Umha vez pensado, o «interrogador» espetava-che: «Daquela, quem che dixo que na Dinamarca havia iguanas verdes?». Passados os anos, aprendim que nom só a Dinamarca começava por «D»; um pequeno e diminuto país africano, Djibuti, podia ser pensado e aí sim poderiam viver as iguanas. Mas a globalizaçom trouxo que qualquer dinamarquês possa ter na sua casa umha iguana, pôr-lhe uns focos de calor e ir convivendo com ela durante os frios invernos.
Nom deixa de ser um escándalo, contra natura, que as iguanas vivam no gélido norte ou que os husky siberianos sejam cans de estimaçom nas tórridas Caraíbas. O mesmo poderímos pensar do rei espanhol que foi posto por um ditador militar fascista chimpando leis dinásticas (Juan Carlos nom era o herdeiro, mas o seu pai Juan), leis históricas e leis políticas democráticas.
Na ciência, quando se parte de premisas falsas chega-se a conclusons falsas. Juan Carlos de Bourbon é, se calhar, a maior premisa falsa (continuidade de outra chamada «Franco») da história do Estado espanhol. Muitos veem na sua abdicaçom as pressons dos escándalos familiares que o rodeiam, quando o maior escándalo do rei espanhol é ele mesmo. O modo como um empregado do Estado, a salário dos nossos impostos, se tornou multimillonario (2000 milhons de euros segundo The New York Times) sem sabermos como, nem quando nem por quê, é tam escandaloso como que nengumha instituiçom pública ou nengum político dos dous partidos maioritários pida contas a esse mangante.
Os Bourbon nom podem ser acusados de «roubar» ou «amanhar» umhas eleiçons porque nunca se apresentárom, nem apresentarám, a nengumha. Ora bem, diante de quem rende contas dos seus negócios essa família? Som reis de um Estado... ou de um negócio?