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António Barata

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Naufrágio lusitano

António Barata - Publicado: Quarta, 06 Abril 2011 02:00

António Barata

Sócrates anunciou hoje, 6 de Abril, ao início da noite, que o governo tinha decidido pedir "ajuda" ao Fundo Europeu e ao FMI. De imediato o PSD declarou o seu apoio a tal pedido, lamentado que só agora o governo tenha dado tal passo e que não tenha sido avisado com antecedência.


Não sendo uma surpresa, tanto o pedido da intervenção externa como o apoio do PSD a esse pedido, principalmente a partir do momento em que começaram a surgir na imprensa notícias dando conta que algumas empresas estatais (nomeadamente as de transportes ferroviário e rodoviário urbano e suburbano) não tinham dinheiro para pagar os próximos salários, é de registar:

a) que o governo só tomou essa decisão depois dos banqueiros portugueses, um após outro, terem começado a anunciar que os seus bancos tinham decidido deixar de financiar o Estado e a exigir que o governo recorresse à "ajuda" externa;

b) que mais uma vez se provou que Sócrates é um charlatão. Depois de ter dito aos quatro ventos que jamais pediria "ajuda" externa, bastou o pronunciamento dos banqueiros para de um dia para o outro mudar de opinião. O que mostra quem de facto manda no país;

c) que para os trabalhadores isto é o pior que lhes poderia ter acontecido. Com a intervenção do Fundo Europeu e do FMI, tudo aquilo que de péssimo preconizava o PEC IV, agora será pior. A intervenção externa significa muitos mais despedimentos na função pública, maiores reduções salariais e nas prestações sociais, e a privatização de tudo o que no sector público seja rentável.

A "ajuda" externa reclamada pela finança e a grande burguesia portuguesa não se destina a salvar o país, mas a impedir que a gigantesca divida externa portuguesa possa vir a ser renegocia e reestruturada. A garantir que os bancos credores vão receber o "seu" dinheirinho e respectivos juros. Com o pedido da intervenção do Fundo europeu e do FMI deu-se um passo para o qual já não há recuo.

O que do ponto de vista político vai ter graves consequências. Se como temos dito, os governos portugueses há muito que o deixaram de o ser e não passam de meras comissões executivas da União Europeia, a partir de hoje nem isso. O seu poder de decisão será menor que o de um governador colonial. E o circo parlamentar não mais será que mero pró-forma.


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