disponível em:  http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/paisdofuturo.html

[6] Extraído da matéria “Falta de moradia adequada atinge mais de 7 milhões de famílias”, Disponível em http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=123765&modulo=125.

 

 


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