Acredito que, pelo menos, uns 90% dos que possuem mandato político e/ou fazem política são, no Brasil, corruptos e corruptores. E nesse antro podre não se salva ninguém. Há, desde os santarrões políticos de partidos ditos éticos (que se dizem de família e "cristãos", até os aprendizes-de-feiticeiro de partidos da esquerda socialista, cheios de espertalhões com discursos ultrarradicais). Pessoas e partidos em geral, podres ambos, cevados num sistema político na essência corrupto, corroem tudo. Nada escapa da sanha desses marginais travestidos de políticos.
Estou convencido de que, no Brasil de muita lei e pouca moral e ética, onde o poder (de qualquer tipo) coabitar com dinheiro, daí sairá toda a vasta e imensa imundície que a tudo domina. E tudo se retroalimenta numa grande massa eleitora que, em geral alienada do seu papel cidadão, vende o voto para quem pagar mais. Se a Polícia Federal, Brasil afora, colocasse escutas em ambientes de reuniões políticas na semana pré-eleitoral, seriam necessários milhares de Maracanãs para trancafiar tantos milhões que direta e indiretamente compram e vendem votos.
E esse sistema podre se perpetua, por exemplo, nessas eleições de Conselheiros Tutelares, os novos cabos eleitorais de políticos corruptos, nas periferias das cidades. Quem inventou que Conselheiro Tutelar deve receber salário também criou a sentença de sua falência moral e ética, pois, em geral, as ditas eleições dessas pessoas não ficam a dever nada, em termos de podridão, em comparação com o Congresso Nacional e a maioria dos parlamentares do país.
Por essas e por outras é que eu defendo, a partir de agora, que todo o dinheiro público que remunera mandatos eletivos tenha suas contas permanentementes abertas para acompanhamento dos eleitores.