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Eva Golinger

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Washington organiza rede estudantil contra a Venezuela, Cuba e Irã

Eva Golinger - Publicado: Quinta, 17 Junho 2010 02:00

Eva Golinger

Estudante venezuelano realiza turné nos EUA para coordenar ações contra o governo de Hugo Chávez.


Durante o último ano, diferentes agências de Washington têm estado financiando, promovendo e organizando grupos de jovens e estudantes na Venezuela, Irã e Cuba, para criar movimentos de oposição contra seus governos. Os três países, dois dos quais são considerados "inimigos" pelo governo estadunidense, foram vítimas do incremento nas agressões de Washington, que busca provocar uma mudança de "regime" favorável a seus interesses.

Nesta semana, a ofensiva continuou com uma turné realizada pelo dirigente estudantil venezuelano, Roderick Navarro, em território estadunidense. Navarro, presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central de Venezuela (FCU-UCV), foi até Miami para "reunir-se com o movimento estudantil venezuelano no exterior" e trabalhar com a criação de "uma rede internacional que inclua os estudantes de Irã e Cuba". Segundo Navarro, a rede se criará "para que o mundo saiba das violações aos direitos humanos que se vivem em nossos países".

Durante a sua turné, Navarro reuniu-se com representantes da Fundação para a Defesa dos Presos, Exilados e Familiares (Fundaprefc) em Miami, que é um pequeno grupo de venezuelanos anti-chavistas residenciados em Miami; a Rede de Estudantes Venezuelanos Unidos (Revu), outro pequeno grupo de venezuelanos que estudam nos EUA; e membros do Directorio Democrático Cubano, organização de cubanos em Miami financiados pela USAID, o National Endowment for Democracy (NED) e outras agências de Washington.

Desde 2005, Washington tem estado reorientando recursos através da NED e a USAID para o setor estudantil na Venezuela. Dos $15 milhões de USD investidos e canalizados por estas agências estadunidenses em Venezuela, mais de 32% está dirigido aos jovens. Seu programa principal está orientado para a "capacitação no uso das novas tecnologias e as redes sociais para organizar-se de maneira política", segundo os próprios relatórios da USAID sobre seu trabalho em Venezuela.

Ofensiva imperial

Em agosto de 2009, Washington começou uma ofensiva internacional utilizando os estudantes venezuelanos como os "porta-vozes" da oposição contra o Presidente Chávez. Durante o mês de agosto a setembro, o Departamento de Estado organizou uma turné para oito jovens políticos venezuelanos nos Estados Unidos para denunciar o governo venezuelano e estreitar os vínculos entre jovens republicanos desse país e a direita venezuelana. Os oito jovens venezuelanos foram selecionados pelo Departamento de Estado como parte do programa "A Democracia para os jovens líderes políticos" um projeto do programa de intercâmbio "Líderes Visitantes Internacionais - Venezuela", o qual é utilizado pelo governo de Washington para captar e formar atores políticos que depois promovem a agenda norte-americana na Venezuela.

Os jovens venezuelanos, pagos e acompanhados pelo Departamento de Estado durante sua visita aos EUA, deram declarações à imprensa estadunidense, atacando, denunciando e tentando desacreditar o Presidente Chávez e as políticas do governo venezuelano.

Justo após a sua turné nos EUA, organizou-se uma manifestação através do Facebook, com o título "NÃO MAIS CHÁVEZ", que buscava incitar ao ódio e promover a desestabilização e o magnicidio contra o Presidente Chávez.

Um mês depois, durante os dias 15 e 16 de outubro de 2009, a Cidade do México foi a sede da segunda Cimeira da Aliança de Movimentos Juvenis ("AYM" por suas siglas em inglês). Patrocinado pelo Departamento de Estado, o evento contou com a participação da Secretária de Estado Hillary Clinton e vários "delegados" convidados pela diplomacia estadunidense, como os venezuelanos Yon Goicochea (Primeiro Justiça); o dirigente da organização Venezuela de Primeira (grupo fundado por Goicochea), Rafael Delgado; e a ex dirigente estudantil Geraldine Álvarez, agora membro da Fundação Futuro Presente, organização criada por Yon Goicochea com financiamento do Instituto Provo dos Estados Unidos. Também assistiram Marc Wachtenheim de Cuba Development Initiative (projeto financiado pelo Departamento de Estado e a USAID através da Fundação do Desenvolvimento Panamericana "PADF"), e outros representantes de Cuba, Irã, Bolívia, Equador, Sri Lanka, a Índia, Canadá, Reino Unido, Colômbia, Peru, Brasil, Líbano, Arábia Saudita, Jamaica, Irlanda, Turquia, Moldavia, Malásia, Estados Unidos e México.

Junto a representantes das agências de Washington, como Freedom House, o Instituto Republicano Internacional, o Banco Mundial e o Departamento de Estado, os jovens convidados receberam oficinas de "capacitação e formação" dos servidores públicos estadounidenses e os criadores de tecnologias como Twitter, Facebook, MySpace, Flicker e YouTube.

Segundo a AYM, a entidade nasceu em 2008 devido ao aparecimento "... na cena mundial [de] uma série de quase desconhecidos, geralmente jovens [que] dominavam as técnicas mais recentes e tinham feito coisas assombrosas. Causaram grandes transformações no mundo em países como a Colômbia, Irã e Moldávia, se valendo dessas técnicas para mover à juventude. E isto foi só o começo".

O movimento estudantil da oposição, "mãos brancas", na Venezuela, financiado e formado pelas agências estadunidenses; os protestos anticomunistas na Moldávia; as manifestações contra o governo iraniano e os protestos virtuais contra o Presidente Chávez são exemplos de como têm estado executando esta nova estratégia. As novas tecnologias -Twitter, Facebook, YouTube e outras- são as suas principais armas, e os meios tradicionais, como CNN e seus filiados, ajudam a exagerar o impacto real destes movimentos promovendo matrizes de opinião falsas e distorcidas sobre sua importância e legitimidade.

Ciber-dissidência

Em abril deste ano, o Instituto George W. Bush, junto à organização estadunidense Freedom House, convocaram um encontro de "ativistas pela liberdade e os direitos humanos" e "especialistas na Internet" para analisar o "movimento global de ciberdissidentes".

Ao encontro, que foi realizado em Dallas, Texas, foram convidados Rodrigo Diamanti da organização Futuro Presente de Venezuela; Arash Kamangir, do Irã; Oleg Kozlovsky, da Rússia; Ernesto Hernández Busto, de Cuba (vive em Barcelona e é conhecido na rede cubana como "Pássaro Tieso"); Isaac Mao, da China; e Ahed Alhendi, da Síria.

Também estiveram presentes membros do governo estadunidense e outras organizações ligadas com a comunidade de inteligência de Washington. O propósito desse evento era "coordenar uma campanha internacional através do Internet para denunciar aos governos de Cuba, Irã, Venezuela, Síria, Rússia e China" por supostas "violações dos direitos humanos" e a liberdade de expressão.

Nessa mesma semana, um grupo de estudantes venezuelanos foram convidados à conferência anual do Movimento Mundial pela Democracia (WMD em inglês), uma organização criada e financiada pela NED. Na reunião, que decorreu em Jakarta, Indonésia, os estudantes venezuelanos denunciaram e atacaram o governo do Presidente Chávez, o apresentando como "ditatorial" e "violador" de seus direitos.


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