Fora preso no Estado de Barinas a pedido do governo da Colômbia que exigiu depois a sua extradição com acusações falsas. O pedido não foi então atendido.
Saiu esta semana em liberdade por decisão do Supremo Tribunal da Venezuela. Terá sido a intervenção do presidente Nicolas Maduro junto de José Manuel Santos que levou o Poder Judicial colombiano a retirar o pedido de extradição. Mas é sobretudo à solidariedade internacionalista que se deve a libertação de Conrado.
O comandante guerrilheiro, artista revolucionário, autor da famosa canción guerrillera fariana, adquiriu na prisão o perfil de um herói mítico.
Inicialmente admitiu-se que fora morto durante o bombardeamento pirata das Forças Armadas Colombianas em 2008 ao acampamento de Sucumbio, instalado em território equatoriano pelo comandante Raul Reyes, massacre realizado com a colaboração da CIA, da Mossad israelense e do Pentágono. Era, porem, falsa a noticia então difundida pelo governo colombiano; Julián Conrado continuava vivo, no combate revolucionário. Dai a surpresa quando foi detido em 2011 na Venezuela. No cárcere a sua voz não se calou. Deu entrevistas, escreveu poemas, compôs canções. De dezenas de países choveram em Caracas apelos para a sua libertação.
O secretariado do Estado Maior Central das Forcas Armadas da Colômbia- Exército do Povo, congratulando- se com a decisão do Supremo Tribunal da Venezuela, decidiu chamá-lo agora a Havana para participar na Mesa dos Diálogos de Paz que prosseguem na capital cubana e serão reiniciados nos próximos dias.
Julián Conrado nas suas primeiras declarações agradeceu a torrencial solidariedade internacionalista e informou que, como membro da delegação das FARC, prosseguirá a sua luta por uma paz que abra as portas a uma Colômbia livre, independente, democrática e progressista.Com esse objetivo continuará simultaneamente a fazer da canção um instrumento revolucionário a serviço do seu povo.
Vila Nova de Gaia, 10 de Janeiro de 2014