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Rute Cortiço

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Parágrafos lilás

2010, Ano Jacobeu

Rute Cortiço - Publicado: Sábado, 20 Fevereiro 2010 20:02

Rute Cortiço

Nom é dicifil perceber que algo mudou em Compostela, simplesmente basta reparar na abafante presença policial, onde quer que vaiamos, sempre os “rapazes de azulom” vigilam e controlam todos os nossos movimentos, acompanham-nos a casa, ao trabalho... 


Mas o que se nos transmite nos meios é que a populaçom esta encantada com este fenómeno turistificador, os meios nom param de repetir que o Jacobeu vai salvar a Galiza da crise económica. Nós, como mulheres, devemos mostrar toda a nossa oposiçom a este tipo de celebraçons cristás, desde os começos, a Igreja é a nossa inimiga, nom o podemos esquecer. 

As nossas vidas som condicionadas por esta instituiçom, polos seus rituais, pola sua ideologia e polo tremendo poder que exerce sobre nós tiranicamente. A Igreja Católica nasceu há já 2000 anos, oprimindo a mulher e escravizando-a, isto na actualidade continua a ser assim. Para a Igreja a mulher nom é nada, umha fábrica de crianças, que há que manter domesticada, dócil e dúctil sem sair das suas funçons em nengum momento.

É por isto mesmo que a Igreja supom como um ataque frontal à religiom e à moralidade que a mulher entre no trabalho remunerado, há que reclui-la no fogar para realizar tarefas próprias do seu sexo, as suas 'labores', somos mulheres-esposas, ou mulher-irma de, ou mulher-mae de.. enfim umha figura sempre dominada por um varom, ao serviço dele e da sua prole.

No dia a dia, sentimento de culpa e preconceitos venhem a nós já que desde há séculos a Igreja só reconhece dous tipos de estereótipos admitidos para umha mulher, esta é a dicotomia Maria Magdalena-Virgem Maria: A Igreja obriga as mulheres a terem que demonstrar em todo o momento a sua identificaçom com a figura de Virgem Maria, se quigerem ser boas mulheres. Classificar-se no comportamento próprio de umha prostituta, ou de umha casta. Isto condiciona a nossa forma de vestir, de nos comportarmos...

Assim, o estereótipo da mae de Jesus, por ser virginal e assexuada, é a imposta às meninas educadas sob a moral judaico-cristá que encaram a sua sexualidade reprimindo a sua libido e sublimando qualquer possibilidade de prazer. 

A terrével misogínia da Igreja Católica condena-nos a ser bonecas de trapo, inertes e despojadas de todo prazer, reduzírom a sexualidade à sacralizaçom do contrato matrimonial, para a instauraçom da instituiçom da família e a ligaçom sexualidade-reproduçom, assim, é imposto o modelo de relaçom heterossexual como o único normal, fora disso todo é aberrante e doentio para eles, a mulher que quiger sair disto representa o mal e o pecado.

A mulher convertida em fábrica de crianças assexuadas, tem proibido abandonar esta funçom reprodutiva, para velar disto está a forte resistência da Igreja católica à despenalizaçom do aborto e as campanhas da Conferência Episcopal, vanguada na repressom sexual, teses sobre as anomalias que implica a masturbaçom, a doença de lésbicas, gais e transexuais...

Consolidárom o contrato matrimonial convertendo a mulher na “dona de casa” que está obrigada a manter a unidade familiar, assim, todas as mulheres seremos filhas-maes-esposas-cuidadoras, situaçom onde a opressom, exploraçom e dominaçom patriarcal se confunde com o amor e com o afecto. A fidelidade e exclusividade sexual converte-se em umha outra obrigaçom, mais férrea para as mulheres que para homens, a única finalidade do casamento heterossexual é a de trazer filhas e filhos a este mundo, fora desta situaçom, a castidade e a virgindade som a pauta de comportamento.

Este ano, a cidade é deles, nom o podemos permitir, nom o podemos permitir como mulheres porque sempre fôrom e serám o inimigo, a Igreja está em contra das mulheres, em todas as nossas luitas: o aborto, os anticonceptivos, o direito a viver a nossa sexualidade plenamente, a autonomia sobre os nossos corpo, o direito ao trabalho assalariado, o direito a sair da casa e autoorganizarmo-nos, o divórcio, escolhermos a nossa forma de vestir-nos e comportar-nos, escolhermos se queremos ser maes, a mudança de sexo, à educaçom sexual... cada passo que nós avançarmos será umha vitória para todas.


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