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Sara Flounders

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NATO prepara ataque terrestre à Líbia?

Sara Flounders - Publicado: Sábado, 30 Julho 2011 02:00

Sara Flounders

Sem apresentarem qualquer prova, os conspiradores da NATO e do Tribunal Penal Internacional acusaram, em 8 de Junho, o governo líbio de violação, não apenas como "dano colateral" de guerra, mas como arma política.


A ainda mais infundada acusação de que a Líbia planeia distribuir massivamente Viagra às suas tropas confirma que se trata da mais gasta propaganda de guerra.

Os países da NATO, com a plena cumplicidade da comunicação social e do TPI, espalharam esta mentira para ganharem apoios e calarem a oposição a um assalto terrestre à Líbia.

A acusação vem somar-se às provas de uma escalada nos bombardeamentos de alvos urbanos na Líbia, ao uso de helicópteros franceses e britânicos que dão pleno apoio a tropas terrestres, e ao posicionamento no Mediterrâneo, perto da Líbia, de navios de guerra dos EUA que podem rapidamente fazer desembarcar tropas. A NATO está ansiosa por elevar a guerra ao nível de uma "Santa Cruzada" em defesa das mulheres e assim colocar o caso líbio para lá de qualquer discussão ou qualquer defesa.

Outras mentiras

A acusação de violação como arma política foi também espalhada, sem provas, contra as forças sérvias para justificar os planos dos EUA para o primeiro bombardeamento da história da NATO em 1994, na Bósnia; e foi de novo usada, em 1999, na Sérvia, na primeira ocupação levada a cabo pela NATO. Foi o modo de amaciar a população dos EUA e da Europa acerca da guerra criminosa contra a Jugoslávia. O mesmo se passa agora com a Líbia.

Lembremos ainda que, em 2001, a comunicação social e os políticos dos EUA defenderam o bombardeamento e a ocupação do Afeganistão com o argumento de devolver às mulheres os direitos que os Talibã lhes tinham tirado. Mas a situação das mulheres e da população inteira deteriorou-se ainda mais com a ocupação.

Falsos justiceiros

As fotos, vídeos e relatórios publicados nos mais importantes jornais sobre tortura e humilhação sexual na prisão de Abu Ghreib, no Iraque, praticadas por soldados norte-americanos e os testemunhos de soldados envolvidos em violações, torturas, mutilações e execuções no Iraque e no Afeganistão confirmam a brutal realidade das guerras dos EUA. Estas guerras nunca foram para "salvar" as mulheres.

Apesar da todas aquelas provas, o TPI nunca pôs a hipótese de acusar criminalmente as tropas norte-americanas, britânicas, francesas ou alemãs.

Como país africano, a Líbia dificilmente poderia esperar uma investigação séria ou qualquer forma de justiça da parte do TPI, criado em 2002 sob grandes esperanças de justiça internacional.

O TPI nunca investigou os ataques de drones norte-americanos a civis indefesos em pelo menos oito países africanos, árabes e sul-asiáticos. Nem sequer tocou nas invasões e ocupações praticadas pelos EUA. Tal como o bombardeamento dos palestinos por Israel está "fora da sua alçada".

Um crime mascarado

É esta a altura de recordar a todas as pessoas que se preocupam com os direitos das mulheres que nenhuma intervenção dos EUA ou outros imperialistas protegeu as mulheres. Mesmo as mulheres que servem na máquina militar dos EUA não estão a salvo. De acordo com um estudo publicado pelo Jornal de Medicina Militar, 71% das mulheres soldados foram violadas ou atacadas sexualmente enquanto serviam nas forças armadas. Essas mulheres queixam-se repetidamente de falta de tratamento, ausência de aconselhamento, investigações criminais incompletas e ameaças de punição por terem denunciado os ataques.

Em 2009 o Pentágono admitiu que cerca de 80% das violações nunca foram denunciadas, tornando-as o crime mais indocumentado das forças armadas. Além disto, as bases militares dos EUA estão todas elas rodeadas de uma verdadeira indústria sexual de mulheres abusadas, forçadas a trabalhar em bares e clubes pela fome, por deslocação e por perda familiar.

A acusação de "violação política" feita ao governo líbio não tem outro sentido que não seja o desejo da NATO e dos EUA de justificarem a expansão da guerra contra a Líbia.

Fonte: Workers World / adaptação MV


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