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Ana Barradas

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Sete teses anti-alegristas

Ana Barradas - Publicado: Quinta, 15 Julho 2010 19:24

Ana Barradas

1º - O PS apoia o único candidato que pode garantir-lhe uma vitória segura porque refaz a sua imagem de esquerda ao contar com o apoio do BE, dos renovadores e da considerável faixa do eleitorado que não se revê nos outros concorrentes. É um bomfavor que lhe fazem. Mas a paga que terão vai sair-lhes amarga, como acontece com quem fica refém do PS.


2º - A direita "socialista" está a prazo no poder, com ou sem Cavaco, com ou sem Alegre, tal é a erosão da política socrática a que o seu candidato agora se associa abertamente, como aliás já tinha avisado quando disse que não o veriam pôr-se contra o seu partido – trinta anos de cumplicidade o comprovam. De qualquer forma, o trabalho que a direita precisaria de fazer já está completado por este governo que temos. Os que se seguirem só têm que consolidá-la.

3º - Por causa desta aliança Alegre-PS, o fogo que os seus adeptos terão de fazer contra o candidato soarista terá de ser disparado pela direita, porque Mário Soares parece estar agora à esquerda do socratismo. É triste, mas é assim mesmo.

4º - Fiéis à teoria do mal menor, pensam os apoiantes do candidato Alegre que ele vai ajudar a suavizar a nossa austeridade lançando uma parte dela sobre os que mais lucram com a crise. Santa ingenuidade! E chamam a seu favor a manifestação da CGTP a 29 de Maio, como força de pressão para reforçar este efeito. Apontam o dedo à direita, como se o PS fosse de esquerda e não tivesse toda a responsabilidade sobre tudo quanto tem acontecido desde que é governo. O que é que não lhe pode ser imputável? Estar agora a culpar os especuladores e a UE, como fez Alegre, é uma bela maneira de sacudir a água do capote do PS, que assim, de uma penada, é eximido de toda a carga negativa da sua política anterior e vê refeita uma falsa virgindade, passando à posição de vítima das potências europeias. Ainda por cima, o candidato tem o descaramento de apelar à esquerda e aos sindicatos para se juntarem ao PS-PSD na aplicação dos PECs, como se de uma tarefa patriótica se tratasse. O frete não podia ser maior. Quem o apoiar terá de carregar também esse ónus.

5º - Pelo menos no BE o desconforto é grande, depois deste apoio manhoso do PS. É sinal de que os seus membros ainda não foram conquistados de vez. Pode ser que abram mais os olhos e retirem o apoio a um candidato que se vende e os vende com a maior desfaçatez.

6º - No PCP devem estar contentes por terem candidato próprio e não se enlearem com o PS. Isso vai dar-lhes votos. Mas como será se tiverem de apoiar Alegre na segunda volta? Mais um sapo para engolir...

7º - O que uma esquerda decente deveria ter feito era coligar-se para ter um candidato independente seu, mesmo que não fosse para ganhar, mas que pudesse ser a consciência ética e a reserva moral dos trabalhadores que andam esmagados com a vida angustiosa que lhe oferecem e castigasse igualmente PP-PSD e PS, os partidos do capital que nos obrigam a pagar a crise. Ainda estaremos a tempo?


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