É de todo o interesse dos imperialistas norte-americanos, franceses, ingleses, alemães e ainda de israelitas e outros, que aos olhos dos povos se façam passar por vítimas do radicalismo islamista e salvaguardas da liberdade e da democracia, para continuarem as suas acções de guerra e de domínio das fontes de matérias-primas. Para que continue a prosperar o negócio das armas e do terrorismo, o controle do petróleo e de posições geo-estratégicas.
Nesta época que vivemos de crise do capitalismo e do seu regime assente na exploração e na opressão dos trabalhadores e dos povos, a lucidez do proletariado é mais do que nunca necessária para impedir que os ditadores continuem disfarçados a coberto da democracia burguesa.
Triste a posição dócil e acrítica de muitos sectores sociais e políticos que deram aval à farsa de Paris.
De Portugal registe-se sem grande espanto a posição da CGTP que — sendo correcta a condenação do terrorismo — foi para além da condenação dos atentados terroristas e embarcou no choradinho pequeno burguês, indo ao ponto de defender o Estado Francês e os seus "alicerces", como dizem.
Transcrição de um extracto da saudação da CGTP às centrais sindicais francesas:
"A CGTP-IN condena energicamente o bárbaro atentado ao "Charlie Hebdo" e seus profissionais que vitimou mais de uma dezena de jornalistas e outros trabalhadores, para além de muitos outros feridos. Esta acção terrorista não viola apenas a liberdade de expressão mas abala os próprios alicerces de uma sociedade democrática, de paz, de igualdade e de justiça."
Não é por acaso que o capital e o imperialismo encabeçaram a manifestação de Paris.
A colaboração de classes reformista oferece garantias de defesa da ordem, e, cada vez mais claro, de defesa dos alicerces do sistema burguês! Longe vai o sindicalismo que repudiava a exploração e incentivava os trabalhadores a não terem ilusões no inimigo de classe!