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Noela Campanha

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O empobrecimento económico, a utopia da emancipaçom e a actual ofensiva patriarcal

Noela Campanha - Publicado: Sexta, 28 Mai 2010 18:07

Noela Campanha

Que falemos de umha nova ofensiva patriarcal nascida das necessidades económicas da classe dominante pola crítica situaçom de ter diversas crises confluíndo no seio do sistema patriarco-burguês, nom implica que a virulenta combinaçom de opressom, dominaçom e exploraçom exercida no conjunto de relaçons sociais mediante as quais o homem subjuga à mulher fosse leve em períodos anteriores.


Mas sim é obrigado falar da constante ao longo da história do capitalismo de recrudescer a utilizaçom das opressons ideológicas, nacionais, culturais, religiosas... em períodos de debilidade do sistema com a finalidade de deter e derrotar o auge revolucionário, acrescentar o dispositivo alineante, e bom, obviamente garantir a acumulaçom do capital. Polo tanto, um maior e mais descarnado espaço para o espanholismo, o fascismo, a xenofobia, o racismo, o militarismo e, por suposto, o machismo é um indicador da conjuntura económica pola qual estamos a passar.

Encaminhadas nesta mesma linha cumpre analisar que cada franja de idade sofre agressons que lhes som próprias. No caso d@s jovens a nossa opressom particular é o poder adulto. A diário a juventude é alvo de uns ataques restritivos e autoritários mui fortes. Temos a mirada atenta dos legisladores, do clero, dos empresários e das empresas da comunicaçom com a ansiedade de transformar a rebeldia em delinqüência, intimidados pola nossa forma de relacionar-nos, polas nossas inquedanças, pola frustraçom transformada em transgressom... Impedem sem descanso a nossa auto-organizaçom, nem o primeiro cosentiria renunciar a controlar os centros de ensinos que nos despegam da realidade e polo tanto nos desarmam, dam-nos as migalhas do mercado laboral e sobre todo imponhem-nos a lume os valores do patriarcado e do capitalismo.

Os benefícios que o sistema patriarco-burguês tira das mulheres é multimilionário e quando os mass-meia falam de apertarsse os cinturons, a quem realmente miram aos olhos é às mulheres trabalhadoras. Já que se nom somos nós a fossa séptica daqueles homens trabalhadores inmersos numha situaçom de crise económica sem precedentes, essa raiva poderia ser canalizada noutras direcçons; sem asegurar-se que o imprescindível trabalho reprodutivo o fagamos as mulheres geraria, também, a normal repulsa contra os estados que nos oprimem; por nom falar da sobre-exploraçom sem límites a que está chegando a nossa situaçom no mercado laboral na que a máquina de contar dinheiro nom para de soar para a burguesia.

As jovens galegas somos reduzidas a um "instrumento de producom" : produzimos bens, vida e desfrute sexual. Transformadas em instrumento e nom em sujeito os problemas que nascem arredor a isto som infinitos.

As repercusons da nossa precária situaçom laboral com os altíssimos índices de temporalidade, de trabalho a tempo parcial e de desemprego provoca que sermos independentes económicamente seja umha utopia para a maioria de nós. Este empobrecimento económico, estrutural desde há décadas, conleva a incapacidade de poder emancipar-nos. É dizer, conseguir umha vivenda ou o que é o mesmo dotar-nos de um dos bens mais importantes no que é a análise das condiçons de vida das pessoas; fazendo-nos, no nosso caso, com um espaço próprio onde nos poidamos proteger das agressons patriarcais.

Segundo o Observatório Jovem da Vivenda no Estado espanhol em 2009 a Comunidade Autónoma Galega (CAG) estava entre as que contavam com menor proporçom de pessoas jovens emancipadas. Para que isto nom acontecesse "o salário meio deveria ser um 65,87% superior ao actual". Outro dos indicadores demostrava que para a compra, inclussive para muitos alugueres, fazia falha um aforro prévio aproximativo de 2,3 anos de salário. Os dados som genéricos, polo tanto o mais possível é que nom reparem na diferencia salarial por questom de género.

Outro rasgo diferencial é que as jovens querem independizar-se muito antes. Resultado: innumeráveis problemas económicos, vivendas deficientes e muitas das vezes ter que voltar a casa familiar frustrada depois da árdua luita para que se normalizasse a possibilidade de ter umha vida sem o controlo e as pressons familiares.

Quando umha mulher trabalhadora se independiza a sua meta de autonomia atenta mais directamente contra a ideologia dominante. Polo tanto, o seguro é o vitoreado em silêncio polo sistema. Assim a sua aposta, o que fomentam, é a emancipaçom tardia onde a independência vaia ligada à formaçom de um "fogar"; por suposto, um casal heterossexual, vivenda com hipoteca, emprego estável e ingressos "adecuados". Sem perigos, sem complicaçons. Mas se aproveitam e o poder adulto assédia à juventude chamando-lhe vaga e delinqüente em potência, tampouco está demais.

Fai um par de meses num jornal de tiragem estatal utilizavam um termo, que de seguro se porá de moda, "o efeito desánimo". As mulheres jovens som as que maioritariamente o padecem e é definido como: "Deixam de procurar trabalho devido à falta de oportunidades e passam a aproveitar o apoio do núcleo familiar". Bem, reparemos um bocado. Apoio do núcleo familiar, é dizer, da milenária instituiçom patriarcal? Primeiro, haveria que concretar a que se lhe chama apoio e, segundo, a quê preço e baixo quê condiçons.

