Quer se trate de um ato de guerra, de um ato de terrorismo proveniente de uma arma nuclear que caiu nas mãos de um ator não estatal ou de um acidente numa central nuclear, os desastres nucleares são terrivelmente destrutivos, mas são totalmente evitáveis.
Em meio a todos os horrores que se desdobram na mais recente ofensiva israelense em Gaza, a meta de Israel é simples: calma por calma, um retorno à norma.
Novamente, peço ao Granma que não dedique espaço de primeiro plano a estas linhas, relativamente breves, sobre o genocídio que se está cometendo contra os palestinos. Escrevo-as com rapidez apenas para deixar constância do que requer meditação profunda.
Analisamos no artigo anterior, as ameaças que nos traz a transformação da economia de mercado em sociedade de mercado com a dupla injustiça que acarreta: a social e a ecológica. Agora queremos nos deter em sua incidência no âmbito da ecologia tomada em sua mais vasta acepção, no ambiental, social, mental e integral.
O ataque de Israel contra a população palestiniana da Faixa de Gaza já leva mais de três semanas. O atual ataque militar terrestre, marítimo e aéreo dura há mais tempo que o terrível ataque de 2008/2009, no qual morreram 1.400 palestinianos. O número de mortos é de pelo menos 1.400 pessoas, na sua grande maioria civis. No momento de escrever esta coluna, as Nações Unidas confirmaram que uma escola da ONU em Gaza, em que milhares de civis estavam refugiados, foi atacada pelas Forças de Defesa israelitas, deixando um saldo de pelo menos 20 pessoas mortas. As Nações Unidas informaram 17 vezes as coordenadas exatas do refúgio às forças israelitas.
[Tradução do Diário Liberdade] Israel nasceu graças às potências imperialistas e para frear naquele momento o nacionalismo libertador e o anti-imperialismo árabe e impedir por meio da violência sua possível ação coordenada. Por isso também contou desde o começo com a cumplicidade das monarquias da península arábica, apesar do islamismo que proclamam.
Em poucas palavras, o problema com a tradição humanista é que ela não internaliza uma boa compreensão de suas próprias e inescapáveis contradições internas – algo mais claramente evidenciado no caso da contradição entre liberdade e dominação. O resultado é o que Frantz Fanon caracterizou como "humanitarismo insípido". Há evidências suficientes disso em seu revival recente. A tradição burguesa e liberal de humanismo secular acaba formando uma base ética piegas para uma moralização ineficaz sobre o triste estado do mundo e para a construção de campanhas, igualmente ineficazes, contra os males da pobreza crônica e da degradação ambiental.
“Se eu me calasse, as pedras dos povos da América Latina gritariam que estão dispostas a ser livres de todo o colonialismo depois de 500 anos de colonização” (Hugo Chávez, entrevista radiofônica, 10 de novembro de 2007).
A Grande Transformação consiste na passagem de uma economia de mercado para uma sociedade de mercado. Ou em outra formulação: de uma sociedade com comercado para uma sociedade só de mercado. Mercado sempre existiu na história da humanidade, mas nunca uma sociedade só de mercado. Quer dizer, uma sociedade que coloca a economia como o eixo estruturador único de toda a vida social, submetendo a ela a política e anulando a ética. Tudo é vendável, até o sagrado.
Em janeiro de 2009 publiquei uma nota sobre os ataques de Israel de 27 de dezembro de 2008, que começava dizendo: “Tocou o telefone às 3:45 da madrugada, um amigo israelita ligava desde Jerusalém preocupado e lastimoso se perguntava o que a comunidade internacional poderia fazer diante da invasão e dos bombardeios de Israel sobre a Faixa de Gaza”. De fato, essa invasão ocorreu depois que uma pesquisa mostrava que mais de 70% da população de Israel e a da Palestina estava de acordo com a existência de dois estados convivendo pacificamente.
É demasiado fácil marcar pontos no debate sobre a violência por meio de inversões espirituosas e que poderiam prosseguir indefinidamente – então vamos acabar com este polêmico diálogo imaginário e arriscar um passo que conduza diretamente ao "coração das trevas" do conflito do Oriente Médio. Muitos pensadores políticos conservadores (e não só conservadores), de Blaise Pascal a Immanuel Kant e Joseph de Maistre, elaboraram a ideia das origens ilegítimas do poder, a ideia de "crime fundador" sobre o qual os nossos Estados se baseiam, e é por isso que devemos oferecer ao povo "nobres mentiras" sob a forma de heroicas narrativas de origem.
Em meio do espanto e do banho de sangue que inunda Gaza ouve-se uma voz, metálica, glacial. Pronuncia um solilóquio semelhante ao que William Shakespeare, na sua obra Henrique VI, pôs na boca de Ricardo, um ser disforme, monstruoso, mas aguilhoado por uma ambição ilimitada e orgulhoso da sua vilania:
Pedi aos editores do "Granma" que me dispensem nesta ocasião da honra de publicar o que vou escrever na primeira página do órgão oficial de nosso Partido, pois penso expressar pontos de vista pessoais sobre temas que, por conhecidas razões de saúde e de tempo, não pude apresentar nos órgãos coletivos de direção do Partido e do Estado, como os Congressos do Partido, ou as reuniões pertinentes da Assembleia Nacional do Poder Popular.
Desde 1948, os palestinianos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem sequer respirar sem autorização. Têm perdido a sua pátria, as suas terras, a sua água, a sua liberdade, tudo. Nem sequer têm direito a eleger os seus governantes.
Hoje pela manhã as informações estrangeiras estavam saturadas com a insólita notícia de que um avião da linha Malaysia Airlines havia sido atingido a 10.100 metros de altura enquanto voava sobre o território da Ucrânia, pela rota sob o controle do governo belicista do rei do chocolate, Petro Poroshenko.
Outra noite, assisti a 1984, de George Orwell, apresentada num teatro em Londres. O grito de alerta de Orwell, embora em montagem divulgada como "adaptação contemporânea", apareceu-me como peça de época: remota, nada ameaçadora, quase tranquilizadora.
Ao capital financeiro internacional não convém que a Argentina cesse os pagamentos. Mas uma coisa é o interesse geral do capitalismo e outra o interesse particular de um grupo de capitalistas, que se apoiam num juiz com afinidades ao Tea Party.
Na semana passada, o Egito condenou três jornalistas da Al-Jazeera a longos períodos de prisão depois de um processo judicial que os observadores qualificaram de "absurdo".
É necessário ampliar ainda mais a denúncia dos crimes que o Estado fascista e racista de Israel comete, com a permanente cobertura, apoio e cumplicidade dos EUA. Mas o facto de o sionismo empreender a ferro e fogo a consolidação de um Grande Israel em que a discriminação racial constitui um elemento central não deve conduzir a um paralelo imediato com o regime do apartheid. O caminho seguido por Israel é muito pior do que esse.
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