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Helena Embade

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Novas crónicas feministas

“Coruña Wapa”: Como esbanjar 180.000 euros a base de elitismo, degradaçom e sexismo “hipster”

Helena Embade - Publicado: Terça, 05 Novembro 2013 02:35

É sobradamente conhecida a teima do alcalde Carlos Negreira em destinar o dinheiro das corunhesas e corunheses ao financiamento de cousas com as que umha ampla maioria do povo trabalhador nom se sente identificado.


Nom vou descubrir nada novo a este respeito nas linhas que venhem a seguir, mas sim serve como ponto de partida para abordarmos umha série de questons em relaçom ao que conleva para as mulheres galegas a celebraçom de um evento destas caraterísticas.

Sob umha aparente imagem de glamour e modernidade, Coruña Wapa fai um chamamento explicito à participaçom das jovens, empregando o fenómeno blogger, os já clássicos e humilhantes desfiles de moda, a gastronomia e atuaçons musicais como engodo. Com certeça nom está a ter, nem de longe, a acolhida esperada, a pessar das irreais expectativas criadas através de umha desmesurada e agressiva campanha publicitária. Nos cartazes e paineis que invadem os bairros da cidade, nos que por certo a língua galega é perfeitamente omitida, figuram pérolas como “Antes muerta que sencilla” ou “La belleza está en el interior del vestidor”.

Trata-se de umha de tantas campanhas onde as mulheres somos tratadas como mercadoria e nas que se pretende que o nosso corpo seja um estímulo para desfrute alheio.

Sim, é o de sempre, mas na minha opiniom é o de sempre e algo mais que nom devemos passar por alto. O que achamos trás de todo isto está mui diretamente ligado ao que poderiamos considerar um outro conceito de sexismo, que é igualmente danoso, mas que conta com maior aceitaçom social e passa facilmente desapercibido porque, a priori, nom se apresenta com essa etiqueta de rançoso e é mesmo negado por quem o fomenta. Esta maneira de sexismo à que me estou a referir é plenamente palpável, por exemplo, nas redes sociais, onde a permisibidade dos comportamentos e as piadas sexistas tem mais cabida do que nunca, e rara vez som denunciadas, algo preocupante quando sabemos que podem ter um alcance ainda maior do que um cartaz ou um painel na rua.

O que tem a ver este sexismo “disfarçado” com o Wapa Coruña?:

O certo é que se dá um cenário perfeito para que o patriarcado conflua com outros fatores e seja utilizado com um claro objetivo: disfarçar o sexismo clássico de toda a vida, o que fomenta estereótipos de género (a femeneidade, o culto à imagem, a submissom, a exaltaçom da mulher como objeto…) e engalaná-lo com a já mencionada anteriormente imagem inovadora, moderna e aparentemente inofensiva e “simpática”.

Mas nom nos enganemos, na hora da verdade representa o mesmo sexismo de sempre e pom de manifesto que o machismo está plenamente vigente na nossa sociedade e é fomentado em todos os âmbitos; desde as multinacionais têxteis até as redes sociais. O grau de influência que tenhem na sociedade em geral e na juventude em particular é tam alto que está a invisibilizar qualquer tentativa de levar a cabo umha intervençom efetiva que permita a superaçom real dos estereótipos de género.

Devemos tirar a venda dos olhos. O patriarcado é versátil, atua de maneira transversal, disfraça-se, filtra-se, transforma-se e adoita novas formas para se poder fixar na nossa sociedade. Está nas nossas maos frear esta situaçom e ganhar o pulso. Sem dúvida temos umha tarefa muito importante que levar a cabo desde os centros de ensino, desde a rua e também, porque nom, desde as redes sociais.

Deixemos claro que o sexismo, seja clássico ou “hipster”, em nengum caso é engraçado, e que por muito que o transformem nunca deixará de ser um agravante da opressom que sofremos as mulheres.

Helena Embade

Vigo, 2 de novembro de 2013


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