1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (2 Votos)
Milton Temer

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Coreto da Praça

Que opções tinha o governo Alexis Tsipras?

Milton Temer - Publicado: Domingo, 22 Fevereiro 2015 04:50

Peço calma aos que torceram contra uma vitória do Syriza na Grécia. Uns, porque não aceitam que a via institucional seja caminho de mudanças revolucionárias. Outros, porque, no Brasil, nem governo estruturalmente reformista conseguiram consolidar, tendo em vista a prioridade que o "líder operário" sempre deu ao princípio de mudanças, sim, mas no limite de não incomodar o grande capital - o bem cunhado "pacto conservador de alta intensidade".


Que opções tinha o governo Alexis Tsipras?

1-Poderia romper com a UE e, de bolsos absolutamente vazios, logo absolutamente incapacitado de cumprir promessas quanto a aumento de salário mínimo e readmissão de servidores, de áreas estratégicas, demitidos na base da tesoura sem critério, ver o país mergulhar no caos absoluto. Ver o país se encaminhar para os braços da direita fascista, ainda muito ativa no país.

2- Garantir, por acordo, o fluxo de divisas previsto no plano de austeridade, mas com cortes nas exigências de austeridade. Ou seja, conseguir que os recursos a serem aportados pelo BCE não se destinassem exclusivamente a manter o pagamento de juros de uma dívida, que não cessa de crescer, com os bancos alemães principalmente.

A discussão deve se dar então sobre as variáveis do ponto 2, porque não creio que alguma mente minimamente racional optasse pelo rompimento brusco e imediato.

De pronto, é sempre bom lembrar que, diferentemente do Brasil, a Grécia não possui petróleo; não possui um parque industrial de peso significativo. Não possui os recursos naturais, e os minerais estratégicos que o Brasil possui. É sempre bom lembrar que a Grécia vive de turismo e azeitonas.

Do que se sabe até agora sobre o acordo, é que o grande irritado; o que se considera derrotado porque se obrigou a entubar o que os parceiros mais vulneráveis aceitaram, é o ministro das finanças do IV Reich. Queria a submissão total e perdeu.

Só o futuro vai definir, portanto, se houve ou não alguma "carta aos gregos", a partir da forma como serão aplicados os recursos do BCE; a partir do confronto das autoridades gregas e os representantes da Troika. A partir daí, sim, vale uma avaliação sobre o caminho definitivo do governo Syriza. Serão mantidas as privatizações? Será mantido o arrocho salarial? Será mantido o desmonte dos serviços públicos essenciais?

De pronto, a sensação é que nada superou, em termos de concessão, aquilo que os revolucionários soviéticos assinaram com a paz de "Brest-Litovsk" ou com a "NEP".

Torcendo pelo sucesso do Syzira e não pelo fracasso salvífico para aqueles que por todos os meios tentam justificar as traições em Pindorama.

Luta que segue, portanto.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.