Como no primeiro poderiamos entrar em longos debates, centremos-nos melhor no segundo. Sem nengúm tipo de dúvidas o preço é o recorte de liberdades. O primeiro direito a demoler é o sexual, impedindo asegurar um lugar para as relaçons sexuais pois para a maioria das familias é umha profanaçom desse templo chamado "fogar". Detrás destas reivindicaçons venhem os crueis juiços de valor; no caso de nom haver parelha estável a crise familiar está asegurada.

O desejo dos pais é que as suas filhas sejam sempre as crianças de vestidinho e trenças, mas ao independizarem-se tenhem que afrontar o que dérom em chamar "ninho vazio" que nom é outra cousa que assumir a irremediável perda de poder e o status que o sistema lhe otorgou.

No momento no que a jovem se vê obrigada a depender económicamente da família automáticamente entende-se isto como umha certa volta à infáncia. Polo tanto, nom há escusa para nom someter-se ao controlo familiar. Todas as resistências que isto gera provoca que a família tire do poder adulto para convencer-se de que tal assédio tem fundamentos. Viver nestas condiçons num sistema no que se rinde culto ao dinheiro tem muitos efeitos e o impacto psicológico nom é pequeno.

Somando-lhe a isto o sistema de valores que o capitalismo promove, o decrépito marco laboral, o machismo consolidando-se entre os jovens, o consumismo (também como terápia), umha vida sexual restringida demostrada imprescindível para a recuperaçom psicossomática et cétera. fai que os quadros depressivos entres as jovens vaia em aumento a passos agigantados.

Se lhe engadimos, ademais, que o sitema médico ocidental rara vez tem como finalidade resolver o problema de saúde de raíz se nom mais bem paliar os efeitos (um rasgo totalmente normal pois a grande consigna do capitalismo é a rapidez: rapidez para ganhar dinheiro, para aprender inglês em 10 dias...) fai que qualquer médic@ de família te poida receitar na primeira consulta de três minutos antidepressivos para que "te sintas melhor". Provocando umha juventude drogada, que curiosamente nom molesta nem se criminaliza, pois som eles os que marcam a dose e nos proporcionam o material, restando-nos potencialidade e apagando assim as nossas reivindicaçons.

Como diziamos esta forma de vida obviamente é respostada com muita resistência polas jovens, mas todo isto é silenciado e reprimido violentamente. Só algumhas das palavras que temos de escoitar tam pronto se visibiliza o mais mínimo conflito de interesses no seio familiar som: Egoísta, caprichosa, irresponsável, "desde quando se viu isso?", "ti nom te respeitas nada?", "sempre pedindo", "mentres vivas na minha casa"... Se umha das saídas a todo isto é independizer-se em parelha, menos dá umha pedra...

Mas as condiçons materiais e inmateriais som tam difíles para as jovens que o que pretendia ser umha via de escape em ocasions transforma-se noutro inferno. Pois a juventude ainda está longe de entender o casal em liberdade, mais bem continua a significar a imposiçom de um compromisso no que as condiçons mais importantes nunca seram pactuadas.

A tragédia de restar importância a muitas faltas de respeito para nom nós vermos obrigadas a voltar ao núcleo familiar, fai que em ocassons a violência caminhe cara a agressom física. Mas ainda que nom fosse iste o final, a situaçom da jovem olhada na sua globalidade é duríssima e os instrumentos ao seu alcance para respostar estam debilitados por este sistema patriarco-burguês.

A necessidade de utilizar a força para dominar às mulheres é tam sistemática que os dados estatais demonstram que o número de homens em prisons que tenhem algumha causa por terrorismo machista poderiam encher 6 centros penitenciários. Reparemos que só som as denúncias que rematam em prisom. As agressons som polo tanto som exponencialmente mais numerosas, tendo a obrigaçom de assumiremos todas que a justiça espanhola nom é cega e muito menos antipatriarcal, lembremos especialmente o activismo da máfia do Opus Dei.

Mas nom só a justiça tem células do fundamentalismo e a misogínia católica também as tem a saúde, a educaçom e a "representaçom política". Deste jeito quanto mais apareça nos grandes empresas da comunicaçom o seu discurso mais se está a favorecer a sensaçom de que a "nossa situaçom dentro do mau poderia ser pior", e é sob esta legenda com a que nom nos permitem avançar.

Ao meu parecer a soluçom tem de passar por dotar-nos de umha auto-organizaçom feminista forte e combativa, onde o feminismo de classe se nutra de todas as reivindicaçons que afectam as jovens trabalhadoras galegas e que lhes impidem caminhar em igualdade.

Ja para rematar dizer que mália todo o anterior trata em grande medida os problemas económicos e ainda que somos conscientes de que nom todos o problemas giram arredor do factor económico as repercusons que éste tem é tam grave e tem tantas ramificaçons que acho que temos que rematar dizendo que é obrigado que as jovens trabalhadoras galegas assumamos também conciência de classe e nacional pois som chaves imprescindíves para chegar ao epicentro do sistema patriarco-burguês na Galiza. Sendo assim capazes de conseguir mudar umhas condiçons materiais que nos nega o capitalismo espanhol e que nos facilitaria infinitamente derrubar todas formas de discriminaçom, repressom e inclussive auto-repressom com as que carregamos.


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