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Ana Barradas

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Enfrentar o capital financeiro

Ana Barradas - Publicado: Quarta, 02 Novembro 2011 01:00

Ana Barradas

Os milhares de pessoas que pela pri­meira vez durante semanas ocupam o cen­tro financeiro de Wall Street não me­receram a atenção dos grandes mé­dia.


O movimento é suficientemen­te con­sistente para assumir um significa­do so­cial e político, como indica o facto de Michael Moore, Noam Chomsky, a actriz Susan Saran­don, o humorista Stephen Colbert, o filósofo Cornel West e outras figuras públicas o terem apoiado.

De facto, os manifestantes, que de­ci­diram enfrentar o capital financeiro no seu coração, têm uma mensagem for­te que já alastrou a mais de 100 cida­des do país: Somos os 99 por cento da população que não toleram mais a ganância e a corrupção dos um por cento restantes".

É uma boa resposta para os que pe­dem austeridade aos que menos podem e ao mesmo tempo concedem estímu­los aos bancos e aos em­presários, esses sim, os agen­tes da crise.

O resultado é que o número de pes­soas vivendo abaixo da linha da po­breza nos Estados Unidos englobou 15,1% da população em 2010, 46,2 mi­lhões de pessoas, o maior contingente nestas condições dos últi­mos 52 anos. O índice de aumento no nú­mero de po­bres é o maior desde 1993. Entretanto, o Ser­viço Nacional de Estatísticas do Trabalho informa que não se criou emprego nos EUA, em Agosto de 2011. Os EUA precisam criar 125 mil em­pregos por mês, apenas para sustentar o crescimento populacional.

"Conhecemos a devastação causa­da por uma economia em que os traba­lhadores, as suas famílias, o meio am­biente e o nosso futuro são sacrificados para que uns poucos privilegiados pos­sam ganhar mais dinheiro à custa do traba­lho de todos, menos o deles", disse o presidente do sindicato nacional dos trabalhadores do sector siderúrgico (USW), com 1,2 milhões de filiados e o maior do país. Outros sindicatos ade­­riram à manifestação que não se disper­sa há semanas.

A polícia esmera-se na repressão: mi­lhares de presos, espancamentos e car­gas brutais, uso de gás pimenta e o fe­cho da ponte de Brooklyn para en­curralar os manifestantes. Os cortes na edu­cação, saúde e infra-estruturas que Barack Obama tão diligentemente pro­move só fazem engrossar o descontentamento e afectar negativamente a eco­nomia.

Michael Bloomberg, o presidente da Câmara de Nova Iorque e um dos mul­timilionários mais conhecidos, co­mentou: "Muitos jovens saem da uni­versidade e não encontram trabalho. Foi isso que aconteceu no Cairo e em Madrid. Não queremos este tipo de dis­túrbios aqui". A questão é que não se trata de um movimento de universitá­rios – forma de desclassificar o seu al­cance e potencial – mas sim a expres­são da revolta e desespero de muitas camadas da população.

Fonte: Política Operária.


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