Durante a segunda guerra mundial eram comuns os massacres de civis em territórios ocupados pelos alemães. A vida de um soldado alemão representava a morte de 10 italianos, o massacre das valas Ardeatinas (335 assassinados) ou arrasar toda uma vila como a de Lídice, na antiga Checoslováquia, hoje Chéquia, pela morte de um alemão (340 assassinados). O valor de um soldado alemão variava segundo o país dos massacrados. Imagino uma proporção de 1 a 2 no caso de dinamarqueses ou noruegueses... mas nunca a de 1 a 1.
O intercâmbio do soldado israelense por 1027 «terroristas» palestinos deixa várias coisas em claro. Que o Hamas, como bem «edulcora» agora a midia é uma organização «integrista», algo assim coma a segunda República espanhola que era Estado «integral», quer dizer... nada.
Esta insistência no «integrismo» do Hamas é para restar dramatismo às conversas entre israelenses e palestinos maus (os «bons» todos sabemos quais são). O caso é que Israel não negocia com terroristas, como no seu momento Aznar fez, este negociou com o Movimento Basco de Libertação Nacional e não com a ETA, mas com «integristas».
Mas a indubitável inteligência do Estado israelense (que não cedeu ante as pressões dos familiares das vítimas) e do Hamas (que alcançou a libertação de mais de 500 presos com penas por crimes de sangue) deixa um margo sabor de boca, porque o resultado final é que um israelense vale 1027 palestinianos, e isso, proporcionalmente, é o seu valor em território, em habitações, em direitos, em moeda...
Podem-se conseguir os legítimos direitos do povo palestino tomando como medida esta proporcionalidade mais que nazista? Não, por isso não deixa de ser uma vitória pírrica para o Hamas e um bom precedente para o Estado de Israel.