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Roberto Numeriano

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Tudo que é sólido desmancha no ar

O perigo que nos ronda

Roberto Numeriano - Publicado: Sexta, 10 Outubro 2014 19:03

O PSB de Eduardo Campos apoia o PSDB do candidato Aécio Neves para a presidência da República.


Esse é o maior "legado" da aventura eduardina, travestida pelo discurso de "Nova Política" para o país. Trata-se do maior e mais curioso paradoxo dessa campanha eleitoral, em Pernambuco e no país, apesar das aparências políticas de que ambos os partidos postulam mudanças similares, na forma e no conteúdo. Pior: esse "legado" de Campos (que pode se tornar politicamente maldito) fez aflorar em Pernambuco a raiva e ódio políticos, algo que ficara para trás, nas décadas de 80 e 90.

Trata-se de um paradoxo não apenas nos termos do programa histórico do PSB (consignado no seu estatuto), mas também nos termos da conjuntura política e social ora vivida pelos brasileiros. Estamos sob um umbral político. O PSDB é um partido cujos dirigentes adotam historicamente políticas sociais e econômicas regressivas, altamente lesivas aos trabalhadores assalariados, aos estados periféricos, às classes médias. O PSB, até ontem, buscou pautar sua agenda de poder pela afirmação de políticas de inclusão social, condizentes com sua trajetória. Votar em Aécio significa não atravessar o umbral, recusar avançar – até para enquadrar a próxima gestão petista.

O maior e pior perigo desse paradoxo é esse clima raivoso que a velha direita pernambucana, assanhada com a possibilidade de vencer o 2º turno, vem cultivando no estado. E haja carrões de 200 mil, 300 mil reais, a desfilar nos bairros nobres com o "Fora Dilma. E leve o PT junto". E haja apartamentos de 1 milhão de reais a desfraldar bandeiras de Paulo Câmara, e agora de Aécio. Esse discurso, já em si violento, agressivo, é enrustido ideologicamente, pois se trata de um mal que não ousa dizer o seu nome.

É pura ideologia. Traduz, em essência, a mentalidade dominante das jornadas de junho de 2013, sobre as quais registrei que possuíam um caráter conservador, travestido no discurso de "mudança política". (Alguns sabe-de-nada-inocente, ultrarradicais da esquerda demagógica, viram-nas como a antessala da uma revolução socialista das massas, já ali nas esquinas). Não queriam bandeiras de partidos, pois sabiam que nas ruas não veriam bandeiras do PSDB ou DEM, por exemplo. Secretamente, no armário ideológico, sonhavam com esse quadro que aí está: a formação de uma onda conservadora no plano político, social e econômico para afogar / refrear / regredir as agendas sociais mais avançadas.

Esse é o perigo que nos ronda. O espírito político do velho Arraes, mais vivo do que nunca, estará nas ruas para combater esse malassombro da velha direita. O seu neto nos deixou uma herança maldita: a herança da hipocrisia, egoísmo e preconceito político e social que já mostra as garras sob esse clima de tensão social e política observada nas ruas e nos rostos.

Fonte: Facebook do autor.


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