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Ana Barradas

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Não há crise do Estado

Ana Barradas - Publicado: Sexta, 07 Janeiro 2011 01:00

Ana Barradas

Às medidas de austeridade seguem-se agora os ataques abertos dos patrões aos salários e a luta que eles todos empreendem pelos despedimentos-porque-sim. Para quê justa causa?


Sem confrontos violentos porque até está de acordo com esta táctica, o PS lá vai ajeitando a crise à sua maneira, tentando salvar a pele antes das próximas eleições, objectivo difícil, mesmo sem uma oposição firme do seu lado esquerdo.

O impasse financeiro destes dois anos encontra assim caminho para ser ultrapassado, mesmo que seja à custa de um longa crise fiscal, porque esta está a ser inteiramente suportada, e aparentemente por muito tempo, pelas classes subalternas.

Em vez de se resolver em proveito dos trabalhadores, a crise tem servido, como acontece no mundo inteiro, para os capitalistas comprimirem o custo da força de trabalho e para reduzir ainda mais o poder dos produtores, impotentes para actuar e conter a acumulação do capital. A reprodução das relações capitalistas, pesem embora todos os sobressaltos, segue o seu curso.

A pauperização de segmentos de classe cada vez mais amplos é reconhecida pela própria burguesia como um preço a pagar, um fardo a suportar, sem solução à vista, abrangendo agora sectores que tradicionalmente tinham o emprego e o salário garantidos e se vêem esmagados pelas dificuldades económicas. Para não falar dos precários, os mais dispostos a rebelar-se por serem os que nada têm a perder, mas impotentes por ausência de organização autónoma na frente do trabalho.

As reacções visíveis às medidas governamentais continuam a ser encabeçadas pelos reformistas e, desde 2009, exprimem-se por imponentes manifestações que só revelam, por um lado, o desejo de resistência do movimento actual e, por outro, a sua falta de autonomia e a sua incapacidade para pressionar as cúpulas sindicais e partidárias a romper com a paz social e mobilizar amplos sectores a impulsionar por baixo uma crise do governo, de forma a impedir uma vitória eleitoral da direita que neste momento se afigura inevitável.

O caminho não é criar a ilusão de uma espécie de comunidade de luta através do exercício da força para assim criar novas relações sociais. O combate necessariamente armado, de massas ou através de pequenos destacamentos, terá de ser adiado. A atomização e o isolamento não se remedeiam agora com rebeliões urbanas. Nesta fase, a incidência dos esforços dos que querem acabar com este regime tem de estar centrada nos locais de trabalho e contra o patronato, que domina as relações capitalistas de produção e usa em seu proveito as medidas de Estado contra os trabalhadores. Tudo o resto é acessório.

Fonte: Política Operária.


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