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José Borralho

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Desassossegar

Chamam-lhe PEC

José Borralho - Publicado: Quinta, 11 Março 2010 00:19

José Borralho

O nome está  bem escolhido de acordo com os objectivos e interesses dos senhores burgueses e do seu governo “socialista”. Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) é o nome que o governo deu ao grupo de medidas que visam fazer sofrer o povo, afastando para longe qualquer migalha de justiça social.


O Durão Barroso em nome da Comissão Europeia, o indigitado Vice-Presidente do Banco Central Europeu, Victor Constâncio, já manifestaram o seu apoio, revelando a concertação internacional dos planos do grande capital.Os Partidos da direita acham bem mas querem mais. Conseguirá a burguesia aplicar o seu programa de austeridade para superar a crise? Esse é o seu objectivo. 

Estabilidade: que o proletariado e as grandes massas populares não se movam, ou protestem simbolicamente, para que a economia retome os caminhos dos grandes lucros e em 2013 o défice das contas públicas que é agora de 9,3% retorne aos tranquilizantes 3%. Que o proletariado engula uma vez mais a pílula dourada de que os sacrifícios de hoje serão recompensados amanhã, e aceite como um cordeiro o congelamento de salários, o aumento de impostos no IRS, o desemprego com menores subsídios, o aumento do tempo de trabalho até à reforma. Que os 200.000 reformados que ganham 600 euros mensais, adormeçam e se calem perante o roubo de mais 100 euros anuais. Que os recém-licenciados aceitem de bom grado que lhes sejam retirados os estágios anuais, acreditando que isso acontece porque não há dinheiro, e fiquem amargurados a carpir a ausência de perspectivas e de futuro.

Daqui a quatro anos, o ministro das finanças já prometeu, estas medidas provisórias tornar-se-ão estruturais e portanto definitivas.

Querem delapidar o povo, torná-lo cego e acobardado enquanto entregam mais empresas nacionalizadas ao capital privado, nacional ou internacional, e prossegue o regabofe do erário público. É para isto que querem a estabilidade. Permitiremos vê-los crescer e engordar, e nós pouco mais que calados? Porque não fazemos todos como os trabalhadores da Grécia, que lutam mesmo sózinhos? Porque não damos a nível sindical uma resposta unida de todos os trabalhadores Europeus, numa greve geral em toda a Europa que sofre esta dclaração de guerra dos governos sob a batuta da União Europeia? Para que servem afinal as centrais sindicais? Apenas para a negociação e as manifestações nacionais tipo passeata?

Crescimento: (vazio total neste item), em termos de crescimento económico.

No ano de 2009 dclararam falência 48.000 empresas, o PIB recuou 3,4%, a fuga de capitais atingiu 9 mil milhões de euros, o obcessivo défice subiu aos 9,3%, a brutal dívida externa em que cada português “deve” ao estrangeiro 18.000 euros, uma taxa de desemprego de 10,2%, o aparelho produtivo desarticulado, a economia a ceder lugar à financiarização, e a contração no investimento, formam o quadro de um país em profunda crise e sem rumo.

De um lado o proletariado cada dia mais depauperado com salários miseráveis, (pouco mais que o salário mínimo nacional que é de 475 euros), maior precariedade o que conduz a uma sociedade cada vez mais dependente dos subsídios: cerca de 6 milhões de pessoas num universo, de dez milhões vivem dependentes do Estado, onde se inclui a classe média com salários bem superiores aos dos e das operárias.

Do outro lado a minoria parasitária, os grandes contemplados com as verdadeiras benesses. Os patrões com as suas administrações e os seus gestores vivendo faustosamente.

Em 2008 o salário médio de um gestor de topo em Portugal foi de 810.891 Euros.

136 vezes o salário médio mensal de um trabalhador!!

A nossa pequena burguesia de esquerda, muito atenta nas questões económicas e sociais, está  envolta no anel de fogo da conciliação parlamentar e sindical, é  incapaz de romper a teia em que está envolvida.

Sonhando com o poder, mas com receio da desordem, vai propondo as suas medidas de superação da crise que passam por dar justiça à economia em patéticos apelos reformistas.

Na nossa óptica, o que convém às massas trabalhadoras não é deixarem-se envolver no imobilismo e permitir a escravatura do dito PEC. É seguir o caminho da luta dos trabalhadores Gregos e exigir que a CGTP enderece esforços para unir a luta dos trabalhadores portugueses e Europeus numa greve geral que exija reivindicações do tipo:

Aumentos salariais iguais para todos os trabalhadores que reponha o poder de compra perdido. 2-Trabalhador despedido, subsídio garantido enquanto não obtiver novo posto de trabalho, (com encargos a suportar de forma igual pelos patrões e pela Segurança Social). 3- Aplicação de aumento de impostos à Banca, (igual ao que pagam as pequenas empresas), taxação das mais-valias ganhas na Bolsa e sobre as fortunas dos ricos. 4- Fim das privatizações e dos offshores.

Mais tarde ou mais cedo, dependendo da correlação de forças, da vontade política e da radicalização do movimento de massas, este tipo de reivindicações acabarão por se impôr, porque a luta de classes não se compadece eternamente com as meias águas e exigirá muito mais.


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