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Xavier Moreda

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''Para nós é básica a incomunicaçom prolongada nos primeiros dias na reclusom'' (Baltasar Garzon)

Xavier Moreda - Publicado: Domingo, 19 Fevereiro 2012 16:36

Xavier Moreda

Manuel Rivas no seu último artigo em El País, "Los del brindis (Los jueces que se enfrentan a las mafias están solos ante el peligro)", ecoando a dor da filha do juiz Garzón, escreve escorado aos ditados da trampona "normalidade democrática" criada polo regime bourbónico e aproximados, e por gentes de certa esquerda ornamental e domesticada.


A direita democrática nom existe, nem a civilizada, brindem ou nom brindem. Quase sempre brindavam ou celebravam paparotas depois dos passeios e assassinatos, ou iam comer churros, como me contava a mulher de Leopoldo, durante os fuzilamentos em Valladolid.

Nom podemos simplificar, nem omitir as bases jurídicas do Imperiozinho, nem de quem conforma o legal, mas, ilegítimo sistema judiciário espanhol: Espanha nom é desespanholizável. O Reino de Espanha simplificado em dous bandos, os que brindam e os que nom brindam pola condena de Baltasar Garzón. A simplificaçom transicional a nengures: normalidade democrática, artifício do continuísmo franquista desde a morte do próprio genocida.

Lembro o meu pai, nas horas em que tentavam prolongar a agonia da besta na cama. Eu, pendente do que dizia meu pai. Ele expectante, desejando que nom morresse, que continuasse com o sofrimento, de vagadinho. Ainda que jamais, nem assim! redimiria a dor da família Moreda, massacrada, violada, exilada, encarcerada, rapada... nem toda a dor de tantas famílias, por tantas vítimas e toda a dor interiorizada e ilegalizada por subversiva.

Os e as que nom brindamos polos autos de fê seculares na Espanha, já nos preocupávamos antes como militantes da Memória das cruzes dos inesquerdistas e dos comissários do esquecimento, os que programárom o silencio e permitírom que os fascistas como Manos Blancas podam nem tam sequer existir legalizados em formas mais ou menos comerciais. Ou pôr umha denúncia por ter investigado o franquismo! Mas Garzon é responsável, como todo o aparelho judicial e repressivo espanhol, de nom investigar a família de Franco, possuidores de paços e castelos, e da existência da fundaçom Franco e como todo o sistema judiciário espanhol, responsável por pertencer à Audiência Nacional. É culpável por ter escuitado centenas de denúncias de presas e presas, nom só bascos, a relatar os métodos de tortura clássicos: violaçons como "a banheira", "o submarino", a picana eléctrica ou o saco de plástico. Por terem dito perante o narco-presidente Uribe e os seus sequazes: "para nós é básica a incomunicaçom prolongada nos primeiros dias na reclusom". Culpável por ter assinado as intervençons antiterroristas no tribunal de excepçom com a modalidade de detençom incomunicada e prolongada, de que tanto se orgulha o governo espanhol pola sua boca.

Na sua teima espanholista em Euskal Herria, já em novembro de 2002, Baltasar Garzón, juiz da Audiência Nacional espanhola (criada por Real decreto-lei 4 de janeiro de 1977 no mesmo dia que era "suprimido" o TOP, criado a 12 de dezembro de 1963 que assumia também as funçons da entidade chamada Tribunal Especial de Represión de la Masonería y el Comunismo) pretendia "estabelecer se foram conseguidas as bases dessa limpeza mediante o abandono ou êxodo de uma parte substancial da populaçom do País Basco, que estabeleceu a sua residência em outras partes de Espanha, provocando baixas no censo eleitoral". Foi assim como iniciou umha nova santa cruzada espanhola, acusando paradoxalmente à grande maioria do povo basco de "uma autêntica limpeza étnica de baixa intensidade". O objectivo da coligaçom, dizia Garzón, foi predeterminar "com uma certa tendência ideológica a composiçom do corpo eleitoral chamado a decidir a eventual e futura consulta de um referendo de autodeterminaçom, para assim assegurar o seu resultado positivo".

"... Isso da frente política é umha invençom do Ministério do Interior que o senhor Garzón aplica de maneira sistemática, sabendo que as suas decisons, por injustas que forem, som impunes porque estám apoiadas polo poder político. O mesmo acontece no caso de AEK, que seguramente considerará frente cultural da ETA. Só falta descobrir que há umha frente religiosa da ETA ou umha frente veterinária. Isto é umha caça de bruxas que me parece alarmante e inquietante" (J. Navarro)

O caçador, caçado: Baltasar Garzón vai estar onze anos sem poder exercer como juiz por ter ordenado escuitas telefónicas de conversas entre gürtel-acusados; da mesma trama que une todas as tramas com "normalidade democrática" que nos levam direta ou indiretamente às reais tramas do real genro e outros chaínhas, porém milionários, sob detençom e os seus advogados. O aparelho judiciário do que o ator foi estrela, como ele mesmo figera, concentra-se na tipicaçom interpretada a partir da conveniência especificamente política do regime bourbónico. A sentença foi pronunciada polo Supremo Tribunal espanhol e decidida por unanimidade polos juízes que o julgavam, os mesmos que como ele próprio herdárom a legalidade franquista: justiça espanhola, para fabricar umha legalidade por medida a partir dos princípios fundamentais do movimento trocados em democracia representativa, na chefia consagrada na monarquia do 18 de julho, o sogro de Urdangarín.

A justiça espanhola tem um modelo inquisitorial, os seus labores repressivos som falsamente justificados como preventivos contra a violência e contra a vulnerabilidade social, física ou nom, derivado da sua própria tradiçom dos autos de fé. Sempre protegem o regime, a cletocracia do sistema. Som os representantes do poder os que definem as condutas criminosas ou delituosas, as que devem ser punidas exemplarmente, e no caso de Baltasar Garzón, a sua intervençom tem muito a ver com a excepcionalidade que legitima ainda mais as suas atuaçons longe do controlo, mesmo com a legitimaçom judicial da tortura. Podemos chamar democracia a um sistema monárquico no que se baseia hierarquicamente o capitalismo mais feroz? Umha democracia sólida? querem dizer monolítica, como o regime franquista, que continua a manter com "normalidade democrática" um tribunal de excepçom contra a antidemocracia da que fazemos parte todos e todas os que nom acreditamos na sua normalidade democrática fabricada polo próprios franquistas para amnistiar-se.


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