Já Engels definia o papel das mulheres proletárias como a servidom principal da família permanentemente excluída da produçom pública e sem salário, com todo o que isso significava no viver diário e na integraçom social. E assim chega até os nosso dias umha realidade de discriminaçom e violência contínuas que nos rodeia, enquanto os estados continuam a nom procurar soluçons efetivas. Mas, realmente há soluçons dentro dum sistema cujo pilar fundamental é o patriarcado?
Na Galiza, durante séculos, a nossa situaçom na sociedade estivo relegada ao ámbito privado, situaçom que nom com menos forças hoje em dia se continua a tentar manter. Por isso é indispensavel continuarmos a demonstrar que nom permitiremos um futuro como o passado, que continuemos a sair à rua incansavelmente para conquistar os nossos direitos, pois ninguém no-los vai dar. Devemos já de umha vez por todas desafiar toda essa tradiçom de medos à Igreja católica, ao Estado espanhol e ao mercado capitalista, devemos já desafiar esta apodrecida herança da ditadura franquista chamada Espanha.
É necessária a consciência e a educaçom do confronto real, ou continuaremos a assumir como norma as pseudo-transformaçons dos governos e governinhos de discursos duplos, cuja única pretensom é a de afastar o protesto das ruas. Querem, como sempre, levar os debates e resoluçons entre quatro paredes onde nom "molestem" ninguém, para que novamente as reformas estejam na medida dos empresários, do integrismo ou do patriarcado.
Foi sempre mediante a ocupaçom de liceus, universidades, fábricas e um sem fim de edifícios públicos; foi em diferentes mobilizaçons, foi debatendo nos lugares de trabalho ou de lazer, foi no combate de rua, foi com a pedra na mao e a desobediência por bandeira como e onde o feminismo de classe e revolucionário questionou esta ordem. Questionamo-la de frente, desde abaixo, em primeira pessoa, a partir da auto-organizaçom que estava disposta a luitar. Assim, por meio do combate, conquistamos os direitos com que hoje em dia contamos; a nossa legitimaçom foi conseguida polo compromisso de mulheres que arrancárom ao capitalismo e ao patriarcado os seus, os nossos direitos e espaço na sociedade.
Nom podemos, nom devemos deixar-nos arrastar por visionários pós-modernos que nos oferecem melhorias sem mudanças; as trabalhadoras galegas necessitamos um movimento que fortaleza as nossas demandas com a organizaçom de base e a mobilizaçom direta, para dar a batalha contra a lógica burguesa. Umha lógica que nos paga com baixos sálarios, precariedade, dependência e violência; todos símbolos da mesma bota patronal que pisoteia sem escrúpulos os nossos sonhos.
Por isso é só com o confronto real que obteremos as nossas demandas, deixando por diante umha importante batalha para rachar as cadeias que nos oprimem, exploram e dominam e conseguir assim os nossos direitos como mulheres trabalhadoras e galegas.
Fonte: Primeira Linha.